O que empresta ao meu olhar esse vigor,
Que todos os senões lhe parecem pequenos
E as noites se transformam em sois serenos,
Em vida a negação ,em solidez o tremor ?
O que,a confusa teia do tempo a transpor,
Conduz-me certeiro as fontes perenes
Do belo ,do vero,de bondades e acenos,
E la afunda,e aniquila,do meu empenho a dor ?
Ja sei.Desde que ,no olho de Urania,acesa
Em quietude,pude eu mesmo interiormente
A clara,fina,pura flama azul observar;
Desde então,tal visão me habita em profundeza
E e´no meu ser--- eterna,unicamente;
Vive no meu viver,Olha no meu olhar.
Johann Gottlieb Fichte (1726-1814).Romantismo.
Tradução.Paulo césar Souza.
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