sexta-feira, 11 de junho de 2021

Soneto.

 O que empresta ao meu olhar esse vigor,

Que todos os senões lhe parecem pequenos

E as noites se transformam em sois serenos,

Em vida a negação ,em solidez o tremor ?


O que,a confusa teia do tempo a transpor,

Conduz-me certeiro as fontes perenes

Do belo ,do vero,de bondades e acenos,

E la afunda,e aniquila,do meu empenho a dor ?


Ja sei.Desde que ,no olho de Urania,acesa

Em quietude,pude eu mesmo interiormente

A clara,fina,pura flama azul observar;


Desde então,tal visão me habita em profundeza

E e´no meu ser--- eterna,unicamente;

Vive no meu viver,Olha no meu olhar.


Johann Gottlieb  Fichte (1726-1814).Romantismo.

Tradução.Paulo césar Souza.


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