Houve quatro cercos a Paris perpetrados pelos vikings:
O primeiro aconteceu em 845 e foi liderado por Ragnar Lodbrok. Os vikings atacaram ao longo do extremo oeste da Île de la Cité (Ilha da Cidade), que não era defensável, já que a muralha romana não estava mais em boas condições. Não encontrando oposição, tomaram posse da cidade e saquearam os subúrbios da Margem Esquerda, as abadias de Saint-Germain-des-Prés e Sainte-Geneviève, enquanto parte deles ficou acampada na floresta de Rouvre e saquearam os arredores.
O rei da Frância Ocidental, Carlos, o Calvo, concordou em pagar um enorme tributo a Ragnar (7.000 libras de prata) se ele poupasse a cidade. Ragnar e seus homens deixaram Paris mais ou menos intacta, mas, ao voltarem para a Dinamarca, saquearam as cidades do norte da França.
O segundo ataque foi em 856. Há poucas informações sobre esta operação. Os anais de St. Bertin indicam que os dinamarqueses invadiram Paris, queimaram a basílica do Beato Pedro e Sainte-Geneviève e todas as outras igrejas, com exceção de Saint-Etienne, Saint-Vincent e Saint-Germain e Saint-Denis, que foram poupadas do fogo quando os dinamarqueses receberam grandes somas de dinheiro.
Em 861, os vikings foram pela terceira vez a Paris, que queimaram até que ficasse arrasada. Eles devastaram e queimaram a abadia de Saint-Germain-des-Prés. Os comerciantes da cidade carregaram seus bens em barcos e tentaram fugir pelo Sena, mas, perseguidos e capturados pelos vikings, foram aprisionados.
Os normandos destruíram a Grand-Pont (Ponte Grande), cujos arcos bloqueavam a passagem de seus barcos. Após a partida dos atacantes, Carlos, o Calvo, reconstruiu esta ponte e ordenou que as fortificações de Paris fossem reparadas. No entanto, essas medidas defensivas não impediram os normandos de enviar uma força de 200 homens a Paris para buscar vinho. Incapaz de proteger seu povo, Carlos, o Calvo, aceitou vários tratados de paz sob condições vergonhosas. Os vikings desrespeitaram todos eles e continuaram a pilhar e a queimar.
O quarto e último ataque aconteceu em 885.
Dessa vez, a cidade estava fortificada e o ataque foi mais desafiador. Iniciado no dia seguinte a 25 de novembro de 885, foi interrompido no início de novembro de 886 pela chegada do imperador carolíngio Carlos III, o Gordo. O imperador, prometendo pagar aos normandos um tributo de setecentas libras de prata em março do ano seguinte, autorizou-os a saquear a Borgonha. O cerco a Paris terminou em maio de 887 com o pagamento da quantia prometida. Este ato desacreditou a dinastia carolíngia e propiciou a chegada ao poder do que se tornou a dinastia capetiana.
A concessão do que viria a se tornar a Normandia veio mais tarde. O tratado de Saint-Clair-sur-Epte foi concluído no outono do ano 911 entre o rei da Frância Ocidental Carlos III, o Simples, e Rollo, um chefe viking. Isso permitiu que os vikings se instalassem na Nêustria Ocidental, desde que protegessem o reino de Carlos III de qualquer nova invasão dos "homens do norte".
A série de TV Vikings condensou todos esses eventos que duraram quase 70 anos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário