domingo, 27 de junho de 2021

Escritura.

 ."O que e´um autor?",indagou Foucault;difícil circunscrevermos o autor como aquele que escreveu tal obra ou o proprietário ,o criador de obras. Batthes entende a escritura como neutra,composto oblíquo onde nosso  sujeito foge ,o texto que dissolve a identidade,o corpo que escreve.A voz perde sua origem,o autor entra na própria morte,a escritura tem inicio.

Tal "morte",fora anunciada por Mallarme,prenunciada pelos Surrealistas;todos apontando para:o autor nunca e´mais do que aquilo que escreve.Então ,o que e´uma obra?

Para Barthes não ha elo,obrigatório,entre a vida do autor e sua obra.Para Barthes o autor esta morto.Mas,uma obra não e´escrita por aquele que e´chamado autor?Exemplo: O marques de Sade,muito antes de ser reconhecido como autor,já dava vasão a seus fantasmas na prisão ou manicômio.Então o que e´um autor e´perpassado por:o que e´uma obra.? A função autor esta ligada ao sistema jurídico-institucional,oriundo do seculo XVIII,quando se estabelece um regime de propriedade no que se refere aos textos.Houve períodos em que os textos literários tinham valor,mesmo anônimos.A função Autor e´definida não apenas por aquele que o profere,mas,a uma serie complexa de critérios que associam um autor a um texto ,diversas vozes,diferentes enunciados e narradores.O nome do autor caracteriza um modo de ser do discurso. Foucalt entendia que a loucura traz a ausência de obra.No entanto,Antonin Artaud,Van Gogh,Antero de Quental,bispo do rosário apresentam obras,apesar da inadequação social de todos eles.A função autor transcende o estatuto cultural da normalidade.

Aqui visitamos Blanchot e a solidão.Ele entendia a solidão como recolhimento,voltado para a obra,;o vazio silente que faz surgir o SER,que da origem a linguagem.Aquele que se retira para ler ,escrever,  criar,transcende o individualismo,ignora a diferença.Esse recolhimento permite a solidão da obra.O autor ,ele próprio,e´tocado pela solidão.A obra e´a intimidade de alguém que escreve e de alguém que lê.Todos os fatores que constroem o texto convergem para o mesmo lugar:o leitor.

Assim ,vivemos um vácuo de parâmetros estéticos,o vazio,a solidão.Experimentar com clareza :escrever,ler,criar.A obra demanda uma busca libertaria ,mesmo que a direção seja o vazio que pulsa ,mas corajosamente cria.

M.


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