Data a recordar: 24–06–1128
Esta expressão li pela primeira vez através da leitura livro "Da Lusitânia a Portugal do Professor Diogo Freitas do Amaral , e refere-se ao final de um conflito entre D. Afonso Henriques e a sua Mãe, D. Teresa, pelo poder no (ainda) condado portucalense.
«(…) Vê-se, pois, que o conflito de 1126–1128 não foi entre o filho e a mãe, como às vezes se diz: foi entre a nobreza portucalense, que apoiava D. Afonso Henriques, e a nobreza galega, que D. Teresa apadrinhava e pagava generosamente.
Após vários incidentes - já D. Teresa vivia em Coimbra com Fernão Peres, e o filho, com 19 anos, estava estabelecido no Castelo de Guimarães, à frente da nobreza de Entre-Douro-e-Minho, dá-se a Batalha de São Mamede, junto de Guimarães (24–06–1128). Ao longo do dia, depois de as forças galegas estarem a vencer de manhã, acabaram completamente derrotadas, da parte de tarde, pelos portucalenses. Essa jornada ficou conhecida como a "primeira tarde portuguesa"»
(pág. 72)
Ainda podemos ler:
«Fundação do Condado Portucalense
Em 868, durante a reconquista cristã da Península Ibérica, Vímara Peres afasta definitivamente os mouros de Portus Cal, urbe de origem romana correspondente à atual cidade do Porto que passa a desempenhar um papel charneira nos territórios recém-conquistados da costa atlântica daquela península, compreendidos entre os Rios Minho e Douro. Portus Cale empresta o seu nome a toda esta região que passa a ser conhecida por Terra Portugalense ou Portugália, constituindo-se como um condado do Reino de Leão.
A partir de finais do século X, com Gonçalo Mendes, os condes portucalenses passam a usar o título de duques.
A dinastia dos Borgonhas, a batalha de São Mamede e a formação do Reino de Portugal
Em 1096, o rei Afonso VI de Leão concede o Condado Portucalense a D. Henrique de Borgonha, casando-o com a sua filha, a infanta D. Teresa, ficando ambos a prestar-lhe vassalagem. Desta união nasce Afonso Henriques.
Quando o conde D. Henrique morre, a 24 de abril de 1112, a viúva fica a governar o Condado Portucalense.
D. Teresa chama o conde galego Bermudo Peres de Trava e o seu irmão Fernão Peres de Trava para ajudá-la na governação do condado.
A crescente influência que estes passam a ter no Condado Portucalense e a hipótese de pretenderem apoderar-se totalmente da governação, não agrada aos barões do condado, levando-os a incentivar D. Afonso Henriques, ainda jovem, a opor-se a sua mãe.
A 24 de junho de 1128, D. Afonso Henriques, no comando de tropas reunidas pelos barões do condado, confronta-se no campo de São Mamede, perto de Guimarães, com as forças de Fernão Peres de Trava, sofrendo este uma pesada derrota.
D. Teresa e Fernão Peres fogem e D. Afonso Henriques assume a governação do Condado Portucalense.
Mais tarde, D. Afonso Henriques transforma o Condado Portucalense num reino.
E assim nasce Portugal!»
«Efetivamente, esta batalha foi decisiva, pois com ela mudaram os detentores do poder no condado (expulsão de D. Teresa e do "seu conde") e mudaram ainda as relações das forças sociais para com o próprio poder. Os barões portucalenses, ao escolherem D. Afonso Henriques para seu chefe, recusavam-se a aceitar a política da alta nobreza galega e do arcebispo de Compostela; por esta via estavam a inviabilizar um reino que englobasse Portugal e a Galiza. Desencadearam uma corrente independentista capaz de subsistir por si só e capaz de resistir a todas as tentativas posteriores de reabsorção.
A localização exata do campo de batalha é ainda pouco precisa; sabe-se, no entanto, que a refrega se deu, sem qualquer dúvida, perto de Guimarães.»
in Batalha de S. Mamede - Infopédia
(Castelo de Guimarães)
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