Um dos melhores exemplos e mais documentados da Idade do Bronze é das tropas gregas, com armamentos descritos inclusive na Ilíada (li a tradução da versão original, em forma de versos…).
Imagem: Hoplita, impressão da coleção de trajes militares Vinkhuijzen.[1]
Imagem: Um hoplita grego com couraça em forma de músculos, lança, escudo, capacete coríntio e espada embainhada.[2]
Começemos pelas armaduras.
As armaduras em geral eram razoavelmente leves, permitindo certa mobilidade. Os combatentes gregos tinham que bancar sua própria armadura completa, chamada de panóplia. O padrão para o soldado hoplita era composto pelo escudo, elmo, couraça e cnêmides (grevas), pesando entre 22 e 31 kg. [3]
Imagem: escudo hoplita grego [4]
Imagem: Elmo coríntio [3]
Imagem: Par de grevas (proteção para canelas e joelhos) [3]
Imagem: Armadura hoplita [3]
A couraça muscular, couraça anatômica ou couraça heróica é um tipo de couraça feita para se ajustar ao torso do usuário e projetada para imitar um físico humano masculino idealizado. Ele apareceu pela primeira vez no final da Grécia Arcaica. Originalmente feita de uma placa de bronze martelado (para os de maiores posses), o couro fervido também passou a ser usado.[5]
Vamos agora às armas.
Os hoplitas, os mais comuns soldados gregos, carregavam normalmente uma longa lança ou pique de 2,5m geralmente, e uma espada curta para combates de curta distância. [1]
Sua técnica primária era chamada de falange, uma formação que consistia em uma parede de escudos maciça, que exigia uma armadura frontal pesada e armas de médio alcance, como lanças.[2]
A principal arma usada pelas tropas gregas era uma lança de dois a três metros com uma lâmina em forma de folha em uma extremidade e uma ponta curta na outra, conhecida como "dory".[2]
A dory compõe-se de três peças:[6]
- a pértiga ou pértigo, que é uma vara estreita, normalmente de freixo ou cornizo;
- a ponta, que é uma peça foliforme e perfurante, geralmente de bronze;
- e a contraponta, chamada sauróter lit, ou "mata-lagartos", onde estava ou um espigão ou um pomo esférico, também ele metálico, que assentava normalmente no chão e que podia ser usado, em último recurso, para combater, caso a ponta se partisse ou inutilizasse durante o batalha.
Imagem: Soldados Hoplitas com dory em riste. Nota-se bem tanto a ponta, que está à frente, como o sauróter (ou contraponta), que está na parte de trás. [6]
Como arma secundária, os hoplitas são conhecidos por carregarem uma espada curta conhecida como "xifo". Isso era usado no caso de uma lança quebrada ou se um combate corpo a corpo fosse necessário.[2]
Imagem: Réplica de xifo helénico [7]
Os hoplitas só a usavam em último recurso, caso a formação das falanges quebrasse e já não fosse possível impor distância sobre o inimigo com a lança, que era, por sinal, a arma primária de eleição dos gregos clássicos. Os mirmidões e outras tropas de infantaria da época homérica usavam o xifo mais habitualmente do que os hoplitas. [7]
Tropas leves de apoio, de combate corpo a corpo, como os "psiloi", geralmente estavam armadas com armas de longo alcance. As armas populares de longo alcance eram o arco (toxa), o dardo ou (akontia) e a funda (sfendonai).[2] Vejam que não possuiam armadura corporal, para dar maior mobilidade.
Imagem: Hércules empunhando um arco [8]
Imagem: Peltast de Agrianian. Este peltast segura três dardos (ou lança de arremesso), um na mão de arremesso e dois na mão pelte como munição adicional [9]
Imagem: funda caseira .[10]
Os que as usavam eram também chamados fundistas. As fundas são armas antigas, paleolíticas, que resistiram à idade do bronze e do ferro, sendo usadas tanto por tropas gregas quanto mais tarde pelas romanas, e causavam tantos danos os dardos e flechas. Vejamos porque causavam tanto dano:
Imagem: Balas de estilingue (funda) de chumbo gregas antigas com um raio alado moldado em um lado e a inscrição "ΔΕΞΑΙ" (Dexai) que significa "toma isso" ou "pegue" do outro lado, século 4 aC, de Atenas, Museu Britânico.[10]
Ver também
Notas de rodapé
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