KIC 8462852
O que é isso? Uma estrela de classe F (têm entre 1,0 e 1,4 vezes a massa solar e temperaturas efetivas entre 6 000 e 7 600 K) localizada na constelação Cisne a 454 parsecs (1480 anos luz) de distância.
O que nessa estrela que é tão assustador? . . .
Bom, O telescópio Kepler observou que há um padrão extremamente intrigante ao observar essa estrela. Essa observação mostrou que há alguma estrutura bloqueando aproximadamente 22% da luz emitida por ela. E bom, até mesmo para um planeta tão grande quanto o gigante gasoso Júpiter, seria possível bloquear apenas 1% do brilho da mesma. O TrES-4 que é o maior planeta conhecido no universo inteiro até o momento, é só 70% maior que júpiter. Em outras palavras, essa "estrutura" é extremamente improvável de ser um planeta.
A hipótese de que essa megaestrutura fosse formada por cometas ou pela existência de inúmeros pequenos corpos, que orbitariam os arredores desta estrela em conjunto, também foi descartada, juntamente com a possibilidade improvável de ser uma estrutura criada naturalmente. No fim, chegaram a conclusão que a teoria menos improvável de ser verdade, até o momento, é de que aquela fosse um estrutura artificial.
Com base nisso, foi sugerida a possibilidade de aquela ser uma Esfera de Dyson. Essa esfera é uma megaestrutura hipotética originalmente descrita por Freeman Dyson, a qual orbitaria uma estrela de modo a rodeá-la completamente, capturando toda ou maior parte de sua energia emitida. A partir desse ponto que a situação começa a ficar interessante, pra isso vamos mencionar rapidamente a Escala de Kardashev.
A Escala de Kardashev é um método proposto pelo astrofísico russo/soviético Nikolai Kardashev para medir o grau de desenvolvimento tecnológico de uma civilização. Essa escala (atualizada, pois as classificações de Kardashev se tornaram "arcaicas" com as novas descobertas) classifica as civilizações em 3 tipos originalmente, mas citarei os 6 atuais:
- Tipo I - Uma civilização capaz de aproveitar toda a energia potencial de um planeta, energia esta que pode vir de qualquer fonte, seja energia eólica, energia solar, energia cinética, etc. Neste nível a civilização seria capaz até mesmo de aproveitar a energia gerada por vulcões, terremotos, tempestades, furacões e outros fenômenos de grande porte da natureza, tendo capacidade de controlar a temperatura e clima do planeta sem dificuldades.
- Tipo II - Uma civilização capaz de aproveitar toda a energia potencial de uma estrela, com capacidade de alterar qualquer coisa dentro do sistema solar, como por exemplo mover planetas de órbitas ou aproveitar toda a energia potencial, além da energia da estrela, dos planetas que a orbitam.
- Tipo III - Uma civilização capaz de aproveitar toda a energia potencial de uma galáxia, com capacidade de alterar qualquer coisa dentro dela, como por exemplo mover sistemas solares de suas órbitas, formar ou destruir estrelas, fundir ou dividir estrelas, usar planetas como blocos de construção para algo maior, aproveitar a energia potencial de supernovas ou hipernovas, formas de aproveitar a energia de buracos negros ou quasares e qualquer coisa a nível de manipulação possível com uma galáxia.
- Tipo IV - Uma civilização capaz de aproveitar toda a energia potencial de um universo, basicamente as capacidades de uma civilização assim são inimagináveis, podendo-se especular alterações no espaço-tempo e controlar totalmente a entropia.
- Tipo V - Uma civilização capaz de aproveitar toda a energia potencial de vários universos, partindo do pressuposto que o universo que habitamos é apenas um entre vários outros, como defende algumas teorias de multiverso. É dificil até imaginar as capacidades de uma civilização assim.
- Tipo VI - Seria uma civilização que viveria fora do tempo e do espaço, sendo capaz de criar e destruir universos muito facilmente. Se o tipo V já era difícil de imaginar as possibilidades, a civilização tipo VI é muito mais difícil. Poderia ser colocado aqui o conceito de divindade para esta civilização, que poderia, literalmente, qualquer coisa.
Observando essa escala, a raça humana sequer atingiu o Tipo l, e está bem longe de atingi-lo por sinal. Enquanto isso, a civilização que possui a capacidade de construir uma Esfera de Dyson, provavelmente se encaixa em uma civilização Tipo ll. Ou seja, milhares de ano de evolução a nossa frente, isso além de todos os outros tipos, que eu questiono a capacidade de qualquer leitor juntamente com a minha, de imaginar como poderiam ser civilizações assim.
A hipótese que uma megaestrutura similar a uma Esfera de Dyson poderia estar produzindo esta oscilação no brilho da estrela, se comprovada, seria classificada como "a maior notícia dos últimos 500 anos". Afinal, provaria que além de não sermos a única vida inteligente no universo, somos como protozoários se compararmos com a PRIMEIRA que encontramos. É claro que isso tudo não passa de uma especulação, por mais plausível que pareça com as informações que possuímos, mas essa é uma possível realidade bem interessante e um tanto quanto assustadora na minha opinião.
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