quarta-feira, 30 de junho de 2021

As Sete Lampadas da Capela Pitágoras.

 .Magna Grécia-Itália,próximo a Crotona,onde o mestre Pitágoras ensinou.No caminho para tarantum,onde

o celebre filosofo morreu,destaca-se uma pequena região,nomeada em Latim,Terra Imaginationes.

Ali permanecem os restos de uma vila ,que tem de pé´,ainda,uma pequena capela gótica ,resistindo aos seculos,indestrutível. Seu nome: Capela Pitágoras.Na ermida,em frente ao altar ,ha um bloco de mármore com legenda gasta pelo tempo e curiosos.Algumas letras esparsas permitem recompor a inscrição:

"Aqui jazem os ossos de Pitágoras de Samos."

.O único ocupante da capela e´um velho sacerdote que mantem acesas -dia e noite-sete lampadas .cada uma em um castiçal.O ancião conta aos visitantes sobre a igreja e o significado das sete lampadas.

Lampas Utilitatis.

A primeira e´a lampa utilitatis,cuja finalidade consiste em lembrar os números ,as medidas,as proporções,as formulas e as figuras geométricas que governam o mundo.Embora a Matemática não seja apenas utilitarista,transita por todos os setores do conhecimento humano.Sem números não haveria mundo.

Lampas Decoris.

Lembra-nos que a Venerável ciência e´tão bela quanto útil.Na Musica,o melódico ,o harmonioso baseia-se em leis da Aritmética.A distribuição de sons dentro de uma oitava da-se matematicamente.As escalas diatônica,cromática,Pitagórica,temperada e pura são resultantes de operações matemáticas.Conforme Fourier podemos representar os sons parciais ou o timbre total por curvas,ou,funções trigonometrais .A Cristalografia e´referencia a perfeição geométrica da natureza.No aspecto dinâmica\harmonia se faz presente a criação do Matemático absoluto,Deus excelso,criador dos céus e terra.A frequência da simetria pentagonal no mundo (vivo) e´notória,acentuada em plantas,ex.Rosa silvestre,gerânio.Os organismos marinhos também apresentam combinações pentagonais.Ex.estrela-do-mar.A primeira joia da Geometria e´o teorema de Pitágoras;a segunda:a seção áurea,( Kepler)encontrada nos vasos gregos,nas estatuas dos mestres,desde o seculo V AC.Presidindo e inspirando as artes.O Sectio Aurea (Da Vinci) que rege ou dirige a mão do artista.Quanto mais elevado o espirito,mais sensível a manifestação estética,revelando a onipresença do numero ,que invade o amago humano,derramando tudo de belo."Arte e´numero",afirmou Pitágoras.

Lampas Imaginationis.

A terceira lampada convida a meditação sobre o mundo sem a imaginação,pensadores que relacionam ideias,criam teorias e conduzem o ser humano a certeza de que as ciências são a chave mestra dos pórticos misteriosos do universo.A matemática,através dos tempos,prova que as ideias fundamentais da Venerável Ciência são profundas,grandes.A tal ponto,que tem resistido ao fanatismo e a ignorância de impérios e governos,guerras e ambições.Na historia dos seculos,a Matemática reflete o pensamento.Suas criações,em linguagem universal(Esperanto),formam uma literatura multimilenar\popular;atravessando épocas e povos.Os registros da ciência não morrem.Marchas e contra-marchas fortalecem o progresso de modo amplo.A matemática,mão direita das ciências,intangível e poética,exalta as vitorias cientificas.Honra os que ,com esforço e labor,trazem a humanidade descobertas.Lampas imaginationes ensina:

A vida não a temos por herança

Que a todos nos coubesse por fadário.

E´bem que só´o cinzel do esforço alcança

Em hábeis mãos de máximo operário.

Entusiasmo,fé´,perseverança,

Meditação,labor são exemplário

Da grande e valiosa ferramenta 

Com que se firme

o esteio que a sustenta.

De fato,do pensamento,da reflexão,do esforço ,da luta constante.o gênio se fez.

" Ao teatro Shakespeare,a escultura Miguelangelo,

A musica Mozart,Kant a critica,Rubens a pintura,

Newton aos astros,Colombo ao mar."

Os avanços científicos ,as invenções,obras de engenharia,Artes,Poesia,Musica;o belo e o grandioso tem resultado de ideias que buscaram expressão,demandaram vida.No silencio,no estudo,na solidão,na meditação,da-se o combate que gera a criação.

"Se me propusessem a seguinte alternativa:companhia eterna sem permissão para concentrar-me em mim mesmo,ou a prisão solitária por toda a vida,eu diria logo:carcereiro ,fecha a cela."Sir Walter Scott;.

Cabe a lembrança da Universidade\Biblioteca de Alexandria,fundada por volta de 300 AC,no Egito,por Ptolomeu I,um dos generais de Alexandre Magno.Esta casa de saber exerceu na imaginação, pensamento e descoberta o maior desempenho da civilização Helênica,quiça mundial.La´,estudaram os mais ilustres Filósofos,Literatos,Matemáticos,pensadores enfim não só de Grécia e Roma,bem como do mundo civilizado.Entre tantos,podemos destacar: Arquimedes,Apolônio,Hiparco,Eratostenes,Euclides,Hipatia,Aristarco,Ptolomeu,Heron,Hesichius,Calímaco;dentre tantos outros.

A Jihad(guerra santa) islâmica teve inicio em 632 AD,chegou ao Egito em 641.Com a invasão Árabe,houve o grande incêndio da Biblioteca de Alexandria e a Venerável universidade.Nove seculos de estudos e luzes devorados pelas chamas da intolerância.Lembrando Castro Alves:

"Esses Leandros do Helesponto novo,

Se resvalaram -foi no chão da Historia,

Se tropeçaram ,foi na eternidade,

Se naufragaram,foi no mar da gloria."


"Quando o tempo ,entre os dedos,

Quebra um seculo,uma nação,

Encontra nomes tão grandes,

Que não lhe cabem na mão."

Do Apocalipse\S.João:" Se fiel ate a morte e dar-te-ei a coroa da vida."


Lampas Poesiae.

A lampada da poesia nos faz recordar Voltaire:

"A poesia tem um mérito que pouca gente ha de negar:com menor numero de palavras exprime muito mais que a prosa."A poesia e´o próprio numero,a medida das palavras ou palavras sob medida.O numero determina no verso,acentuação e ritmo ,alem de silabas poéticas.

"Não me conte em tristes números ser a vida um sonho vão." Longfellow.

Poesia-matemática,soneto-formula,palavras-símbolos,assim poetas e matemáticos evidenciam profundos pensamentos.A poesia abre um universo de sentimentos,recordações,alegrias,tristezas,etc

Ha temas com poesia  interior,grandeza e beleza.O guardião recorda que o sistema decimal indo-arábico e as formulas algébricas e geométricas contribuem para a organização do mundo em que vivemos. Desde os primórdios,Templos em Tebas,Babilônia,Atenas;Índia;obeliscos;Esfinge e piramides,descortinam a grandeza dos egípcios,o poder dos faraós;a organização social helênica,etc.

O permanente,o belo,as edificações tem como espirito a grandeza da Poesia.


Lampas Mysterii.

A quinta lampada-a luz nos leva a sentir que o numero,a formula,a equação e a geometria constituem algo magico.Formulas como números nascem modestas,sem glorias.No Seculo XIX AC,no Egito,o sacerdote  Ahmes compilou o mais antigo compendio de matemática.Seculos mais tarde,surgiu Tales de Mileto,que trouxe a chave mestra de todas as formulas.Alem de matemático,era Filosofo,astrônomo e politico.Estudou no Egito,introduziu o raciocínio logico,consolidando o método dedutivo.Tales teve sua obra continuada por Pitágoras,seu maior discípulo,e também por Euclides.Este ultimo fundou a escola de matemática na universidade de Alexandria,sendo seu mais eminente mestre.Os símbolos 1,2,3,etc são Indianos ,porem com o advento da imprensa (1442) assumiram formas definitivas.O Zero e´uma herança Árabe.O sistema decimal,iniciado na Índia,foi transmitido aos Gregos de Alexandria,que o expandiram.A convivência com símbolos Gregos e Romanos persistiu por algum tempo.Ex. Copérnico,discorrendo sobre o sistema solar,empregou uma estranha mistura de símbolos Romanos e Indu-Arábicos.Zero vem de Sifr (dai também cifra),significa vazio.A difusão pela Europa ,deu-se através dos Islâmicos.

Lampas Infinitatis.

A sexta lampada-O infinito,que nos reduz a nossa pequenes.

"Nenhum outro sentimento jamais moveu com tanto poder o espirito humano,nem estimulou de modp frutífero o cérebro incansável". Hilbert.

A busca pelo infinito levou a era eletrônica,e hoje ,virtual.Em busca do infinito descobriu-se que o numero de números inteiros,e´exatamente igual ao numero de números pares;ou seja,o todo e´igual a qualquer de suas partes.E´possivel estabelecer relação entre números e forças da natureza,ou afinidade química dos elementos,ou periodicidade de eventos e entre os próprios seres humanos.


Lampis Religiones.

Esta nos revela que a origem da "Divina Ciência",desperta no coração e mente dos que estudavam o curso das estrelas.Criam em Deus.Os astros,as estrelas,os mundos existem pelo ato do Criador Supremo do Universo.,em conformidade com números.E o próprio Senhor os inspira em suas pesquisas.Assim,descobriu-o homem-incontáveis corpos celestes,próximos e distantes.

Newton legou O Calculo infinitesimal e a gravitação dos corpos;A Física ensina que no universo os corpos se atraem segundo a razão direta de suas massas e a razão inversa dos quadrados de sua distancia.Modesto ,disse Newton:

"Não sei o que possa parecer ao mundo.Quanto a mim mesmo pareço um menino a brincar na praia,divertindo-me em achar de vez em quando uma pedra ou uma concha,enquanto o grande oceano da verdade permanece frente a mim por descobrir-se."

Esta fantasia tem por fito,mostrar que as sete lampadas são tangíveis,com portas sempre abertas.


Sangue Azul.

 

Por que diziam que os nobres tinham sangue azul?

Isso vem de uma expressão em espanhol "Sangre azul"

Sangre azul - Wikipedia, la enciclopedia libre
Sangre azul es un término utilizado internacionalmente, sobre todo en Occidente , para designar a aquellas personas descendientes o pertenecientes a familias nobles , reales o aristocráticas . [ 1 ] ​ El origen de este término se debe a la claridad propia del color de la piel de los privilegiados , que no realizaban trabajos físicos ni sufrían las inclemencias del tiempo, mientras que los campesinos y artesanos , con extensas jornadas de trabajo, tenían una piel más oscura. Las venas vistas a través de una piel blanquecina tienen un aspecto azulado. De hecho, este estilo social que se amoldó en la clase aristocrática, siempre tuvo mucho cuidado en que las damas no se expusieran demasiado al sol. Cuanto más blanco y fino era el cutis, más atractivo resultaba para los caballeros que adivinaban las venas azuladas en los opulentos bustos femeninos, recordando el mármol más preciado y delicado. El mismo origen parece tener el arquetipo del príncipe azul , muy presente en el imaginario popular que tanto aparece en los cuentos infantiles. En biología , la representación gráfica habitual de la circulación de la sangre se suele realizar en color rojo en su parte arterial y en color azul en la parte venosa, por analogía con la hemoglobina , pigmento rojo por el hierro responsable del transporte del oxígeno. En algunas especies animales, el pigmento para el oxígeno en la hemolinfa (líquido circulatorio equivalente a la sangre en moluscos y artrópodos) contiene hemocianina , que en vez de hierro contiene cobre ; se halla en la mayor parte de los moluscos y algunos artrópodos y tiene color azul oscuro. Véase también [ editar ] Referencias [ editar ]

Acontece que durante um bom tempo com o fim do império romano e a tomada da Europa pelos povos germânicos, a Europa foi tomada por pessoas de pele muito clara.

O processo civilizador 1: Uma história dos costumes
O processo civilizador 1: Uma história dos costumes

Os povos bárbaros tinham seus reis, vivendo como pessoas comuns sem diferenciação, mas todo um processo, de diferenciação social passou a acontecer onde as pessoas mais poderosas começaram a de distanciar(muito com ajuda dos romanos remanescentes) das populações comuns

Assim, ter a pele bronzeada era sinônimo de pessoa que trabalhava, portanto, não nobre. Por isso os nobres sempre se cobriam e e evitavam o máximo de sol que pudesse ficando com suas peles muito pálidas

e isso deixava à mostra as veias que aparentavam ser mais azuladas

E segundo o Quorano Brian Roemmele havia a questão da prata

Talheres, que passaram a serem usados e a explicação está alí naquele livro do Norbert Elias, assim como baixelas e cálices de prata. Acontece que o vinho faz com que partes muuuuuuuuuuito pequenas da prata sejam consumidas junto com o vinho. Prata no corpo é ajuda natural contra infecções bacterianas. Mas também trazia uma doença conhecida como

Argiria – Wikipédia, a enciclopédia livre
Homem caucasiano de 92 anos assintomático. Argiria (do grego argyros (prata) + ia) é uma condição causada por exposição imprópria a formas químicas de prata , pó de prata ou compostos de prata. O sintoma mais relevante da argiria é que a pele fica azulada ou azulada-cinza. Argiria pode ser encontrada de forma geral no corpo ou em apenas uma área. A condição é acreditada ser permanente, porém terapia a laser está sendo usada para tratar com resultados cosméticos satisfatórios. O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Argiria

que causava uma coloração azulada da pele.

É em um muitos casos apenas força de expressão.

Mas vale dizer, que os franceses em a partir de 1789 cortaram a cabeça de seu rei e começaram a matar nobres para ver se o sangue era azul mesmo

Não era.

How did the term "Blue Blood" come about?
Mais

Rommel.

 

Por que Erwin Rommel não tentou matar Hitler?

No início, Erwin Rommel era devotado e admirador de Hitler. Rommel aprovou os planos de remilitarização de Hitler e disse que os planos de Hitler são o "unificador da nação". Rommel escreveu para sua esposa Lúcia: “o Führer sabe o que é certo para nós”. Rommel também assinou suas cartas “Heil Hitler!”

Tradução:

Por favor, encaminhe a carta anexa ao 1º tenente à sua atenção e peça-lhe que a encaminhe ao 1º Ten J., cujo endereço é atualmente desconhecido.

E. R.

Heil Hitler

Os Aliados meio que gostavam de Rommel. Eles disseram coisas sobre ele ser cavalheiresco durante a batalha e disseram coisas como "Rommel nunca se juntou ao Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães". Caramba, os britânicos até retrataram Rommel como o "bom alemão" e "nosso amigo Rommel".

Rommel myth - Wikipedia
The Rommel myth , or the Rommel legend , is a phrase used by a number of historians for the common depictions of German field marshal Erwin Rommel as an apolitical, brilliant commander and a victim of Nazi Germany due to his presumed participation in the 20 July plot against Adolf Hitler , which led to Rommel's forced suicide in 1944. According to these historians, who take a critical view of Rommel, such depictions are not accurate. The description of Rommel as a brilliant commander started in 1941, with Rommel's participation, as a component of Nazi propaganda to praise the Wehrmacht and instill optimism in the German public. It was picked up and disseminated in the West by the British war-time press as the Allies sought to explain their continued inability to defeat the Axis forces in North Africa: The genius of Rommel was used by dissenters to protest against social inequality within the British army and by leaders like Churchill to reduce class tensions. [n 1] Following the war, the Western Allies, and particularly the British, depicted Rommel as the " good German " and "our friend Rommel", adhering closely to the tenets of the myth of the clean Wehrmacht . His reputation for conducting a clean war was used in the interests of West German rearmament during the Cold War and the reconciliation between the former enemies—the United Kingdom and the United States on one side, and the new Federal Republic of Germany on the other. The 1950 biography Rommel: The Desert Fox and the 1953 publication of The Rommel Papers added to the myth, which has proven resilient to critical examination. The mythology surrounding Rommel has been the subject of analysis in recent decades. The reevaluation has produced new interpretations of Rommel, including his relationship with Nazism , his abilities as an operational and strategic level commander, and his role in the 20 July plot to assassinate Hitler. Historians and commentators conclude that Rommel remains an ambiguous figure, not easily definable either inside or outside the myth. Terminology [ edit ] Early authors such as Desmond Young and Basil Liddell Hart mention "the Rommel legend" in their respective books. Liddell Hart described British efforts to make counterpropaganda against Rommel's military reputation (while showing respect to his conduct of war): "Thus the British commanders and headquarter staffs were compelled to make strenuous efforts to dispel 'the Rommel legend ' ". [4] [5] As early as 1950, Bernard Montgomery 's former deputy referred to the "myth" in an article titled "The Rommel Myth Debunked" where he aimed to address perceived misconceptions regarding the fighting in the North African Campaign . [6] As used by German authors, Mythos Rommel (roughly translated into English as "Rommel myth ") is a neutral description, as can be seen in works by historians such as Peter Lieb . [7] The term recognizes, per Lieb, that "Rommel is and remains a Mythos ... He could not be stuck in a single drawer

Rommel até recebeu uma cópia autografada de Mein Kampf do próprio Hitler. Talvez mais tarde Rommel tenha se desiludido com a guerra e acreditado que a Alemanha deveria negociar com os Aliados em vez de lutar até o fim. Rommel provavelmente nunca soube da conspiração para matar Hitler.

Sulla.

 

Qual foi a personagem mais controversa da História Romana?

Poucas figuras na história romana foram tão controversas como Sula (Lucius Cornelius Sulla, 138 a 78 a.C.).

Resposta de Eduardo Santos para Quem foram Caio Mário e Sula?

Amado por alguns, odiado por muitos e temido por todos, Sula era senhor de uma personalidade extremamente contraditória, sendo capaz das maiores crueldades mas também de gestos da maior liberalidade e generosidade.

(Busto de Sula)

Nascido num ramo empobrecido da gens Cornelia, um dos mais ilustres clãs patrícios, o jovem Sula viu-se impedido pela miséria de ascender os degraus do Cursus Honorum. Cresceu e foi educado entre as classes mais baixas da sociedade romana, vivendo entre actores, prostitutas e agiotas. Teve uma existência miserável até aos trinta anos, altura em que recebeu duas heranças que lhe possibilitaram inscrever-se no censo senatorial. Este enriquecimento repentino não deixou de levantar dúvidas entre o meio político romano, pelo que surgiram boatos atribuindo origem criminosa à súbita riqueza do jovem Sula. Diziam as más línguas que ele teria assassinado as suas duas amantes – a própria madrasta, viúva do seu pai, e uma actriz grega com quem manteria uma relação – para lhes ficar com os bens. De qualquer modo, e não obstante este ingresso tardio no mundo da política, Sula cedo deu mostras de grande competência e habilidade.

Mas a sua oportunidade de ouro surgiu quando Caio Mário, comandante da guerra contra Jugurta, o escolheu para Quaestor do seu exército. Jugurta, que se apossara do trono da Numídia, continuava a resistir às legiões romanas que o Senado enviara contra si. Não obstante as importantes vitórias alcançadas por Mário – um dos melhores generais de todos os tempos - o astuto e brilhante rei númida dava mostras de grande capacidade de resistência. Mas Sula resolveria o assunto subornando elementos próximos de Jugurta, que assim foi capturado pela traição. A guerra terminou pouco depois, mas Mário nunca perdoou a Sula o facto de este lhe ter roubado a glória. Tal facto estaria, aliás, na origem dos posteriores desentendimentos entre os dois.

(Bustos e reconstituições de Caio Mário e Sula)

Nos anos que se seguiram, Sula afastou-se cada vez mais de Mário e aproximou-se dos boni (ou optimates), a facção conservadora do Senado. E, embora lentamente, ascendeu todos os degraus do Cursus Honorum. Quando em 89 a.C. despoletou a chamada Guerra dos Aliados, Sula conseguiu um comando no teatro de operações do Sul, onde agiu de forma extremamente eficaz. Reprimiu cruelmente as cidades rebeldes – em Nola, por exemplo, mandou degolar todos os indivíduos de sexo masculino – e esmagou os exércitos samnitas. Quando a guerra terminou, o caminho para o consulado estava finalmente livre.

Cônsul aos 50 anos (oito anos mais velho que a idade considerada “ideal”), Sula implementou leis que reforçavam o poder do Senado, em detrimento dos Equites (cavaleiros). Entretanto, o Senado incumbiu-o da guerra contra Mitrídates do Ponto, que invadira a Província Romana da Ásia; Sula preparou um exército e partiu para o Sul de Itália, de onde embarcaria para o Oriente. Mas notícias de Roma surpreenderam-no: Caio Mário, o velho general, conseguira que a Assembleia do Povo lhe atribuísse o comando da guerra, retirando-o a Sula. Foi então que este tomou um decisão crucial: marchar sobre Roma com o seu exército. Foi o primeiro a fazê-lo, abrindo um precedente perigosíssimo. E, com efeito, muitos o fariam daí em diante.

Surpreendidos pela decisão de Sula, Mário e os seus partidários fugiram da Urbs. Sula impôs a ditadura, mandando prender ou executar os principais líderes da facção de Mário, os chamados populares. Embarcou finalmente para a Grécia, pensando que a situação não se alteraria. Mas enganava-se: Mário regressou do exílio, com um exército de escravos e gladiadores, impondo o terror em Roma. O velho general - outrora chamado “o Terceiro Fundador de Roma”, pelas suas vitórias sobre os Cimbros e os Teutões – estava completamente louco. Centenas de pessoas foram chacinadas, entre as quais muitos senadores. O septuagenário Mário acabaria por morrer, vítima de um derrame cerebral, no décimo terceiro dia do seu sétimo consulado – um record até à altura – mas os marianistas (Sertório, Cina, etc), continuaram no poder até ao regresso de Sua, em 83 a.C.. E então o terror foi ainda pior: Sula retomou o poder pelas armas, mandando executar todos os opositores, incluindo o filho de Mário e outros líderes populares. Decretou depois milhares de proscrições, especialmente entre a classe equestre, de modo a poder financiar os cofres do estado. Os bens dos proscritos eram vendidos em hasta pública, mas claro que nesses leilões apenas licitavam os homens de Sula, e pelo mais baixo preço possível.

De acordo com Plutarco (“Vida de Sila”), no auge da matança um grupo de jovens senadores interpelou o ditador: "We are not asking you" he said "to pardon those whom you have decided to kill; all we ask is that you should free from suspense those whom you have decided not to kill". [versão inglesa]

Depois de implementar um conjunto de leis que reforçavam o poder do Senado e neutralizavam os Tribunos da Plebe e as assembleias (leis Cornélias), Sula acabou por abandonar a ditadura, no ano 79 a.C.. Retirou-se para uma villa da Campânia, onde viveu o resto dos seus dias numa existência dissoluta. Escreveu as suas memórias – em que descrevia a sua vida como uma longa sucessão de êxitos próprios de um “favorito de Fortuna” – e entregou-se a todo o tipo de vícios que sempre ocultara do público. Os milhares de veteranos que estrategicamente distribuíra pelo Império tranquilizavam-no quanto a retirar-se e viver em sossego. Contudo, o seu retiro durou pouco, pois no ano seguinte morria corroído por vermes.

Podemos ainda recordar um breve episódio a respeito deste ditador: quando Sula tomou o poder, o jovem Júlio César, sobrinho de Mário (que era casado com a sua tia Júlia), recusou-se a divorciar-se de Cornélia Cina, filha de um dos maiores inimigos de Sula. Por esse motivo – e pela altivez de César, que o irritava – Sulamandou matar o jovem patrício. No entanto, este conseguiu fugir, escondendo-se nas montanhas. Doente e acossado pelos sicários de Sula , a sua morte parecia iminente. Foi então que um grupo de patrícios – entre os quais vários amigos do ditador – intercedeu pela vida de César junto de Sul . Este acabaria por ceder após vários rogos e insistências, mas não sem antes ter proferido uma frase profética: “cuidado com o jovem César, porque vejo nele mil Mários”. E, com efeito, não se enganava.

(Busto de Cesar)

Ironicamente, as leis de Sula acabariam por ser revogadas mais tarde por dois dos seus lugares tenentes, Pompeu e Crasso. Plutarco escreveu o seguinte a respeito do monumento em sua honra, no Campo de Marte: “His monument is in the Field of Mars and they say that the inscription on it is one that he wrote for it himself. The substance of it is that he had not been outdone by any of his friends in doing good or by any of his enemies in doing harm”. [versão inglesa]

Do Blogue: Roma Antiga