sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Semente.

                                                 SEMENTE (LUZ LUZA)

                                                                     “A Poesia e´a pintura dos ouvidos.”
                                                                          Lope de Vega, poeta e dramaturgo Barroco espanhol,
                                                                            (1562-1635).





Poesia,
És a semente perdida
No coração de alguém
Que as páginas percorrem
E as lágrimas também

Muitos te vêem como fugaz
Mas no toque sincero
A semente simples traz
Em meio  a águas  tormentosas
Navegas esperançosa

Semente pequena, crua
Cresceu noite e dia
No coração do que escreve
Do que sonha e busca
Ao brilho silente da lua.



Autor: Marco Antonio E. Da Costa.




                                                         

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Da Morte e Do Amante.

                                    DA MORTE E DO AMANTE.
                                                      PROPERCIO.

                                                          “Para tão longo amor, tão curta vida”.
                                                           Luiz Vaz De Camões, poeta Luso Classicista.
                                                                                   Século XVI.




Da morte que vos quereis saber a hora incerta
E a senda pela qual ela vira,
Buscais num céu tranqüilo, a exemplo dos Fenícios,
Estrelas favoráveis ou funestas,
Persigamos Bretões ou Partas,
Cegos perigos rondam mar ou terra;
Choramos o arriscar a vida nos combates,
Ou se um veneno toca os nossos lábios.

Mas sabe o amante como e quando morrera
Nem teme o vento, nem teme as armas
E ainda que  já reme entre os juncais do Estige,
Vendo a barca mortal de tristes velas,

Pela senda proibida ele retornara
Se na brisa o chamar a voz da amada.




.Sextus  Aurelius Propercius.(43 ac.umbria- 17 ad.Roma.).
Poeta elegíaco Romano, contemporâneo de Ovídio, influenciado por Catulo, viveu sob Otavio. De família nobre, empobrecida pelas guerras civis Romanas, recebeu educação formal, freqüentou a elite romana. Admirado por Cervantes, Schlegel e Drummond.
Elegia.
Gênero poético, criado pelos gregos, na Grécia tinha por temática: melancolia, aspectos existenciais ou cívicos. Em Roma, ganha um perfil erótico-amoroso, como em Propercio.

OBS:
.Fenícios, antigos habitantes do atual Líbano; Bretões, antigos habitantes da atual Inglaterra;
Partas, antigos habitantes do atual Irã.
.Stige Ou Estiages, lago que conduzia os mortos a sua morada final, o Hades.
.A barca mortal era conduzida por Caronte ,para o reino dos mortos;que para tal, era cobrado um óbolo( moeda).Dai o costume, a princípio grego, Mediterrâneo e depois de outros povos, de colocar uma moeda sob a língua ou nos olhos do falecido, para pagar ao barqueiro a travessia.
.Os que tinham morte gloriosa, isto  é,em batalha,como heróis, iam para os campos Elíseos ou Elysium,onde ao lado de outros heróis e deuses bebiam vinho e celebravam a bravura.

Biblio/ref:
.Poesia grega e latina.cultrix.sp,1959.    
.Thelatinlibrary.com.

Autor: Marco Antonio E, Da Costa.


domingo, 1 de novembro de 2015

MORITURI MORTUIS.




MORITURI MORTUIS.  *

                                                





                                                          “As pessoas não morrem, ficam encantadas.”
                                                            Guimarães Rosa (1908-1967), Escritor e Diplomata.


Na diáfana presença
Corpo da ausência
Registro da lacuna
Vazio que se faz fato

Permanecem em nós
Nos gestos, lembranças
Existem porque lembramos
Lembram porque existimos

Perpetuam-se,
A memória, sua insistência                                
Traz afago a existência
Não ter mais,
e´ter para sempre !

*Morituri Mortuis. Máxima Romana:
“ Dos que vão morrer,para os mortos.”
(Inscrição do Cemitério do Bonfim de Belo Horizonte).


Autor: Marco Antonio E. Da Costa.