sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Hotel Toffolo.

E vieram dizer-nos que não havia jantar
Como se não houvesse outras fomes
e outros alimentos.
Como se a cidade não nos servisse seu pão
de nuvens.
Não,hoteleiro,nosso repasto e´interior
e só pretendemos a mesa .
Comeríamos a mesa se no-la
ordenassem as Escrituras,
Tudo se come,tudo se comunica,
tudo no coração ,e´ceia.                                         Drummond.

Confidencia de Itabirano.


Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste,orgulhoso:de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida e´porosidade e comunicação.
A vontade de amar,que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira,de suas noites brancas,sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer que tanto me diverte,
e´doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta,estendido no sofá´da sala de visitas;
este orgulho,esta cabeça baixa...
Tive ouro,tive gado,tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira e´apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!.                                                                  Drummond.

Melro.

Melro que cantas no morrer da noite
com essas asas rotas aprende teu voo.
A vida toda
esperaste a hora e vez do teu voo.

Melro que cantas no morrer da noite
com estes olhos fundos aprende a ver.
a vida toda
esperaste a hora e vez de ser livre.

Voa Melro,voa,Melro,
para o clarão da escura noite.

Voa Melro,voa,Melro,
para o clarão da escura noite.
Melro que cantas no morrer da noite
com estas asas rotas aprende seu voo.
A vida toda
Esperaste a hora e a vez de teu voo
esperaste a hora e vez do teu voo.                      Drummond.

Mãos dadas.

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Tambem não cantarei o mundo futuro.
Estou preso a vida e olho meus companheiros,
estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles,considero a enorme realidade .
O presente e´tão grande ,não nos afastemos .
Não nos afastemos muito,vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher,de uma bela história,
Não direi os suspiros ao anoitecer,a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas suicidas,
Não fugirei para as ilhas ,nem serei raptado por serafins,
O tempo e´minha matéria,o tempo presente,
os homens presentes,a vida presente.                                             Drummond.

Canção dos Amigos.

Meu amigo Cyro dos Anjos
não ama a vida,porem
gosta muito das meninas.
Ele tem um pincenê,se tem
para ver só´as bonitas.

Meu amigo Newton Prates
trabalha para esquecer
que a vida não vale nada
e as mulheres muito menos
e o resto menos ainda.
Ele e´cético e calado.

Meu Amigo Guilhermino
Cesar e´um poeta verde
branco,azul e cor de rosa
que sorri um sorriso tímido
como quem pede desculpa
de ser poeta num pais
em que o comum e´ser cavalo.

Meu amigo Emílio Moura
com suas pernas compridas
e seu comprido,comprido
coração de sabia´,
deixou as noites boemias e os dias de farra e cisma
e as aves que aqui gorjeiam,
foi para Dores do Indaiá´.

Meu amigo Pedro Nava
esta se rindo e contando
a anedota Portuguesa
que ensina a felicidade:
comprar um par de sapatos
que machuquem bem os pés
e descalça-los depois
depois de sofrer o dia inteiro.

Ainda tenho outros amigos
irônicos e espirituais,
meigos,sábios,depravados,
ingênuos ou misteriosos,
mas não ha´papel que chegue
e meu amigo monsã,coitado!
vai ilustrar tudo isso.
Como ilustrar tudo isso?                                 Drummond.

Poema de sete faces.

Quando nasci,um anjo torto
desses que vivem nas sombras
disse:Vai,Carlos!Ser gauche na vida

As casas espiam os homens
que correm atras de mulheres.
A tarde talvez fosse azul
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas,pretas,amarelas.
Para que tanta perna,meu Deus
pergunta meu coração
Porem meus olhos
não perguntam nada.

O homem atras do bigode
e´serio,simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos,raros amigos.
o homem atras dos óculos e bigode.

Meu Deus,por que me abandonaste ?
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo,vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima,não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto e´meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido
 como o diabo.                                            Drummond.



Poemas de Dezembro.

Procuro uma alegria
na mala vazia
do final do ano
e eis que tenho na mão
-flor do cotidiano-
e voo de um pássaro.  Dezembro.1968.

Nacar
Nafade
Napéia
Nardo
Nascente
Natel                   .Dezembro .1970.


Uma vez mais se constrói
a aérea casa da esperança
nela reluzem alfaias
de sonho,amor e aliança.     Dezembro.1973.


Fazer da areia,terra e água uma canção.
Depois moldar de vento,a flauta
que ha de espalhar essa canção.
Por fim tecer de amor lábios e dedos
que a flauta animarão.
E a flauta,sem nada mais que puro som,
envolvera o sonho da canção.
por todo o sempre,neste mundo.    Dezembro de 1981.

Quem me acode a cabeça e o coração
neste fim de ano entre alegria e dor ?
que sonho,que mistério,que oração?
-Amor.                                               Dezembro de 1985.



Drummond.

AFETO.

Sentir o carinho,
ouvir o chamado.
Quando preciso,
estar calado.
Somar Alegrias,
dividir tristezas.
Respeitar espaço,
estender a mão;
respirar cumplicidade.                        M.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Mensagem das rosas.



" A morte não vence a vida
Por muito que a desarrume.
Tomba a rosa fenecida
O Céu recolhe o perfume."

Auta de Souza. Poetisa Brasileira,1876-1901.

Psicografia:Francisco C. Xavier.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

OZYMANDIAS.

   


Eu encontrei  um viajante de uma terra antiga
Que disse-duas gigantescas pernas de pedra sem torso
Erguem-se no deserto.Perto delas na areia,
Meio afundada,jaz um rosto partido,cuja expressão
E lábios franzidos,escarnio e frieza no comando
Dizem que seu escultor bem aquelas paixões leu
Que ainda sobrevivem,estampadas nessas partes sem vida,
A mão que os zombava e o coração que os alimentava.
E no pedestal,essas palavras aparecem:
" Meu nome e´Ozymandias,rei dos reis:
Contemplem minhas obras o´poderosos e despertai-vos."
Nada resta:junto a decadência
Das ruínas colossais,ilimitadas e nuas
As areias solitárias estendem-se a distancia.


Percy Shelley. 1817.Poeta Romântico Inglês.

*Ozymandias-Apelido dado a Ramsés II .Considerado
o maior faraó´de todos.


sábado, 24 de novembro de 2018

LITERATURA.




 .   "Ars Longa,Vita Brevis."
                                            Hipócrates.


Literatura-Arte da Palavra.
Arte-Busca da beleza.

Eternização humana X Fugacidade da vida.

.Funções da Literatura:

Catarse\Aristóteles.-Purgação,alívio.
Expressão humana.-Pura,genuína.
Lúdico.-Jogo,brinquedo.
Evasão.-Fuga,escapismo.
Compromisso.-Questões sociais.
Busca da imortalidade.-Velho sonho humano.
Visionária.-Preconização,antevisão profética.


Marco Antonio.

domingo, 18 de novembro de 2018





" Os que se calam,
dizem mais coisas que os que estão sempre a falar."

Octave Mirbeau. 16\2\1848-16\2\1917.Escritor Realista Frances.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018


11 min
KDFRASES.COM
Os nossos êxitos mais felizes, têm uma mistura de tristeza.

Marco Antonio Costa compartilhou um link.
23 h
KDFRASES.COM
A falsa modéstia é o último requinte da vaidade.



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    Não pode um homem ter melhor morte que: Lutando contra o desconhecido Pelas cinzas de seus pais e Pelos templos de seus deuses!
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    Beatles-Let it be When I find myself in times of trouble Mother Mary comes to me Speaking words of wisdom And in my hour of darkness She is standing right in...
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