sábado, 27 de janeiro de 2018

O Sapo e O Escorpião.

                        FÀBULA EGÌPCIA.






                   “O SAPO E O ESCORPIÂO.”

Fábulas. Narrativas literárias curtas, onde animais vivem situações análogas ao cotidiano humano. Tem cunho moral e objetivo educativo.


.Fábula.

Um escorpião se aproximou de um sapo na beira do rio e disse:
- Amigo, tenho um compromisso na outra margem do rio, mas não sei nadar. Você poderia me levar nas suas costas?
Ao que o sapo, desconfiado, respondeu:
- Eu não, seu veneno e ‘mortal; se me picar morro logo.
-Mas, meu caro, argumentou o Escorpião; se eu picar você, nos dois morremos. Prometo me comportar. Disse com voz aveludada...
O sapo, crédulo, pensou:- Verdade, se ele me atingir, também morre; pois não sabe nadar. Então aceitou o pedido do Escorpião, que subiu em suas costas para fazerem a travessia.
No meio do rio, o Escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atônito, o  sapo, já afundando, perguntou ao Escorpião:
-Por quê? Você também vai morrer...
Ao que o Escorpião respondeu:
-Essa e ‘ a minha natureza, não posso muda-la.

Comentário: Fica clara a intenção de alertar para a ingenuidade que pode ser manipulada; de como frequentemente a gentileza ou o favor, recebem como retorno a ingratidão. Há os que pagam o maior bem com o pior dos males... Os que destroem por pura satisfação... E há ‘simplórios, o bastante, para crer nos seres venenosos; e ‘a natureza humana, afinal.

Referencia;
-Tradição Literária.

Autor: Marco Antônio E. Da Costa.



sábado, 13 de janeiro de 2018

LENDAS URBANAS I

                          Lendas Urbanas I

 “ A Historia e ´a verdade que se deforma,
    A lenda e ´a falsidade que se encarna.”
                    Jean Cocteau, Poeta, Escritor, Cineasta e Ator Francês,
                     (1889-1963).



Lendas Urbanas. Esses mitos contemporâneos são Historias fabulosas ou sensacionais, divulgadas, quase sempre por tradição oral. A tecnologia atual incorpora e divulga tais lendas formando assim um folclore moderno, de domínio público.
Muitas lendas são antigas e remetem a fatos reais, azeitados por distorções ou fantasias. A expressão “Lenda Urbana” surgiu nos anos 60-sec, XX; na Inglaterra, quando se compreendeu que não apenas sociedades antigas e tradicionais; mas, também as sociedades atuais criam suas lendas e folclores.
Caracteriza-se por Narrativas Curtas, com” testemunhas e provas inequívocas dos fatos...”





Primeiro Relato:
.A Loira do Bonfim. .Belo Horizonte; Décadas de 1940-50.

Entre os boêmios que vagavam pelas noites Belo-horizontinas era comum o comentário assustador, de que havia uma mulher loira, muito bonita e elegante, também notívaga.
A ilustre loira, sempre vestida de branco, costumava passear nas madrugadas pelo bairro da Lagoinha (região nordeste), ou pelo centro, onde pegava o bonde; meio de transporte comum naqueles dias.
Com seu Glamour e Sedução atraia a atenção dos homens, que a procura de aventuras, se prontificavam a leva-la ate sua casa.
Fosse de bonde, taxi ou carona; ela pedia para parar na rua Bonfim, onde fica localizado o mais antigo cemitério da cidade; O cemitério do Bonfim( no bairro do mesmo nome). Em uma rua sem saída e com a inscrição na entrada:
 “Morituri Mortuis”, “dos que vão morrer para os mortos”...Ali ela descia ,e esgueirando-se pelas sombras da noite, desaparecia entre os túmulos...
Não sem antes ter convidado o acompanhante a segui-la...
A lenda se tornou tão forte que qualquer loira que fosse vista sentada sozinha, a noite em um bar, causava arrepios e era evitada! Um canal de Tv nos anos 70, com objetivo de aumentar audiência, contratou uma atriz loira que perambulava pelas madrugadas, no Bonfim, vestida de branco. Isso sacramentou a lenda.





Segundo Relato:
Ouro Preto. O Bairro das Cabeças. Século XVIII em diante.

Ninguém sabe ao certo porque esse íngreme bairro ouro-pretano tem tal nome. Há varias versões. A mais difundida, da conta de que foi para lá levada a cabeça do heroico Tiradentes, um dos lideres mortos da Inconfidência Mineira, Movimento patriótico
Que surgiu em Vila Rica ( Ouro Preto hoje),influenciado pelo Iluminismo, sabotado pela traição e aviltado pela tirania.
O Alferes Joaquim Jose da Silva Xavier foi enforcado e esquartejado, no rio, então capital (21\4\1792). As partes de seu corpo foram espalhadas pela Estrada Real, como exemplo. Tendo ficado a cabeça espetada no centro de Vila Rica, para horror dos habitantes. Aí nasce a lenda; na madrugada em que a cabeça foi colocada a mostra na praça de santa Quitéria, em meio á neblina ela desapareceu!
Há ‘diversas teorias de quem teria feito isso. Uns dizem que setores da igreja, simpáticos ao movimento e que detestavam a rainha Maria I, ” a louca” teriam retirado a cabeça do alferes para poupar o herói e humilhar a soberana;
Outra linha afirma que uma escrava embriagou os guardas para que os parentes pudessem reaver os restos do Alferes;
A vertente mais plausível parece ser a de que a Maçonaria, ordem da qual veio a Inconfidência, resgatou a cabeça decepada.
E o bairro ?
Seja como for, o célebre escritor Bernardo Guimarães (“Escrava Isaura”),adquiriu uma casa de um padre de nome Gatto –neto de Borba Gato- que movido pelo nativismo recuperou o horrendo troféu e o enterrou no quintal de sua casa.
O escritor ao adquirir o imóvel, soube do fato, pelo próprio padre. Vale lembrar que Bernardo homenageou o Alferes com sua pena.

“A tua cabeça  heroica
Sobre vil poste  hasteada
Liberdade----independência,
Ate ´hoje inda nos brada”  ...

Bernardo morava no bairro das Cabeças.
Aqui terminam os fatos, começam as lendas.!


Referencias: Acervo Pessoal.

Autor: Marco Antônio E. Da Costa.




domingo, 7 de janeiro de 2018

EM UM OÁSIS.


                                   Em Um Oásis.

     “Só quem atravessa o deserto e ´ digno do Oásis.”
        Proverbio Beduíno.







Atravessa a vastidão
silencio fúnebre
solidão pastoral
ruídos noturnos,
deserto, lar de djinns
serpentes e
seres solitários.

Navegando pelas turbulências
Cansado dos jogos de poder
Viaja em seu camelo
dor muda no peito
Para não apagar a luz do coração,
Allah- bênçãos sobre Ele-
E a cigana Egípcia.

Com a proximidade do oásis
Rumor das árvores
Canto de pássaros,
Se distanciado
Do eterno mar de areia
Antes da noite fria
Como a morte

Em uma tenda
Almofadas de cetim
Ânfora de vinho
Frutas, queijo
Carneiro tostado
Lâmpadas com óleo
Recepção amorosa


Penumbra
Sussurros
Confidencias
Caricias
De branco
Ao estilo bedu,
Busca conforto

Túnica na cabeça
Retira a cimitarra
Vindo do combate
Sujo de poeira e sangue
Agua quente
Vestes despidas, vinho
Da boca com beijos

Momentos de prazer
Que se seguem,
Na sede do deserto
Encontra nos lábios
Da cigana
As aguas que lhe mitigam
A sede.

Sorvem com avidez
seus corpos,
como pirata
ela toma sua carne
e seduz
a tristeza errante
como as ciganas sabem...

E enquanto
O gélido vento noturno
Percorre as dunas.
Os amantes se completam,
Gozam seus amores
Como belas flores
Que desabrocham em um jardim.


Autor: Marco Antônio E. Da Costa.