segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Paradoxos.

 

Quais são os paradoxos que fazem sua cabeça explodir?

Paradoxo de Zenão

Estima-se que esse filósofo, da era pré-socrática, tenha desenvolvido cerca de 40 paradoxos, mas apenas 8 deles sobreviveram aos tempos atuais. Seus argumentos eram todos no sentido de provar que o universo seria único, imutável e imóvel.

Seu mais famoso paradoxo é o de Aquiles e a Tartaruga, que propõe uma corrida entre os dois, na qual a tartaruga larga com uma considerável distância de vantagem. Segundo ele, quando Aquiles alcança o ponto de partida da tartaruga, ela já avançou. Portanto, segundo Zenão, Aquiles jamais alcançará a tartaruga, pois ela sempre estará avançando e isso pode acontecer de maneira contínua e infindável.

Segundo o raciocínio de Zenão, não importa quanto tempo passe, Aquiles nunca irá alcançar a tartaruga. Isso porque ele se baseia no conceito de referencial. A tartaruga passa a ser o referencial do movimento de Aquiles e ele é regido pelo espaço dela. Contudo, a incoerência desse paradoxo é clara, já que quando é feita uma análise temporal, nota-se que Aquiles alcançaria a tartaruga em um intervalo fixo de tempo.

Paradoxo do avô

Um dos mais famosos paradoxos, sem desfecho até hoje, é chamado do paradoxo do avô: uma pessoa volta no tempo e mata, no passado, aquele que seria o seu avô no futuro. Ora, se o avô foi morto ainda criança, então a pessoa que cometeu o crime não poderia ter nascido. Mas se ela não tivesse nascido, quem teria cometido o crime contra o avô?

É um paradoxo que pode ser solucionado em duas vertentes: a primeira, a partir da existência de universos paralelos; e a segunda, com a possibilidade de existência de uma máquina do tempo.

Paradoxo dos Gêmeos

Também conhecido como Paradoxo de Langevin, envolve a dilatação temporal: um homem faz uma viagem espacial em uma nave de grande velocidade. Quando ele retorna à Terra, está mais novo que o seu irmão gêmeo, que ficou aqui movendo-se em velocidades cotidianas.

O irmão que viajou estava a uma velocidade próxima à velocidade da luz, já o que está na Terra permanece em repouso. Por isso, seria possível afirmar que o tempo corre mais devagar para aquele que está na nave.

Paradoxo do mentiroso

O paradoxo de Epiménides é um dos inúmeros (e o mais famoso) paradoxos do mentiroso existentes. Epiménides disse: "Todos os cretenses são mentirosos". Sendo que ele mesmo era um cretense. Ora, se todos os cretenses são mentirosos, será que ele está falando a verdade? E se estiver falando a verdade, a sua afirmação já não será correta, pois ele não estaria dizendo uma mentira.

Paradoxo de Fermi

Esse paradoxo levanta a contradição entre a forte probabilidade de existir vida extraterrestre, além de outros planetas semelhantes à Terra no Universo - dado a sua imensidão e idade (aproximadamente 14 bilhões de anos) -, e o fato de que, até hoje, nunca foi comprovada a existência de outras formas de vida inteligente em outros planetas.

Paradoxo de Epicuro

Se baseia nas três principais características do Deus judaico: omnipotência, onisciência e onibenevolência e da existência do mal no mundo. Para Epicuro, se duas características forem verdadeiras, a terceira é necessariamente falsa.

  • Se Deus é onisciente e onipotente, isso significa que ele tem conhecimento de todo o mal e tem poder para acabar com ele. Mas não o faz. Então, ele não é onibenevolente.
  • Se Deus é omnipotente e onibenevolente, isso quer dizer que ele tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas ele não o faz, por não saber o quanto mal existe e onde o mal está. Logo, ele não é omnisciente.
  • Se Deus é omnisciente e omnibenevolente, então ele sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Mas ele não o faz, pois não é capaz. Portanto, ele não é omnipotente.

Paradoxo do quadro Relativity

Um dos quadros mais famosos que exibem um paradoxo é o Relativity, do artista gráfico holandês M. C. Escher. Nele, você vê padrões geométricos que se confundem. Se trata de uma "pegadinha visual", na qual você tem diferentes interpretações de acordo com ângulo em que olha para a obra.

Quadro Relativity, do artista gráfico holandês M. C. Escher

Paradoxo do Soneto da Fidelidade

O poetinha Vinícius de Moraes também usava a figura de linguagem em suas composições. Um de seus mais famosos versos é um verdadeiro paradoxo. No Soneto da Fidelidade, o poeta finaliza seus versos assim:

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

Se o amor é infinito, irá durar para sempre. Mas se o amor for infinito apenas enquanto durar, então, deixa de ser necessariamente infinito.

fonte: https://www.hipercultura.com/paradoxos-famosos/

3 comentários de Edgar De Andrade Xavier e mais



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