terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Cristãos x Islâmicos.

 

Qual foi a guerra mais longa da história?

A Guerra do Cristianismo contra o Islã e vice-versa.

Até hoje não terminou.

Houve diversas tréguas.

Em nome de Deus ou de Alah se cometem todos os tipos de atrocidade.

Tudo iniciou-se no ano de 1.076 DC.

A motivação de natureza religiosa, deu início a essa guerra que se prolonga por quase 1.000 anos.

A cidade palestina de Jerusalém era local de peregrinação dos cristãos, que para lá se dirigiam com o intuito de visitar o local de sepultamento de Jesus Cristo.

Com a conquista de Jerusalém pelo Islã e o avanço de seus exércitos, a Igreja de Roma, liderada à época pelo papa Urbano II, conclamou os fiéis cristãos europeus à tomada da cidade.

Os Exércitos do Islã por meio de proteção militar, dificultavam a peregrinação dos cristãos que queriam conhecer um dos mais importantes locais por onde Jesus Cristo passou.

A Primeira Cruzada oficial foi comandada por Godofredo de Bulhão, Raimundo de Toulose e Boemundo.

Por ser comandada por estes membros da aristocracia europeia, a Primeira Cruzada também ficou conhecida como Cruzada dos Nobres.

Os regimentos cruzados saíram de várias regiões europeias, em 1096, em sua maior parte por terra, com destino a Jerusalém.

Durante o trajeto, os cruzados passaram por Constantinopla, onde conseguiram apoio dos bizantinos para a luta contra o Islã.

Conquistaram ainda as cidades de Niceia, que ficou sob controle bizantino, e Antioquia, chegando a Jerusalém no final de 1098.

Com essa retomada do local de peregrinação, os cristãos formaram o Reino Latino de Jerusalém, organizando-o com uma estrutura feudal, mantendo sob domínio do reino as localidades da Armênia Menor, o Principado de Antioquia e o Condado de Trípoli.

Essa vitória possibilitou a reabertura da rota de peregrinação a Jerusalém, bem como a criação de ordens monásticas.

A conquista de Jerusalém não durou muito, já que os muçulmanos se reorganizaram para tomar os territórios conquistados.

Segunda Cruzada foi uma expedição dos cristãos europeus, proclamada pelo papa Eugénio III em resposta à conquista de Edessa em 1144 pelos muçulmanos.

A cruzada liderada pelos monarcas Luís VII de França e Conrado III ocorreu entre 1147 e 1149 e foi um fracasso: Os cruzados não reconquistaram Edessa.

O único ponto positivo da campanha foi a recuperação de Lisboa tomada da mão do islã em 1147.

Em 1187 o líder muçulmano Saladino reconquista Jerusalém.

A reação foi organizar uma expedição que teve como principais condutores os reis da Inglaterra e da França, respectivamente Ricardo I (Ricardo Coração de Leão) e Filipe Augusto, além do imperador Federico Barba Ruiva (traduzido por alguns como Barbarossa ou Barba-Roxa), o que a levou a ser popularmente conhecida como a Cruzada dos Reis.

Embora tenha reunido inicialmente um grande exército, ela se revelou um fracasso no seu objetivo principal.

Assim como as anteriores, a expedição foi organizada a pedido de um papa, na ocasião Gregório VIII, e buscou construir e consolidar a supremacia européia durante a Idade Média.

Após o apelo de Gregório VIII, Frederico Barba Ruiva deu início à campanha, seguindo por terra à margem do Rio Danúbio.

Durante o percurso conquistou Konya, capital do sultanato muçulmano da Ásia Menor, mas no decorrer da expedição acabou morrendo afogado ao atravessar um rio na região da Cilícia.

Com a perda de seu líder, boa parte dos cruzados germânicos desistiu da empreitada.

Ricardo I e Filipe Augusto iniciaram a expedição pela Sicília em 1190, onde saquearam algumas cidades e seguiram até a Terra Santa pelo mar.

O líder britânico Ricardo I teve alguns problemas com as embarcações e levou dois meses a mais que o rei francês para chegar à Palestina.

Filipe Augusto da França desistiu da cruzada devido às más condições de saúde e retornou com sua tropas.

O rei inglês permaneceu na Palestina onde venceu as batalhas de Arsuf e de Jaffa diante de Saladino, porém suas tropas, agora sem o apoio de Filipe e de grande parte do exército alemão, não contavam com homens suficientes para sitiar a Cidade Santa.

Com o exército enfraquecido, Ricardo firma um acordo diplomático com o líder sarraceno: Jerusalém permaneceria sob domínio muçulmano em troca da garantia da abertura da Terra Santa aos peregrinos cristãos, desde que desarmados.

Os cruzados mantiveram a área conquistada, uma faixa costeira contínua de Tiro a Jafa, consolidando os estados cristãos no Oriente.

Quarta Cruzada (1202-1204) ou “Cruzada de Veneza” resultou no saque e na tomada da cidade de Constantinopla (atual Istambul) e na instauração do Império Latino.

O objetivo inicial da cruzada era tentar retomar a cidade de Jerusalém.

O primeiro local tomado pelos cruzados foi o porto de Zara, no território da atual Croácia, dominado pelos húngaros.

Este local era um ponto estratégico na liberação da navegação no mar Adriático.

Depois, cerca de 150 navios e galeras se deslocaram para a capital do Império Bizantino, tomando a cidade de assalto por duas vezes, em julho de 1203 e abril de 1204.

Após longas e sangrentas batalhas, os cruzados tomaram a cidade e formaram um parlamento de 12 votantes, que elegeram Balduíno, conde de Flandres, como o novo monarca de Constantinopla, sendo coroado em maio de 1204, na Catedral de Santa Sofia, conhecida como Hagia.

Os cruzados ainda infligiram pesados prejuízos financeiros à cidade, como o intenso saque realizado em quase todos os templos da rica cidade bizantina.

Ouro, prata, joias preciosas e demais tesouros foram enviados a Veneza e comercializados na Europa.

A conquista de Constantinopla e a formação do Império Latino demonstraram que os objetivos das cruzadas não eram apenas religiosos.

Sendo o objetivo inicial a retirada dos muçulmanos de Jerusalém, por que os europeus invadiram e saquearam um império cristão, como o Bizantino?

A cidade foi retomada pelos bizantinos em 1261, quando Miguel VIII Paleólogo derrubou Balduíno II, pondo fim ao Império Latino de Constantinopla.

Mas as marcas de tal invasão ficaram impressas na relação entre as igrejas católicas do Ocidente e do Oriente, que haviam se separado em 1054, no conhecido Cisma do Oriente.

Os ressentimentos gerados pela invasão à Constantinopla e a pilhagem de inúmeras relíquias religiosas bizantinas só seriam amenizados quase 800 anos depois.

Em 2004, o papa João Paulo II devolveu as relíquias dos mártires da Igreja Cristã Ortodoxa, que foram roubadas na Igreja de Santa Sofia, ao patriarca ecumênico ortodoxo.

Houve relativa paz por cerca de 250 anos, principalmente pelas disputas entre a França e a Inglaterra nesse período.

A “Queda de Constantinopla”, ocorrida em 29 de maio de 1453, é tão importante para a história mundial que foi eleito por historiadores do século XIX como aquele que encerrava o período histórico da Idade Média e, por conseguinte, dava início à Idade Moderna.

Quando Mehmet II marchou com suas tropas para Constantinopla, em 1453, não estava disposto a negociar acordos como fizeram os sultões que o antecederam, de modo a manter a paz conseguida por cerca de 250 anos.

Seu objetivo era claro: tomar a cidade e fazer dela o centro de um império ainda mais vasto para os muçulmanos.

A ocupação da cidade foi rápida e uma das primeiras ações do sultão foi descaracterizar a basílica de Hagia Sofia (Igreja Cristã Ortodoxa bizantina) e transformá-la em Mesquita.

Este Império Otomano, de religião Muçulmana, logo mudaria o nome de Constantinopla para Istambul, e chegou ao seu apogeu nos três séculos seguintes.

Em 1514, Selim, o Terrível, começou a conquista otomana muçulmana sistemática da região.

A Síria foi ocupada em 1516 e o Egito em 1517, extinguindo a linhagem dos reis originais egipcios.

Os otomanos uniram toda a região sob um só governo, pela primeira vez desde o reinado do califa abássida do século X, e mantiveram o controle do mesmo por 400 anos.

Os otomanos muçulmanos também conquistaram toda a Grécia, os Balcãs, e a maior parte da Hungria, definindo a nova fronteira entre o leste e o oeste ao norte do Danúbio.

Em 1700, os otomanos foram expulsos da Hungria e a balança de poder na fronteira tinha mudado decisivamente em favor dos cristãos.

Embora algumas áreas da Europa otomana, como a Albânia e a Bósnia, viram muitas conversões ao islã, a área, de maioria cristã ortodoxa, nunca foi culturalmente absorvida pelo mundo muçulmano.

Em 1798, Napoleão Bonaparte liderou uma expedição militar contra o Egito, mas não conseguiu conquistá-lo.

O Império Otomano sofreu sua primeira revolta nacionalista em grande escala, pelos gregos, que terminou com a independência da Grécia em 1823.

A França anexou a Argélia em 1830 e a Tunísia em 1878.

Os britânicos ocuparam o Egito em 1882, embora o tenha mantido sob soberania nominal muçulmana.

Os britânicos também estabeleceram um controle eficaz no Golfo Pérsico, e os franceses estenderam sua influência no Líbano e na Síria.

Em 1912, os italianos tomaram a Líbia e as ilhas de Dodecaneso, ao largo da costa da região central da Anatólia otomana.

Os otomanos aliaram-se à Alemanha para protegê-los das outras potências ocidentais, mas o resultado foi o aumento da dependência financeira e militar da Alemanha.

Dentro do império Otomano/muçulmano, restava parte de cristãos bizantinos na Armênia.

Com o eclodir da Primeira Guerra Mundial, boa parte dos combatentes armênios, bem como da liderança política e intelectual desse povo, aliou-se a outros povos contra os turcos na primeira guerra mundial.

Alguns combatentes armênios lutaram junto aos russos (inimigos históricos do Império Turco-Otomano).

As autoridades muçulmanas turcas alegaram tal fator como alta traição e usaram esse subterfúgio para instituir uma política sistemática de morte contra a população da Armênia.

Em uma tentativa de manter seu poder, levaram ao massacre de 1,5 milhão de armênios cristãos e deportaram os armênios restantes para fora de sua terra natal.

Isso é bem documentado e é conhecido como o primeiro genocídio do século - o genocídio armênio. Até agora, a Turquia nega as mortes dos armênios.

Nas Guerras dos Bálcãs de 1912-1913, ainda dentro da Primeira Guerra Mundial, os otomanos muçulmanos foram expulsos do continente europeu por completo, exceto da cidade de Constantinopla e seus arredores.

Com o fim da guerra, a Armênia foi anexada à URSS. Entretanto, a população de armênios que conseguiu voltar para regiões centrais da Turquia passou a ser novamente alvo de ataques dos turcos muçulmanos.

A violência foi dirigida a armênios que haviam retornado às suas casas na Anatólia Oriental após o final da Primeira Guerra Mundial.

As execuções, torturas, expulsões e maus-tratos foram arquitetados e promovidos pelo governo nacionalista de Mustafá Kemal Atatürk, considerado o pai da Turquia moderna.

Em 1923, a população armênia Cristã na Turquia estava restrita à comunidade existente em Constantinopla.

A guerra Cristã - Muçulmana continuou na Palestina.

Na área, que então pertencia ao Império Otomano muçulmano, viviam cerca de 500 mil árabes.

Os Cristãos ocidentais incentivaram a imigração de judeus para a Palestina.

Enquanto esta imigração aumentava, foram surgindo os confrontos.

No início da 1ª Guerra Mundial, em 1914, já havia 60 mil judeus vivendo na Palestina.

Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), o fluxo de imigrantes aumentou drasticamente, porque milhões de judeus se dirigiam à região fugindo das perseguições dos nazistas na Europa.

Após uma tentativa frustrada da ONU de resolver o confronto com a criação de um Estado duplo (árabe e judeu), Israel declarou independência em 14 de maio de 1948. Neste ano, os judeus na Palestina já somavam 600 mil.

Após a criação de Israel, os exércitos muçulmanos do Egito, Jordânia, Síria e Líbano atacaram, mas foram derrotados, com a ajuda dos cristãos.

O suporte Cristão continuou até que na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a vitória de Israel mudaria o mapa da região.

O Estado judeu derrotou novamente Egito, Jordânia e Síria e conquistou, de uma só vez, Jerusalém Oriental, as Colinas de Golan e toda a Cisjordânia – região de maioria árabe e reclamada pela Autoridade Palestina e pela Jordânia.

Em 1973, Egito e Síria lançaram uma ofensiva contra Israel no feriado do Dia do Perdão (Yom Kippur), mas foram novamente derrotados.

Desde então, a disputa pelo território – também considerado sagrado pelos árabes – transformou a região em uma das mais tensas do Oriente Médio.

De um lado, Israel usa seu poderio militar para manter a ocupação. Do outro, os palestinos tentam alcançar seu objetivo de criar um Estado próprio.

As cruzadas tomaram nova face. Desta vez os guerreiros são judeus de Israel.

Irã, Iraque, Afeganistão são ainda desdobramentos das guerras iniciadas em 1076.

Recentemente novamente a catedral de Sofia foi transformada em mesquita.

A guerra não terminou.

Em nome de Deus e de Alah que são o mesmo, as coisas mais abomináveis são cometidas.
















Nenhum comentário:

Postar um comentário