segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Atlantida.

 

Atlântida realmente existiu?

Sim, sem dúvida que "existiu", mas não na forma fantasiosa que as pessoas imaginam.

A lenda tem bases reais, e essa base é a ilha de Creta e a Civilização Minóica, assim como o seu fim repentino causado pela catastrófica explosão da Ilha de Tera (atual Santorini).

Civilização Minoica:

«Também conhecida como **Civilização Cretense** (Civilização Cretense - História), a **Civilização Minóica** é aquela que se desenvolveu na Ilha de Creta (Ilha de Creta - Grécia - Geografia), a maior do Mar Egeu (Mar Egeu - Geografia), entre os séculos XX e XV a.C. Ou seja, ela se desenvolveu durante o período conhecido como Idade do Bronze (Idade do Bronze - Pré-História) e marca o início do agrupamento humano com domínio dos metais (Metais - Tabela Periódica - Química) e do desenvolvimento das primeiras civilizações do que conhecemos hoje por Europa.

De acordo com os estudos arqueológicos a agricultura na região é datada de 5.000 anos a.C. A partir deste momento homens e mulheres já vivem de forma sedentária. A partir de 2.700 a.C. tem-se o domínio do bronze. Sabe-se que o domínio da técnica da metalurgia (Metalurgia - O que é metalurgia?) permitiu a confecção de ferramentas e armamentos que auxiliaram na sobrevivência dos grupos humanos e possibilitaram construções mais complexas.

A Civilização Minóica a se estabelecer como civilização na Europa. Sua forma de vida baseava-se, especialmente, no comércio externo, através do Mar Mediterrâneo. Por isso dominavam a navegação e faziam significativas trocas – comerciais e culturais – com outros povos. Como na região não tinham acesso a fontes de metais, produziam excedente agrícola para fazer trocas com outros povos.

Grandes comerciantes, eles foram responsáveis por desenvolver sistemas de peso e de medidas, e também um sistema de escrita, hieróglifa, próxima à desenvolvida no Egito. Isso nos leva a crer que além das trocas comerciais esses povos trocavam conhecimento e cultura pelos mares. Assim, traços da cultura egípcia e mesopotâmica foram incorporados pela civilização minoica.

Os cretenses produziram também arte em diversos suportes e com diversos materiais. Desenvolveram a olaria – a arte em barro e cerâmica, utilizavam pedras preciosas e os metais serviam não só para a utilização no cozimento e armazenagem de alimentos ou para armamentos. A utilização do bronze se disseminou por todo o Mar Egeu e marcou o desenvolvimento cultural da civilização minoica.

A principal cidade da civilização minoica era Knossos. Foi ela que foi tomada pelos aqueus, o primeiro povo indo-europeu a chegar na região. ….»

in Civilização Minóica - História

Palácio de Knossos

Repare aqui em dois aspetos:

A Ilha de Creta era um centro comercial ultramarino e foram mais tarde conquistados pelos aqueus. Mais à frente vou retomar este tema.

Agora sobre a ilha de Tera (atualmente denominada S. Torini)

« Há cerca de 3.500 anos, um acontecimento cataclísmico aniquilou a civilização da Idade do Bronze em Creta, no mar Egeu. O culpado evidente pelo desastre foi o vulcão da ilha de Santorini, que se sabe ter entrado em erupção mais ou menos àquela época.

Mas o enigma de como um vulcão situado numa ilha a 120 km de distância poderia haver provocado a destruição da civilização minóica vem intrigando arqueólogos há 60 anos. Agora é possível que tenham encontrado uma resposta.

A erupção na ilha Santorini foi provavelmente uma das maiores da história. A mais destrutiva da era moderna foi a do monte Krakatoa, na Indonésia, em 1883. Mas a cratera que restou em Santorini é quatro vezes maior do que a do Krakatoa. A partir dessas evidências, os vulcanólogos estimam que o vulcão antigo deve ter expulso duas a três vezes mais cinzas e rochas do que o Krakatoa.

Nas décadas de 60 e 70, arqueólogos supunham que os minóicos tivessem sido mortos por uma chuva de cinzas incandescentes, que teria caído sobre Creta após a erupção. Mas exames geológicos, realizados no leito do mar Egeu, indicam que a maior parte das cinzas do Santorini caiu sobre o Egeu oriental e o oeste da Turquia. Creta foi relativamente pouco afetada.

Onda gigantesca

(…)

A velocidade com que uma onda se desloca no oceano depende da profundidade da água. Entre Santorini e Creta, a profundidade varia entre algumas centenas de metros e cerca de 2.000 metros.

Para Monaghan, essa variação teria dirigido a onda principalmente à costa norte de Creta, desviando-a de outras regiões costeiras da ilha. Ele calcula que, em consequência disso, a costa cretense deve ter sido varrida por ondas de até 40 metros. "É a altura de um prédio de 12 andares", diz ele.

A pior destruição não teria ocorrido quando o tsunami atingiu a costa da ilha. "Quando uma onda atinge a costa, ela sobe pela praia muito tranquilamente, com um aumento relativamente pequeno da altura da água sobre a linha costeira, e tudo é inundado." Até aí, tudo tranquilo. Mas, depois disso, a onda é refletida das serras situadas atrás das planícies, e é apenas quando ela está retornando ao mar que se desencadeia toda a força destrutiva do tsunami.

(…) »

Folha de S.Paulo - O fim da civilização minóica - 20/7/1997

Ilha de Tera, antes e depois da explosão catastrófica:

Ilha de Santorini, atualmente

Reconstrução da catastrofe

Agora voltando à Atlântida.

Foi dito a Platão que a Atlântida foi um grande Imperio, que conquistou muito povos e que só os atenienses lhes fizeram frente. Os deuses zangaram-se com os atlantes pela sua soberba, e a Atlântida foi submersa pelos mares. Esta é a lenda que contaram ao filosofo ateniense.

A História: a civilização minóica teve grandes frotas de navios comerciais. Podem ter também feito ações militares. Nessa altura ainda não havia atenienses do periodo classico, mas já existiam os aqueus, antepassados dos atenienses. E sim, os aqueus derrotaram os minóicos em campo de batalha.

Entretanto, a explosão de Tera provocou mega-tsunamis, que destruiram as principais cidades minóicas (situadas à beira mar), destruiram as frotas e mataram muitas pessoas.

Os egipcios, que durante muito tempo foram atormentados por raides dos minoicos terão se apercebido do desastre (ondas gigantescas a desvastar as costas do Egipto, fumo da explosão vulcânica, etc), e que de repente viram-se livres dos atacantes. Terão interpretado que os deuses castigaram os seus inimigos…

Guerreiros aqueus (tecnologia da Idade do Bronze)


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