Indubitavelmente, a raiz da identidade romana surgiu muito cedo, por volta do final do século VI AEC/a.C., quando a República Romana, o antigo estado centralizado ao redor da cidade de Roma, que começou em 509 AEC/a.C., quando a monarquia fora substituída por magistrados eleitos. Essa experiência política extraordinária durou até 27 AEC/a.C., quando o Império Romano fora formalmente estabelecido.
Já que a escrita histórica em Roma não começou até o final do século III AEC/a.C., quando Roma já havia completado sua conquista da Itália e se estabelecido como uma grande potência do mundo antigo, não há muitos registros de seus anos iniciais; no entanto, apesar da existência de material factual esparso, as primeiras histórias romanas forneceram breves resumos de fatos e estórias, que os historiadores gradualmente embelezaram.
Essencialmente, uma série de atos heroicos de bravura e patriotismo foram inculcados nas mentes das crianças romanas, para que crescessem "duras como pregos, capazes de suportar enormes privações, tanto físicas quanto psicológicas." Assim sendo, a "dureza" e a "intrepidez" eram absolutamente centrais para a identidade de cada cidadão - homem e mulher - da república romana.
Existem, especificamente, dois episódios históricos notáveis, os quais demonstram a fibra romana, significativamente sem precedentes, e do patriotismo, que foram celebrados ao longo da história desta nação arcaica:
- Caius Mucius Scaevola tentou matar o rei etrusco Lars Porsena porque ele havia dado apoio ao exílio de Lucius Tarquinius Superbus, o último rei romano
*(1). No entanto, ele assassinou, por engano, um dos assistentes do rei.
Ao ser preso, ele ergueu uma das mãos sobre uma chama e a manteve lá enquanto ela queimava, pronunciando as seguintes palavras: "Civis Romanus sum... Et facere et pati fortia Romanum est" = "Eu sou um cidadão romano... É a característica de um romano tanto agir como sofrer bravamente. " - Uma nobre dama - Lucretia - um dia depois de ser estuprada por um dos filhos do rei, apareceu diante do marido, vestida de preto e, após fazê-lo jurar que se vingaria do que estava prestes a revelar, ela o informou sobre o crime e, logo em seguida, esfaqueou-se até a morte com uma adaga escondida.
Dados esses valores nobres, dificilmente seria surpreendente que, "qualquer romano de sangue azul", fosse extremamente tradicional e conservador, pois ele*(2) acreditaria intensamente na importância do comportamento de seus ancestrais remotos. Para ilustrar tal célebre caráter romano, existe uma frase latina, a saber: "mos maiorum" - "os costumes dos grandiosos".
Certamente, essa sóbria virtude romana, a "seriedade" - em latim: "Gravitas" - é claramente ilustrada pelos retratistas romanos, que sempre se empenharam em fazer seus "modelos" parecerem o mais seriamente possível. O oposto deste conceito - Levitas - era visto como a marca de uma mente inferior, incluindo a das mulheres.
* (1) Lucius Tarquinius Superbus foi, tradicionalmente, o sétimo e último rei de Roma, aceito por alguns estudiosos como uma figura histórica. Seu reinado é datado de 534 a 509 AEC/a.C.
*(2) (o uso de ELE) Levando em consideração que, embora houvesse algumas extraordinárias mulheres romanas, que puderam exercer suas influências por trás dos bastidores, seu único propósito era de proporcionar filhos para a perpetuidade da República e, posteriormente, para o império.
FONTES DE PESQUISA:
República Romana - origem, resumo, organização social
Tarquínio, o Soberbo – Wikipédia, a enciclopédia livre
Caio Múcio Cévola – Wikipédia, a enciclopédia livre
IMAGENS:
O julgamento de fogo de Gaius Mucius Scaevola por Jacob de Wit
Lucretia- A mulher que acabou com a monarquia romana
O que significa ser um cidadão romano? (observe a aparência bastante severa)
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