.Internato.
Uma quinze anos,dezesseis a outra,
Dormiam as duas no mesmo quarto.
Numa noite abafada de setembro:
Frágeis,olhos azuis,rubor de frutas.
Para ficar a gosto as duas tiram
As finas camisolas perfumadas.
A mais moça abre os braços e se arqueia
E a beija a irmã ,com as mãos nos seus seios,
Depois cai de joelhos,fica atrevida
E tumultuosa e doida e sua boca
Afunda no ouro claro,em meio as sombras;
Mas a menina ,nos dedos mimosos
vai recontando as valsas prometidas
E,corada,Sorri com inocência.
Costas.
A noite vi duas mulheres das mais finas.
A cena era num baile ,as coisas que se sonha!
Uma das duas era magra,loura,um olho azul,
Um negro,e o olhar desiludido que nos fixa.
A outra morena,olhar matreiro enganador ,
Seios alegremente oferecidos,dignos
De algum semideus!As duas mulheres tinham,
Ocultos pelo farfalhar de seus vestidos,
Torsos belíssimos,doidos de excitação
Aos quais ,se falassem,mais nada faltaria:
Retaguarda regia nas lutas do prazer.
E essas senhoras da mais alta sociedade
Tentavam empenhar o elã de meu desejo,
Sem poder compreender a minha indiferença.
Verlaine.
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