₪ Cultura Pagã - Calendário Politeísta: 31 de outubro
Na mitologia grega, Perséfone (em grego Περσεφόνη) é a deusa das ervas, flores, frutos e perfumes. É filha de Zeus e Deméter, a deusa da agricultura, estações anuais, casamento e feminilidade; tendo nascido após o casamento de seu pai com Métis e antes do casamento com Hera. Criada no Olímpo, lar da nobreza divina, Perséfone foi sequestrada por seu tio Hades, mudando-se para o mundo inferior. Socorrida por seu meio-irmão Hermes, Perséfone passou a morar metade do ano no Olímpo nas estações primavera e verão e outra no mundo dos mortos nas estações de outono e inverno, quando era chamada de Koré pelos demais deuses ctônicos. A ela eram consagrados os chás de plantas como alecrim e sálvia; além das abelhas e do mel.
O mito
Os deuses, Hermes, Ares, Apolo e Dioniso todos cortejaram-na. Deméter rejeitou todos os seus dons e escondeu a filha longe da companhia dos deuses.
“ Todos os que habitavam em Olimpo foram enfeitiçados por esta menina (Perséfone), rivais no amor a menina casar, e Hermes ofereceu seus dotes para uma noiva. E ele ofereceu a sua vara como dom para decorar seu quarto (como preço da noiva para a mão dela em casamento, mas todas as ofertas foram recusadas por sua mãe Deméter). ”
— Nono de Panópolis , Dionysiaca 5.562.
Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades que a pediu em casamento. Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão. Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a enquanto ela colhia flores com as ninfas, entre elas Leucipe e Ciana, ou segundo os hinos Homeroicos, a deusa estava também junto de suas irmãs Atena e Ártemis. Hades levou-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.
Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Ninguém queria lhe contar o que havia acontecido com sua filha, mas Deméter depois de muito procurar finalmente descobriu através de Hécate e Hélio que a jovem deusa havia sido levada para o mundo dos mortos, e junto com Hermes, foi buscá-la no reino de Hades (ou segundo outras fontes, Zeus ordenou que Hades devolvesse a sua filha). Como entretanto Perséfone tinha comido algo (seis sementes de romã) concluiu-se que não tinha rejeitado inteiramente Hades. Assim, estabeleceu-se um acordo, ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Koré (Cora, para os romanos) ou Core, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone (Proserpina, para os romanos) . Este mito justifica o ciclo anual das colheitas.
A rainha
Perséfone é descrita como uma mulher de olhos escuros por Opiano, possuidora de uma beleza estonteante, pela qual muitos homens se apaixonaram, entre eles, Pírito e Adônis. Perséfone não foi amante de Adônis mas se "apaixonou" por ele quando ainda era um bebê, pois Afrodite pediu para ela cuidar dele e ela não queria devolver mais. Afrodite se torna rival dela, quer ficar com o menino o tempo todo e depois, quando ele já está adolescente, torna-se amante de Afrodite.
Hades e Perséfone tinham uma relação calma e amorosa. As brigas eram raras, com exceção de quando Hades se sentiu atraído por uma ninfa chamada Menthe, e Perséfone, tomada de ciúmes, transformou a ninfa numa planta, destinada a vegetar nas entradas das cavernas, ou, em outra versão, na porta de entrada do reino dos mortos. Persefone interferia nas decisões de Hades, sempre intercedendo a favor dos heróis e mortais, e sempre estava disposta a receber e atender os mortais que visitavam o reino dos mortos à procura de ajuda. Apesar disso, os gregos a temiam e, salvo exceções, no dia a dia evitavam falar seu nome (Perséfone) chamando-a de Hera infernal.
O culto
Entre muitos rituais atribuídos à entidade, cita-se que ninguém poderia morrer sem que a rainha do mundo dos mortos lhe cortasse o fio de cabelo que o ligava à vida. O culto de Perséfone foi muito desenvolvido na Sicília, ela presidia aos funerais. Os amigos ou parentes do morto cortavam os cabelos e os jogavam numa fogueira em honra à deusa infernal. A ela, eram imolados cães, e os gregos acreditavam que Perséfone fazia reencontrar objetos perdidos.
Descendência e consortes
Nos cultos órficos, Dionisio era também amante de Persefone, o deus passava intervalos de tempo na casa da rainha dos mortos, e junto com ela era cultuado nos mistérios orficos como símbolo do renascimento. Conta-se, ainda, que Zeus, o pai da Perséfone, teve amor com a própria filha, sob a forma de uma serpente. Preciosas informações retiradas de antigos textos gregos, citam que Perséfone teve um filho e uma filha com Zeus: Sabázio e Melinoe era de uma habilidade notável, e foi quem coseu Baco na coxa de seu pai. Com Heracles, (Algumas versões citam Zeus ou até mesmo Hades) teve Zagreus, que seria a primeira reencarnação de Dionisio . Perséfone, com Hades, é mãe de Macária, deusa de boa morte.
Outras relações
Apesar de Perséfone ter vários irmãos por parte de seu pai Zeus, tais como Ares, Hermes, Dionísio, Atena, Hebe, Apolo, entre outros, por parte de sua mãe Deméter, tinha um irmão, Pluto, um deus secundário que presidia às riquezas. É um deus pouco conhecido, e muito confundido como Plutão, o deus romano que corresponde a Hades. Tinha também como irmã e irmão, filhos de sua mãe, uma deusa chamada Despina e um equino chamado Árion. Despina foi abandonada pela mãe de ambas ao nascer. Por isso ela tinha inveja da deusa do mundo dos mortos, até porque Demeter se excedia em atenções para a rainha. Em resposta, a filha rejeitada destruía tudo que Perséfone e sua mãe amavam, o que resultaria no inverno.
Representação
A rainha é representada ao lado de seu marido, num trono de ébano, segurando um facho com fumos negros. A papoula foi-lhe dedicada por ter servido de lenitivo à sua mãe na ocasião de seu rapto. O narciso também lhe é dedicado, pois estava colhendo esta flor quando foi surpreendida e raptada por Hades. A ela também eram associadas as serpentes.
Epitetos e nome
Perséfone antes de ser raptada por Hades se chamava Koré (Cora ou Coré em sua forma latinizada). E, outros dialetos, ela é conhecida por vários nomes: Persefassa (Περσεφάσσα), Persefatta (Περσεφάττα), Persefoneia (Περσεφονεία), Pherepafa (Φερέπαφα). Seu nome infernal significa "Aquela que destrói a luz", enquanto Koré significa "moça virgem". Em Roma ela tinha vários títulos entre os quais Juno (Hera) Inferna. Perséfone tem muitos Epitetos, entre eles estão:
Despoina, significa senhora
Karpophoros, significa frutífera
Ctonica, significa do submundo
Leptynis, significa destruidora
Megala Thea, significa grande deusa
Prôtogonê, significa primogênita
Sôteira, significa salvadora
Hagne, significa sagrada
Daeira, significa sábia
Praxidikê, executora da justiça
Epaine, significa temível
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Hécate (em grego clássico: Ἑκάτη Hekátē ou Ἑκάτα Hekáta; transl.: Hekátē) é uma deusa da mitologia grega, naturalizada na Grécia micénica ou na Trácia, mas oriunda das cidades cárias de Anatólia, região onde se atestam a maioria dos seus nomes teofóricos, como Hecateu e Hecatomno, e onde Hécate era vista como Grande Deusa em períodos históricos, no seu inigualável lugar de culto em Lagina. Deusa das terras selvagens e dos partos, era geralmente representada segurando duas tochas ou uma chave, e em períodos posteriores na sua forma tripla. Estava associada a encruzilhadas, entradas, fogo, luz, a lua, magia, bruxaria, o conhecimento de ervas e plantas venenosas, fantasmas, necromancia e feitiçaria. Ela reinara sobre a terra, mar e céu, bem como possuía um papel universal de salvadora (Soteira), Mãe dos Anjos e a Alma do Mundo Cósmico. Ela era uma das principais deidades adoradas nos lares atenienses como deusa protetora e como a que conferia prosperidade e bênçãos diárias à família.
Hécate pode ter se originada entre os Carianos na Anatólia, onde variações do seu nome são usadas para dar nome a crianças. William Berg observa, "Como as crianças não recebem nomes de espectros, é seguro assumir que os nomes carianos envolvendo hekat- referem-se a uma deidade principal livre da escuridão e de ligações com o submundo e bruxaria associadas à Hécate da Atenas clássica."Ela também parece associada à deusa romana Trivia, com a qual foi identificada em Roma.
Nome
A etimologia do nome Hécate (Ἑκάτη, Hekátē) não é conhecida, e existem algumas sugestões para a mesma:
Da palavra grega que significa 'vontade'.
de Ἑκατός Hekatos, um epíteto obscuro de Apolo. Neste caso é traduzido como "a que opera à distância", "a que remove ou move" , "a que alcança longe" ou "a que lança dardos longe".
o nome da deusa egípcia do nascimento, Heket.
Representações
As representações gregas mais antigas mostram a deusa com apenas uma face, e não com a forma tripla. Farnell aponta "a evidência dos monumentos em relação ao caráter e significância de Hécate é quase tão completa quanto da literatura. Mas é só no período mais tardio que ela começa a expressar sua natureza múltipla e mística".
O monumento mais antigo conhecido é uma pequena terracota encontrada em Atenas, com uma dedicação a Hécate, no estilo de escrita do 6º século. A deusa aparece sentada em um trono com uma grinalda em torno de sua cabeça, mas sem qualquer atributo ou caractere, e o único valor desta obra, que é de um tipo evidentemente geral e tem uma referência especial e nome meramente da inscrição, é que ela prova que a forma simples como sendo a mais antiga, e datando seu conhecimento em Atenas para antes da invasão persa.
O viajante do segundo século Pausânias declarou que Hecate foi representada em triplicata pela primeira vez pelo escultor Alcamenes, no período Grego Clássico do final do século 5 AEC, em uma estátua que foi colocada em frente à deusa Nike Áptera. As convenções antropomórficas gregas resistiram à representação dela com três faces, uma escultura votiva da Ática do século 3 AEC mostra três imagens simples contra uma coluna, em torno da qual dançam as Graças. Algumas representações clássicas mostram ela como uma triplicata de deusas segurando uma tocha, uma chave, serpentes, adagas e vários outros itens. Representações tanto de uma deusa simples e com formato triplo, bem como descrições com quatro cabeças continuaram a surgir pela história.
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