segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Cecilia.

 .Pássaro.

"Aquilo que ontem cantava

já´não canta.

Morreu de uma flor na boca:

não do espinho na garganta.


Ele amava a água sem sede,

e,em verdade,

tendo asas ,fitava o tempo,

livre de necessidade.


Não foi desejo ou imprudência :

não foi nada.

E o dia toca em silencio

a desventura causada.


Se acaso isso e´desventura:

ir-se a vida

sobre uma rosa tão bela

por uma tênue ferida.

Cecilia Meireles.

M.

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