sábado, 6 de novembro de 2021

Agnodice.

 

Quando as mulheres começaram a praticar medicina sem sofrer perseguição dos homens?

Senhoras e senhores, conheçam Agnodice (Αγνοδίκη), a primeira parteira e médica da antiga Atenas.

Era uma vez (século IV a.C.) em Atenas, uma jovem chamada Agnodice que queria ser médica, mas as mulheres estavam proibidas de praticar a medicina na época. Mas por ter ficado horrorizada com o número de mortalidades maternas e perinatais, ela se disfarçou: cortou o cabelo, vestiu-se de homem e viajou para Alexandria (no atual Egito). Assim, ela estudou medicina com Herófilo, um médico grego, e mais tarde voltou a Atenas para colocar em prática o que havia aprendido.

Lá ela conheceu sua primeira paciente em trabalho de parto e se ofereceu para ajudar no parto, mas a mulher recusou porque Agnodice lhe parecia um homem.

Então Agnodice tirou suas roupas, revelando que ela era uma mulher e teve permissão para tratá-la. Ela começou a atender as mulheres dessa maneira. Mas os demais médicos começaram a desconfiar que as mulheres procuravam Agnodice durante a gravidez, a quem consideravam um homem. Eles acreditaram que ela era um sedutor e corruptor de mulheres e a colocaram diante do júri (Areópago) para ser julgada por seus supostos atos.

E o que ela fez lá para provar sua inocência?

Ela simplesmente tirou a roupa para mostrar ao tribunal que era mulher, mas os homens que a levaram ao tribunal ficaram indignados porque ela havia infringido a lei ateniense ao praticar a medicina como mulher. Então ela foi condenada à morte! Em resposta a isso, as mulheres de Atenas invadiram o tribunal e defenderam Agnodice, afirmando: “Vocês não são maridos, mas inimigos, porque vocês condenam aquela que trouxe-nos a salvação”. Então, os atenienses mudaram a lei. Desde então, as mulheres puderam estudar e praticar medicina legalmente e este é o final feliz da história!

Foto de perfil de Marco Antonio Costa

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