domingo, 8 de agosto de 2021

Augusto dos anjos.

 Aos meus filhos

Na intermitência da vital canseira,
Sois vós que sustentais (Força Alta exige-o ...)
Com o vosso catalítico prestígio,
Meu fantasma de carne passageira!
Vulcão da bioquímica fogueira
Destruiu-me todo o orgânico fastígio ...
Dai-me asas, pois, para o último remígio,
Dai-me alma, pois, para a hora derradeira!
Culminâncias humanas ainda obscuras,
Expressões do universo radioativo,
Ions emanados do meu próprio ideal,
Benditos vós, que, em épocas futuras,
Haveis de ser no mundo subjetivo,
Minha continuidade emocional!
- Augusto dos Anjos, in "Eu e outras poesias". 42ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
Leia outros poemas do poeta em:

Nenhum comentário:

Postar um comentário