ECO E NARCISO
Eco consumira-se na paixão por aquele homem vaidoso que não merecia um olhar.
No final de seu sofrimento, não havia mais nada dela além de um sussurro no ar, um eco.
Narciso, que permaneceu entorpecido, frio até o fim, apaixonado apenas por si mesmo, foi então afogado em um lago na tentativa de alcançar seu próprio reflexo.
Eco e Narciso parecem tão diferentes e a nossa simpatia é toda para a pobre Eco.
No entanto, em uma inspeção mais próxima, eles representam os dois lados da mesma moeda.
Cada um dos dois precisa de uma reflexão.
Narciso busca e ama a si mesmo de maneira manifesta e óbvia.
Mas também Eco busca, no objeto de amor exclusivo, um reconhecimento exclusivo de si mesma.
Cada um dos dois busca desesperadamente a si mesmo, fechando-se não só para o outro, mas também para o mundo.
Do mito, ainda uma lição preciosa: uma relação real, uma relação saudável de amor, é sempre baseada na comunicação, no encontro, no conhecimento e compreensão mútuos.
E sobre se abrir para a vida com entusiasmo. (r.l.)
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Solomon Joseph Solomon, "Echo and Narcissus",
1895, óleo sobre tela, Museu do Estado de Omsk
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