domingo, 29 de agosto de 2021

Hetairas.

 

Como as hetairas se consagraram como renomadas cortesãs intelectuais na Grécia antiga?

Transar e manter uma conversa intelectual à altura - Estes eram os atributos esperados dessas belas e cultas mulheres que estavam à diposição da aristocracia na Grécia antiga. A fama das hetairas atravessou os tempos e chegou até nós com uma aura de que algumas mulheres optavam por essa vida por livre e espontânea vontade, segundo alguns historiadores. No entanto, nem todas estavam nessa "vida" por opção.

Muitas hetairas eram provavelmente mulheres de classe alta que se tornaram escravas após a conquista de sua cidade-estado na Grécia ou de outros estados fora da Grécia. A captura de mulheres para torná-las escravas prostitutas é atestada já no século VIII aC. Também havia mulheres que escolheram a profissão e assim se tornaram trabalhadoras independentes, ou aquelas que foram forçadas a isso por circunstâncias como dívidas por não poderem contar com parentes do sexo masculino para sustentá-las. Naturalmente, uma das maiores diferenças entre os tipos de prostitutas era o preço, que poderiam custar desde apenas "um obol", chegando a 500 dracmas ou 3 mil obols as hetairas de primeira classe. A prostituição era uma parte aberta e legal da sociedade grega, onde bordéis públicos eram frequentemente financiados pelo estado porque eram vistos como uma parte necessária da vida diária. E as hetairas eram consideradas participantes normais nos entretenimentos aceitos por aqueles que podiam pagar por eles. Segundo a tese "MULHERES EM ATENAS, NO SÉCULO IV: O TESTEMUNHO DO CONTRA NEERA, DE DEMÓSTENES", de Eduarda Tavares Peters e Fábio Vergara Cerqueira, "além da beleza, elas se destacavam pelas artes que dominavam como a dança, tocar instrumentos e, inclusive, conhecimentos filosóficos, por conta desses fatores podiam até escolher seus próprios clientes. As hetairas, além do privilégio de poderem opinar e debater questões políticas, não estavam submetidas a normas de conduta em relação ao seu comportamento, ou seja, ao modo de se vestir, agir, e se comportar em público".

Uma das hetairas mais famosas da história trata-se da moçoila Frinéia, que nasceu em Thespies, mas viveu a maior parte de sua vida em Atenas no século 4 AC. Frinéia se tornou célebre por ter sido modelo do escultor Praxíteles, criador das estátuas de Hermes e Dionísio em Olimpia:

Diz a lenda que Frinéia serviu de modelo para as várias cópias de estátuas de Afrodite, de Praxíteles. Ela, no entanto, se viu em maus lençóis quando fora acusada de profanar os "Mistérios de Elêusis" (ritos de iniciação ao culto de deusas agrícolas), chegando a ser processada por seus acusadores. Frinéia, no entanto, foi defendida pelo orador Hipérides, um de seus amantes. Quando Hipérides percebeu que o veredito seria desfavorável, rasgou o manto da bela Frinéia, exibindo seu corpo, conseguindo assim que os juízes a absolvessem. Outra versão diz que ela mesma tirou suas roupas. Mas a mudança no julgamento dos juízes não foi simplesmente porque eles ficaram fascinados pela beleza de seu corpo nu, mas porque, na Grécia Antiga, o belo era identificado com o bom, como um aspecto da divindade ou um sinal de favor divino.

Por ocasião de um Festival de Poseidon, na cidade grega de Elêusis, ela colocou de lado suas roupas, soltou os cabelos, e entrou nua no mar, à vista do povo, inspirando o pintor Apeles, em sua grande obra "Afrodite Anadyomène" (às vezes também retratada como "Vênus Anadyomène "), para o qual Frinéia posara como modelo.

Devido à sua beleza, ela também inspirou mais tarde a pintura do artista Jean León Gérome, "Frinéia devant l'Areopage" (1861), bem como outras obras de arte ao longo da história.

No Brasil, Frinéia também ganhou homenagens. O poeta brasileiro Olavo Bilac descreve o julgamento da bela no poema " Julgamento de Frinéia (1888). No cancioneiro popular brasileiro, Nelson Gonçalves, em 1958, lançou o álbum Escultura, em cuja música de mesmo nome, composta por Adelino Moreira, "A malícia de Frinéia", surge como parte de uma obra perfeita, aludindo ao mito de Pigmaleão. Charles Baudelaire, se inspirou nela ao escrever seus poemas "Lesbos" e "La beauté", assim como Rainier Maria Rilke, em seu poema "Die Flamingos", também se inspirou na beleza e fama de Frinéia.

Na música erudita, Frinéia foi tema de uma ópera de Camille San Saens: Phryne (1893). No cinema, há referências sobre ela em Altri tempi", série de Alessandro Blasetti (1951) na qual o oitavo e último episódio é intitulado "Il processo di Frine".

Sua fama também ganhou o espaço sideral quando um asteroide, descoberto em 1933, ganhou o nome de "1291 Phryne".

http://www.neauerj.com/Nearco/arquivos/numero12/68-84.pdf
Phryne - Wikipedia
Courtesan in ancient Greece Phryne (; Ancient Greek : Φρύνη ) (born c. 371 BC) was an ancient Greek courtesan ( hetaira ), from the fourth century BC. She is best known for her trial for impiety , where she was defended by the orator Hypereides . Phryne's real name was Mnesarete (Μνησαρέτη, "commemorating virtue"), but owing to her yellowish complexion she was called Phrýnē (" toad "). [1] This was a nickname frequently given to other courtesans and prostitutes as well. [2] She was born as the daughter of Epicles at Thespiae in Boeotia , but lived in Athens . [3] The exact dates of her birth and death are unknown, but she was born about 371 BC, which was the year Thebes razed Thespiae (not long after the battle of Leuctra ), and expelled its inhabitants. [4] She might have outlived the reconstruction of Thebes in 315/316 BC. Athenaeus provides many anecdotes about Phryne. He praises her beauty, writing that on the occasion of the festivals of the Eleusinia and Poseidonia , she would let down her hair and step nude into the sea. This would have inspired the painter Apelles to create his famous picture of Aphrodite Anadyomene (Ἀφροδίτη Ἀναδυομένη, Rising from the Sea also portrayed at times as Venus Anadyomene ). Supposedly the sculptor Praxiteles , who was also her lover, used her as the model for the statue of the Aphrodite of Knidos , [3] the first nude statue of a woman from ancient Greece. [5] According to Athenaeus, Praxiteles produced two more statues for her, a statue of Eros which was consecrated in the temple of Thespiae and a statue of Phryne herself which was made of solid gold and consecrated in the temple of Delphi . It stood between the statues of Archidamus III and Philip II . When Crates of Thebes saw the statue he called it "a votive offering of the profligacy of Greece". [3] Pausanias reports that two statues of Apollo stood next to her statue and that it was made of gilded bronze . [6] Pausanias is almost certainly correct in his claim that gilded bronze was used. [7] Athenaeus alleges she was so rich that she offered to fund the rebuilding of the walls of Thebes, which had been destroyed by Alexander the Great in 336 BC, on the condition that the words "Destroyed by Alexander, restored by Phryne the courtesan" be inscribed upon them. [3] Diogenes Laërtius narrates a failed attempt Phryne made on the virtue of the philosopher Xenocrates . [8] Havelock argues that the story of Phryne swimming naked in the sea is probably a sensationalized fabrication. [2] Because Plutarch saw the statues in Thespiae and Delphi himself [1] [9] Cavallini does not doubt their existence. She does think that the love between Praxiteles and Phryne was an invention of later biographers. [10] Thebes was restored in 315 or 316 BC, [11] but it is doubtful if Phryne ever proposed to rebuild its walls. Diodorus Siculus writes that the Athenians rebuilt the greater part of the wall and that Cassander provided more aid later. He makes no mention of Phryne's a
Hetaira
A hetaira (pl. hetairai) was an educated female prostitute in ancient Greece and a common participant in symposia or drinking parties in private homes. Sometimes referred to in English as a courtesan...
Foto de perfil de Marco Antonio Costa

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