sexta-feira, 2 de abril de 2021

Da Vinci.

 

LEONARDO DA VINCI, UM GÉNIO DO RENASCIMENTO



Dentro da série iniciada com Sócrates que estou a dedicar aos grandes vultos da humanidade, que devem conhecer os escolares dos diferentes níveis do ensino, escolhi para a presente ocasião a figura de um verdadeiro génio, que destacou em variados temas, como foi a do italiano do Renascimento Leonardo da Vinci. Foi cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e mesmo também músico. O presente depoimento a ele dedicado faz o número 106 da série.

PEQUENA BIOGRAFIA

A brasileira Dilva Frazão publicou no seu momento uma interessante biografia de Leonardo da Vinci, que tenho por bem reproduzir.

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Leonardo da Vinci (1452-1519) foi um excelente pintor italiano, e também. “Mona Lisa” foi uma das obras que o notabilizou como um dos maiores nomes da Renascença. Nasceu na pequena aldeia de Vinci, perto de Florença, Itália, no dia 15 de abril de 1452. Filho do tabelião Pierro e da jovem Catarina, ainda menino, já desenhava e pintava. Em 1466, muda-se com a família para Florença. Com 16 anos torna-se aprendiz do pintor e escultor florentino Andrea del Verrocchio, onde trabalhava Boticelli, Filippino Lippi, entre outros pintores, protegidos do governador Lourenço de Medici. O primeiro trabalho importante de Da Vinci foi uma parte da tela “O Batismo de Cristo”, de Verrocchio, quando pintou os anjos e a paisagem à esquerda do quadro.

Em 1478, Leonardo da Vinci executou um painel do altar para a capela de São Bernardo, no Palácio da Senhoria. Em 1481 ele foi encarregado de pintar um painel para a igreja dos frades de São Donato, de Scopeto, próxima de Florença, mas a obra “Adoração dos Magos” ficou inacabada. Em 1482, com 30 anos, Da Vinci transferiu-se para Milão e ofereceu seus serviços a Ludovico Sforza, o Duque de Milão, apresentando-se como engenheiro, arquiteto e pintor. Em 1483 pinta o quadro “A Virgem das Rochas”, da qual existem duas versões, uma no Museu do Louvre e a outra, provavelmente posterior, na Galeria Nacional de Londres.

Em 1495, Leonardo da Vinci inicia a obra “A Última Ceia”, um fresco de dimensões consideráveis, 9 metros de largura e 4 metros e 20 cm de altura, numa parede do Convento de Santa Maria dele Grazie, em Milão. Foram três anos de trabalho, desenhando e redesenhando as figuras da Ceia. Nessa época, pinta o retrato de Cecília Gallerani, conhecido como “A Dama com Arminho”.

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Leonardo da Vinci ficou em Milão até 1499 para projetar a catedral, mas acabou esboçando e construindo a rede de canais e um vasto sistema de irrigação e abastecimento de água. Fez o projeto completo da urbanização da cidade. Nesse mesmo ano, quando os franceses invadiram a cidade, Leonardo retornou para Florença. Viaja o tempo todo. Em Veneza, Da Vinci estuda o sistema defensivo da cidade ameaçada pelos turcos. Estuda anatomia e é acusado de desrespeito aos mortos, por dissecar cadáveres, prática que constituía crime, além de ser pecado contra a Igreja. Registrou inúmeros desenhos no Tratado de Anatomia” que escreveu. De volta a Florença é nomeado Engenheiro Militar e acompanha César Bórgia nos seus empreendimentos de guerra. Em 1503, inicia a tela Gioconda. Segundo o pintor e biógrafo Giorgio Vasari (1511-1574) Francesco del Giocondo, um rico florentino, encomendou a Leonardo o retrato de sua mulher. Em 1507 é nomeado pintor e engenheiro na corte de Luís XII da França, Nesse mesmo ano termina a Mona Lisa de Giocondo, que se tornou o quadro mais célebre da pintura ocidental. Hoje está no Museu do Louvre, em Paris.

Leonardo da Vinci viveu em Roma entre 1513 e 1516, onde foi protegido pelo irmão do Papa Leão X. Coloca-se a serviço de Juliano de Medici. Nessa época, pinta “São João Batista”, provavelmente sua última obra. Com a morte de Juliano, da Vinci deixa definitivamente a Itália e transfere-se para o Castelo de Cloux, em Amboise, na França, uma residência de Francisco I. Leva os seus manuscritos, centenas de desenhos e três quadros, todos feitos por encomenda e nenhum deles entregue. Leonardo da Vinci faleceu no Castelo de Cloux, Amboise, França, no dia 2 de maio de 1519. Foi sepultado no convento da Igreja de Saint Florentin, em Amboise.

FICHAS TÉCNICAS DOS FILMES E DOCUMENTÁRIOS

Filmes:

  1. A vida de Leonardo da Vinci.

     Diretor: Renato Castellani (Itália, 1971, 270 min., cor, para TV).

     Roteiro: R. Castellani. Música: Roman Vlad. Fotografia: Antonio Secchi.

     

  1. Leonardo da Vinci: Um gênio em Milão.

     Diretores: Luca Lucini e Nico Malaspina (Itália, 2016, 90 minutos, cor).

     Ver em: https://philos.tv/video/leonardo-da-vinci-um-genio-em-milao/246934/

Documentários:

  1. Leonardo da Vinci.

     Duração: 49 minutos. Ano 2013.

     

  1. Quem foi Leonardo da Vinci.

     Duração: 12 minutos. Ano 2018.

     

  1. Vida e obra de um gênio: Leonardo da Vinci.

     Duração: 6 minutos. Ano 2017.

     

  1. A biografia do Leonardo da Vinci.

     Duração: 10 minutos. Ano 2017.

     

  1. O enigma das esferas de Leonardo da Vinci.

     Duração: 12 minutos. Ano 2018.

     

  1. 8 curiosidades sobre Leonardo da Vinci.

     Duração: 4 minutos. Ano 2018.

     

  1. Pesquisadores descobrem que Leonardo da Vinci era ambidestro.

     Duração: 5 minutos. Ano 2019.

     Ver em: http://g1.globo.com/globo-news/estudio-i/videos/t/todos-os-videos/v/pesquisadores-descobrem-que-leonardo-da-vinci-era-ambidestro/7585679/

UM DOS MAIORES GÉNIOS DO MUNDO

O brasileiro José Pio Martins, reitor da Universidade Positivo, com muito bom critério, bem de publicar na Gazeta do Povo de Curitiba um depoimento sobre o génio que foi Leonardo, do que a seguir apresento um treito.

“Leonardo da Vinci quase não frequentou escola formal, mesmo assim o grau de sua genialidade é tão alto que, no plano terrestre, é uma figura inexplicável. A sua mente não tem paralelo e nunca foi superada por qualquer cientista. Todavia, minha escolha como o maior gênio científico, de múltiplas habilidades, é Leonardo di Ser Piero da Vinci (1452-1519). Filho ilegítimo (um ato de adultério) do tabelião Piero da Vinci e da camponesa Caterina, Leonardo da Vinci quase não frequentou escola formal, mesmo assim o grau de sua genialidade é muito alto.

Ele tinha múltiplas habilidades, em todas era um gênio. Leonardo se destacou como matemático, engenheiro, arquiteto, escultor, inventor, anatomista, poeta, músico, pintor, e em todas essas profissões, técnicas e artes, ele se destacou com um grau de genialidade espantoso. Foi um homem muito à frente de seu tempo. Seu destaque como pintor inigualável, em razão de quadros famosos como a Monalisa e A Última Ceia, às vezes faz muitos esquecerem de que ele era um cientista incomum, dono de uma mente assombrosa e habilidades técnicas inimitáveis.

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Portador de sede insaciável de conhecimento, observador detalhista, autodidata e experimentador persistente, Leonardo da Vinci vai desde a dissecação de cadáver de mulher grávida para desenhar e descrever a anatomia de um feto (como anatomista) até a invenção de uma máquina de fabricar espelho (como engenheiro mecânico), passando por longa lista de invenções e soluções como: um protótipo de helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solar, uma calculadora, o casco duplo nas embarcações, teoria das placas tectônicas, projeto de prédios, pontes, canais (como arquiteto e urbanista), precursor da aviação e da balística etc.

A mente de Leonardo não tem paralelo e nunca foi superada por qualquer cientista. Além de criações geniais, ele produziu invenções menos famosas, como uma bobina automática, um aparelho que testa a resistência de um fio à tração, uma máquina de fabricar espelhos e vários equipamentos de uso diário. Ele era um desenhista de altíssima habilidade, perfeccionista, e muitos de seus projetos somente foram viabilizados cinco séculos depois, como a ponte Golden Horn em Istambul, na Turquia.

A multiplicidade de talentos elevados que povoava o cérebro de Leonardo da Vinci o faz, a meu ver, o maior gênio científico, técnico e artístico que a humanidade já viu nascer. Três qualidades de Leonardo nos servem de inspiração: imensa curiosidade, capacidade de observação e extraordinária vocação para captar detalhes. Lendo a recente biografia desse gênio, escrita por Walter Isaacson, as realizações de Leonardo da Vinci assombram pela variedade, quantidade e alto grau de excelência. Ele morreu em 2 de maio de 1519, há exatos 500 anos. Merece reverência de todos nós, que somos pequenos diante de tanta genialidade”.

CURIOSIDADES SOBRE A VIDA E A OBRA DE LEONARDO

O dia 2 de maio de 2019 marca os 500 anos da morte do italiano Leonardo da Vinci. Um dos maiores expoentes do Renascimento, movimento cultural, intelectual e artístico que representou a transição entre a Idade Média e a Modernidade, Da Vinci viveu seus últimos anos na França e provavelmente morreu de derrame cerebral aos 67 anos. Suas obras mais conhecidas são a Mona Lisa e a Última Ceia, além de obras arquitetônicas e dezenas de invenções. É bom conhecer mais sobre a vida e obra de da Vinci:

  1. Ele era polímataPolímatas são pessoas que têm conhecimento em vários assuntos, e da Vinci era uma delas. Entre as funções exercidas por ele, estão a de pintor, escultor, cientista, engenheiro, anatomista, matemático, escritor e arquiteto.
  2. O sobrenome da Vinci é derivado da cidade onde ele foi criadoNascido na comuna de Vinci, na Toscana, o renascentista era filho ilegítimo de uma camponesa com um tabelião. Pouco se sabe sobre a mãe dele, Caterina. Da Vinci foi criado pelo pai, Piero, com quem se mudou para Florença quando tinha 12 anos. Foi lá que começou a se desenvolver nas artes e na engenharia, guiado pelo artista florentino Andrea del Verrocchio, com quem trabalhou por cerca de uma década até mudar de cidade.
  3. Ele foi presoAos 24 anos, enquanto ainda trabalhava com Verrocchio, da Vinci foi preso e acusado de sodomia com um aprendiz de ourives de 17 anos. Na época, a homossexualidade era considerada crime em Florença. O italiano passou pouco tempo na prisão e foi inocentado, mas precisou pagar multa e aguentar a humilhação pública.
  4. A Última Ceia levou três anos para ser finalizadaCom quase 9 metros de largura e 4,6 metros de altura, A Última Ceia foi pintada entre 1495 e 1498. A obra retrata Jesus ao lado dos 12 apóstolos e atualmente está exposta na igreja Santa Maria delle Grazie, em Milão.
  5. Mona Lisa representa a esposa de um comerciante de FlorençaLisa del Giocondo, mulher de um comerciante de seda, é a modelo por trás da pintura Mona Lisa. É por isso que, em italiano, a obra é mais conhecida como La Gioconda. Para o resto do mundo, o “mona” do nome foi escolhido por derivar de “madonna”, semelhante a madame ou senhora. A obra foi modificada várias vezes por da Vinci ao longo dos anos e vendida ao rei Francisco I da França, onde ficou até a Revolução Francesa. Ela chegou a ser roubada por um italiano que defendia o retorno da obra à Itália. Mona Lisa tem 77 centímetros de altura e 53 centímetros de largura e pode ser vista no Museu do Louvre, em Paris.
  6. Michelangelo detestava da VinciA técnica da pintura não era a única diferença entre os dois artistas italianos. Mal-humorado, trabalhador e celibatário, Michelangelo, tido como um dos maiores artistas do Ocidente e arquiteto da Basílica de São Pedro (sede da Igreja Católica em Roma), detestava da Vinci. Certa vez, chegou a xingar e provocar da Vinci ao vê-lo na rua. Acredita-se que as vestes e maneiras suntuosas do autor de Mona Lisa, assim como sua homossexualidade, possam ter irritado Michelangelo.
  7. Ele era ambidestroRecentemente, segundo um estudo da Galleria degli Uffizi, em Florença, descobriu-se que da Vinci era ambidestro. Até então, acreditava-se que o pintor era canhoto. O estudo teve como base um desenho feito por da Vinci em 1473, quando tinha 21 anos. Uma análise das duas frases escritas no desenho levou pesquisadores a concluírem que ele era capaz de escrever com as duas mãos. A historiadora de arte Cecilia Frosinini disse numa entrevista a uma agência de notícias que o artista “nasceu canhoto, mas foi ensinado a escrever com a mão direita desde muito jovem”.

ANÁLISE ARTÍSTICA DE 7 OBRAS DE LEONARDO DA VINCI

A historiadora da arte brasileira Sónia Cunha escreveu no seu dia uma análise artística das obras mais importantes de Leonardo. Tenho por bem reproduzir, pelo seu interesse, o seu depoimento.

  1. A Anunciação: Pintada entre os anos 1472 e 1475, A Anunciação é um óleo sobre madeira e representa os primeiros passos de Leonardo na pintura, apesar de nem todos concordarem com o veredito.

Esta obra esteve “escondida” em um mosteiro até 1867 quando foi transferida para a Galleria degli Uffizi, em Florença, sendo a pintura atribuída a Domenico Ghirlandaio, um pintor contemporâneo de Leonardo e também aprendiz na oficina de Verrocchio.

Mas posteriores estudos e análises à obra dão base à teoria que esta pintura é um dos primeiros trabalhos de Leonardo. Na verdade, terá sido um trabalho realizado em conjunto, pois ao analisar a obra percebeu-se que a base da mesma terá sido executada pelo mestre Verrocchio, assim como a Virgem.

Leonardo terá executado o anjo, o tapete de flores e o fundo (o mar e as montanhas). Isso fica claro na precisão científica com que foram pintadas as asas do anjo, e na descoberta de um desenho preparatório para as mangas do anjo atribuído a Leonardo.

Também parece óbvia a diferença entre a delicadeza do anjo e a majestade quase fria da Virgem. Da mesma forma temos já aqui o uso do claro-escuro e do sfumato.

Em termos de tema, temos a representação do momento bíblico em que o anjo visita a Virgem para lhe dizer que ela irá dar à luz o messias, filho de Deus.

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  1. A Virgem das Rochas: É um óleo sobre madeira e foi executado cerca de 1485. Aqui, as figuras encontram-se à frente de uma gruta e as suas formas estão envoltas em uma bruma (sfumato) que confere à pintura uma característica quase surreal. Esta composição é um perfeito exemplo do domínio do claro-escuro na pintura de Leonardo, assim como do sfumato. O tema tratado nesta pintura é único e enigmático, pois temos representados São João em menino a adorar Jesus na presença da Virgem e de um anjo.

O significado desta composição não é de fácil definição, mas talvez o segredo esteja na utilização do gesto (detalhe caraterístico e de grande importância para o artista). Cada figura está reproduzindo um gesto diferente, e aqui como outras figuras em outras pinturas, o anjo aponta com seu dedo indicador, neste caso não para cima, mas na direção de São João. Enquanto isso, a Virgem protege, São João está em posição de adoração e o Menino Jesus está benzendo.

  1. Dama com arminho: É um óleo sobre madeira pintado por volta dos anos 1489-1490 por Leonardo. A figura representada é Cecilia Gallerani, alegadamente uma amante do Duque de Milão, Lodovico Sforza, para quem Leonardo trabalhou. Devido a diversas intervenções ao longo dos séculos o fundo original da pintura desapareceu e foi totalmente escurecido, parte do vestido foi acrescentado assim como o cabelo ao redor do queixo.

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Análises à pintura revelaram uma porta no fundo original. Além disso descobriu-se também que Leonardo terá mudado de ideias ao pintar a figura e que originalmente a posição dos braços da dama seria diferente e que arminho foi acrescentado posteriormente. A sobrevivência desta pintura até aos dias de hoje é quase um milagre, pois desde 1800 quando foi comprada por um príncipe polonês, sofreu diversas repinturas, exílio e esteve em esconderijos devido a invasões e guerras. Em 1939, depois da invasão nazista, a pintura foi encontrada com uma pegada de um soldado das SS.

  1. A Última Ceia: É uma pintura mural executada por Leonardo entre os anos 1493-1498 na parede do refeitório do Convento de Santa Maria Delle Grazie em Milão. Esta é a obra que vai dar notoriedade ao artista. Mas infelizmente, e devido ao fato de Leonardo ter pintado a composição com uma técnica de têmpera de óleo em vez da habitual têmpera de ovo, a obra começou a deteriorar-se pouco depois da sua finalização. Hoje temos que fazer um esforço para imaginar todo o esplendor da pintura original, sendo que é quase um milagre ainda podermos contemplar a obra. Tal como indica o título, a pintura representa a última ceia entre Cristo e os seus discípulos. O messias encontra-se bem no centro da composição e atrás da sua cabeça situa-se o ponto central de fuga em termos de perspetiva. Por cima da cabeça de Cristo um frontão exerce a função de uma espécie de auréola, dando mais uma indicação de como a arquitetura nesta pintura serve de apoio às figuras que representam o foco fundamental. O momento captado será o após Cristo anunciar que um dos seus discípulos o irá trair, algo que se fundamenta na gesticulação agitada das figuras à volta de Cristo em oposição à sua calma e passividade.
  1. Salvator Mundi: É um óleo sobre tela, possivelmente pintado entre os anos 1490 e 1500, alegadamente para o rei Luís XII de França e sua consorte, Ana, Duquesa da Bretanha. Durante os anos 1763 até 1900 a pintura esteve desaparecida e acreditou-se ter sido destruída. Depois foi descoberta, restaurada e atribuída a Leonardo, porém, existem muitos estudiosos que consideram essa atribuição como errada. Mas em novembro de 2017 a obra foi a leilão como sendo de Leonardo e foi vendida, para um anônimo comprador, estabelecendo um novo preço recorde para uma obra de arte vendida (450.312.500 de dólares). A composição apresenta um Cristo salvador do mundo, segurando um globo de cristal com sua mão esquerda e benzendo com a direita. Ele está vestido com trajos tradicionais da Renascença.

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  1. Mona Lisa: Também conhecida como A Gioconda, é um óleo sobre madeira pintado por Leonardo entre 1503-1506. Esta pintura retrata Mona Lisa, a jovem esposa de Francesco de Giocondo, segundo Giorgio Vasari (1511-1574, pintor, arquiteto e biógrafo de vários artistas da renascença italiana). Esta obra foi adquirida por Francisco I, rei de França desde 1515 até 1547. Em 1911 a pintura foi roubada e recuperada em 1913. Sobre esta obra há incontáveis teorias e especulações, mas a verdadeira maravilha da mesma não está apenas no sorriso enigmático, mas na técnica utilizada. Aqui temos uma introdução à perspetiva atmosférica que tanto vai influenciar o Barroco e Velázquez mais tarde. Neste retrato Leonardo colocou a figura em primeiro plano pintando-a com nitidez enquanto a paisagem é representada de forma suave e progressivamente esbatida. Assim temos a ilusão de afastamento, e olhando a pintura sentimos que a figura feminina está próxima de nós, enquanto a paisagem se afasta, e onde o olhar se perde no horizonte quase não se distinguem mais as formas. Esta é uma perfeita utilização do sfumato e da perspetiva atmosférica (aérea). Em relação à figura em si, e ao seu famoso sorriso, uma expressão semelhante encontra-se em outras figuras da obra do artista (Santa Ana e São João Evangelista na Última Ceia, por exemplo). Porém, o sorriso pode ter sido apenas a representação fidedigna da disposição da modelo, ou até influência do sorriso arcaico da arte grega (ver imagem Koré) da época clássica que tanto influenciou a arte da renascença.
  2. A Virgem e o Menino com Santa Ana: Esta pintura, óleo sobre madeira, foi executada em 1510 por Leonardo. Nela estão representadas três figuras bíblicas: Santa Ana, sua filha a Virgem Maria e o menino Jesus. Sendo que o menino segura em suas mãos um cordeiro. As figuras estão representadas em forma piramidal em frente a um fundo rochoso e pouco definido e onde parte dos contornos de Santa Ana se diluem no sfumato da paisagem. Apesar da composição iconográfica ser de comum representação, o estranho nesta pintura é a posição de Maria, sentada no regaço de sua mãe, Santa Ana.

TEMAS PARA REFLETIR E REALIZAR

Vemos os filmes e documentários citados antes, e depois desenvolvemos um Cinema-fórum, para analisar a forma (linguagem fílmica) e o fundo (conteúdos e mensagem) dos mesmos.

Organizamos nos nossos estabelecimentos de ensino uma amostra-exposição monográfica dedicada a Leonardo da Vinci, a sua obra científica, as suas ideias, a sua grande influência no avanço do conhecimento científico, e também todas as suas demais facetas de artista (pintor, escultor e arquiteto), inventor, poeta, músico, etc. Na mesma, ademais de trabalhos variados dos escolares, incluiremos desenhos, fotos, murais, frases, textos, lendas, livros e monografias.

Podemos realizar no nosso estabelecimento de ensino um Livro-Fórum, em que participem estudantes e professores. Um livro interessante para o mesmo é o intitulado Leonardo da Vinci e seu supercérebro, escrito por Michael Cox e editado em 2004 no Brasil, pela editora Companhia das Letras. Poderia valer também a monografia Leonardo da Vinci, escrita por Walter Isaacson, publicada igualmente no Brasil em 2017.

José Paz Rodrigues

É Professor de EGB em excedência, licenciado em Pedagogia e graduado pela Universidade Complutense de Madrid. Conseguiu o Doutoramento na UNED com a Tese Tagore, pioneiro da nova educação. Foi professor na Faculdade de Educação de Ourense (Universidade de Vigo); professor-tutor de Pedagogia e Didática no Centro Associado da UNED de Ponte Vedra desde o curso 1973-74 até à atualidade; subdiretor e mais tarde diretor da Escola Normal de Ourense. Levou adiante um amplíssimo leque de atividades educativas e de renovação pedagógica. Tem publicado inúmeros artigos sobre temas educativos e Tagore nas revistas O Ensino, Nós, Cadernos do Povo, Vida Escolar, Comunidad Educativa, Padres y Maestros, BILE, Agália, Temas de O ensino, The Visva Bharati Quarterly, Jignasa (em bengali)... Artigos sobre tema cultural, nomeadamente sobre a Índia, no Portal Galego da Língua, A Nosa Terra, La Región, El Correo Gallego, A Peneira, Semanário Minho, Faro de Vigo, Teima, Tempos Novos, Bisbarra, Ourense... Unidades didáticas sobre Os magustos, Os Direitos Humanos, A Paz, O Entroido, As árvores, Os Maios, A Mulher, O Meio ambiente; Rodrigues Lapa, Celso Emílio Ferreiro, Carvalho Calero, São Bernardo e o Cister em Ourense, em condição de coordenador do Seminário Permanente de Desenho Curricular dos MRPs ASPGP e APJEGP.


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