sábado, 10 de fevereiro de 2018

HOLDERLIN

                     HOLDERLIN.

“Um homem e ‘um deus quando sonha e um mendigo quando pensa.” Friedrich Holderlin, Poeta Alemão.







Johan Christian Friedrich Holderlin 17\3\1770-7\6\1840),
Poeta Lírico e Romancista Alemão, da Escola Romântica,
Sintetizou o Espírito Clássico (Grego) com o Cristianismo e a visão Romântica da natureza. Destinado à vida eclesiástica, toma o caminho da palavra Poética. Abalado emocionalmente após a morte da amada, não perde a verve poética, seu Humanismo Helênico e lírico. Amparado por um admirador de seus poemas, encontra conforto para seus últimos dias e versos.

Poemas:

.Às Parcas.*

Dai-me, Mortíferas*, mais um verão apenas,
Só um outono de maduro canto,
Que de bom grado, coração já farto,
Lira saciada, do suave jogo
Morrerei então.

A alma que em vida não desfrutou
Os direitos divinos, nem no orco*, encontra repouso;
Mas se uma vez apenas
O sagrado da alma
Meu poema alcança

Serão bem vindas, sombras do inferno!*
Grato estarei
Mesmo que a lira não leve
Uma vez, ao menos, vivi como os deuses,
E e ‘quanto basta.

Obs.I. Parcas (Roma), Moiras (Grécia); três divindades irmãs, que controlavam o destino de deuses e mortais.
Bia (Roma) ou Cloto (Grécia)-Tecia o fio da vida;
Décima (Roma) ou Laquésis (Grécia)-cuidava da extensão do fio;
Morta (Roma) ou Àtropos (Grécia)-Cortava o fio.
II .Orco (Roma) ,Hades (Grécia)-Inferno.
III. Mortíferas, Sombras do inferno = Parcas.

.OUTRORA.

Outrora Zeus julgava. Reis e Sábios.
Mas agora quem julga?
A comunidade santa? O povo unido?
Não! Mas quem agora julga?
Uma estirpe de víboras! Falsa e Vil!
(A palavra nobre não mais sobre o lábio).
Por teu nome
De novo
Invoco
Velho deus!

Manda-nos
Um Herói
Ou a
Sabedoria.

OBS. ZEUS, divindade máxima do Mito Grego, Júpiter para os Romanos.

.EMPÈDOKLES.*

Buscas a vida e eis te brota e brilha
Um fogo divinal do fundo da terra,
Tu, em ânsia horrífica, lanças-te
La para baixo, ás chamas do Etna.

Assim dissolveu pérolas no vinho a insolência
Da rainha; que o fizesse!  Não te tivesses,
Imolado tua riqueza, Poeta
No cálice incandescente!

Mas para mim és sagrado! Como a força da terra
Que te arrebatou, vítima ousada,
E seguiria para as profundezas, o herói,
Se não me  detivesse o amor!


Obs I. Empédocles de Agrigento, Sicília; Filósofo Pré-socrático,
(495 AC-430 AC). Pensador Pluralista grego da magna Grécia (colônias italianas), criador da teoria cosmogônica dos quatro elementos (Terra, Fogo, Agua e Ar), que influenciou o pensamento Ocidental. De família ilustre, tinha reputação de orador e de ter poderes sobrenaturais. Escrevia em versos, discípulo de Pitágoras. De acordo com uma tradição, teria perecido ao cair nas chamas do monte Etna. (Vulcão).
II. Conforme Plínio, o velho, Cleópatra, rainha Greco-egípcia apostou com Marco Antônio, Triúnviro Romano e governante de metade do mundo, com quem vivia em Alexandria; que seria capaz de dissolver pérolas em uma taça de vinho! Gastando 10 milhões de sestercios (Moeda Romana), uma fortuna...
E ela o fez (possivelmente usando Vinagre), tendo em seguida bebido a mistura. Uma extravagancia dispendiosa, comum na relação dos dois...
Holderlin sugere que o ato de Empédocles foi mais ousado e fez mais sentido que a diversão da rainha Ptolomaica e seu consorte.

Tradução: Augusto de Campos.
Autor: Marco Antônio Eustáquio Da Costa.
















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