Não é bem assim.
Os romanos não tinham o conceito de "homossexualidade" mas eles faziam distinção entre o agente ativo (quem penetra) e o agente passivo (quem é penetrado). As normas sociais diziam que cidadão romano de respeito podia fazer sexo com qualquer pessoa de status social inferior desde que não fosse o sujeito passivo do ato. Não era incomum a existência de prostituição masculina passiva e era perfeitamente legal para um senhor de escravos usá-los como parceiros passivos no sexo. Para os romanos, o papel passivo no sexo era um papel feminino e cidadãos romanos de status descobertos nesse papel eram humilhados publicamente.
No caso de César (que, ao contrário de seu sobrinho Octaviano, nunca foi imperador no sentido que conhecemos) as más línguas dizem que, quando jovem, ele foi parceiro romântico passivo de Nicomedes, rei da Bitínia:
Gallias Caesar subegit, Caesarem Nicomedes (tradução grosseira: César, que subjugou os gauleses, foi subjugado por Nicomedes)
Por conta do tabu, especula-se que essa frase seja criação dos inimigos do Ditador. É possível, entretanto, que tenha sido verdade. Os romanos pré-cristianismo eram muito mais sexualmente abertos do que as sociedades ocidentais de hoje.
Curiosamente, o entendimento de parceiro "ativo" e "passivo" perdura até hoje na cultura ocidental. É comum associar a feminilidade a homossexuais assumidamente passivos. Também é comum que pessoas mais velhas que não entendem direito o conceito de homofobia perguntem "quem é o homem e quem é a mulher da relação."
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