Por que a falange macedônia era tão eficaz na época de Alexandre e tão vulnerável contra os romanos?
Sem entrar em características nacionais ou mesmo na questão de armas combinadas (infantaria e cavalaria), deve-se dizer que a falange não era vulnerável. O problema dela era ser inflexível. Em um terreno ideal para o combate, plano e sem obstáculos, os romanos teriam imensa dificuldade - como de fato tiveram, em diversas ocasiões - em vencer a falange, pois a muralha de pontas de lanças era algo muito difícil de ser vencido. De fato, historicamente o sistema Romano é algo que só funcionou com eles, enquanto formações como as falanges são comuns - um esquadrão de piqueiros suíços do século XIV seria perfeitamente compreensível para Alexandre o Grande. O problema é que é uma formação muito rígida, que precisa de um bom terreno para poder exercer plenamente sua força. Por outro lado, as formações, treinamento e equipamento dos romanos enfatizavam a flexibilidade, a procura da melhor forma de aplicação de força, independente do terreno ou das condições do combate. Dessa forma, o manípulo romano tinha mais condições de se aproveitar de qualquer obstáculo que a falange encontrasse.
Ilustração sobre a batalha de Pidna, mostrando como um manípulo romano podia se valer de obstáculos, como troncos de árvores, pequenas ravinas ou semelhantes, que causavam brechas nas linhas da falange. Nessa batalha, a falange conseguiu derrotar os romanos, uma fonte chega a dizer que um oficial dos aliados dos romanos chegou a rasgar suas próprias roupas por estar furioso com sua impotência. Os romanos recuaram até que entraram em um terreno mais rugoso, com obstáculos, permitindo que os romanos entrassem pelas brechas nas linhas da falange, onde suas espadas curtas eram mais eficazes do que as sarrisas (as longas lanças da falange) podiam ser.
Piqueiros. Este tipo de formação ficou em uso do século XIV até o início do século XVIII, mostrando a validade da formação.
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