domingo, 19 de janeiro de 2014

Desejo.

                                            DESEJO.

                                                                      “DECIFRA-ME OU DEVORO-TE.”
                                                                             “ÉDIPO REI”

                                                                               Sófocles.
                                                                          (497 ac.- 406 ac.).








Toda relação  e´ uma relação de Amor,mesmo quando se torna ÓDIO,
pois, “ O ódio e´ o amor que enlouqueceu” ,conforme legou Eurípedes.
Desde tenra infância, ao sermos introduzidos no universo da Fala e dos Outros, somos inseridos em uma interminável rede de relações que vão confeccionando o tecido de nossas existências, com seus mistérios, alegrias, amores e dores. Assim como Penélope, tecemos nossas vidas sem sabermos exatamente o que vira depois. O tear da existência não antecipa fatos, insinua.
 “O Inferno são os Outros ”,afirmou Sartre.mas Viver e´ Viver o Outro,para,pelo,por,com o Outro ; daí,os possíveis padecimentos ,porém, daí, também, as possíveis alegrias.
Viver requer profundidade, sensibilidade, auto-percepção, auto-critica...
Sempre esperamos que o Outro nos de aquilo que nos Falta, o que Desejamos. Essa nossa Demanda permanente que,por vezes, não e´ conhecida nem por nós , esse Desejo, que em nós habita e que procuramos escutar em nós e nos Outros...
Como perceber esta Demanda?
A resposta transita no espaço do Amor, toda e qualquer relação humana e´ norteada por este sentimento ( e suas possíveis mutações) ,que a Psicanálise chama :”Transferência.”
Estamos sempre caminhando nesta estrada, desde as lidas cotidianas ate ´as noites de amor frenéticas. A Transferência e´ o modelo, a matriz imposta em nós em um longínquo passado-primeira infância- por aqueles que nos amaram ( ou não ) nossos pais.Biológicos ou não, pouco importa, pois ,estes lugares são desenhados Culturalmente.
A partir desta matriz, desenvolvemos uma gama de sentimentos diversos, nos relacionando - de modo diverso- com um numero cada vez maior de pessoas, que por seu turno, vai imprimindo novos contornos ao modelo que, mantém ainda, seu núcleo.
Conhecendo-nos melhor (nossa matriz) ,certamente poderemos entender melhor os sentimentos alheios .Assim,também o Outro pode alcançar nossos sentimentos, ou não.
Se soubermos Escutar o Outro e sua Demanda e separarmos o que e ´nosso e o que não e´,          abrimos um rol de possibilidades , ou seja, se eu me conhecer melhor e aos meus desejos saberei entender melhor o Outro ,também.

.Bibliografia:

.Eurípedes. Medeia. Martin Claret,São Paulo,2004.
.Cesarotto. O que e´ Psicanálise. Brasiliense, São Paulo, 1994.
.Homero.  Odisséia. Abril, São Paulo, 2000.
.Sarte,J.P. Entre 4 paredes. Abril,São Paulo,1977.
.Sófocles.Èdipo Rei.Abril,São Paulo,1976.


Autor: Marco Antonio E. da Costa.






                             

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