sábado, 11 de dezembro de 2021

Micênicos e Minoicos.

 

Quando exatamente os micênicos suplantaram os minoicos como o povo dominante no Egeu?

Embora “exatamente” seja uma forma bem simplista de abordar datas pré-históricas, sabemos muito sobre a rivalidade entre minoicos e micênicos.

Os micênicos foram aliados dos minoicos durante séculos, e viram uma oportunidade de suplantá-los após a segunda maior erupção vulcânica da história da humanidade, a do vulcão Thera, por volta de 1600 a.C.

The Date of The Legendary Volcano Explosion of Thera Has Finally Been Traced
Thousands of years ago, on what is now the Greek island of Santorini, a mountain exploded in one of the largest volcanic eruptions in recorded history. But scientists have had difficulty establishing exactly when the Minoan volcano Thera erupted - un

A erupção foi um golpe terrível para a economia minoica, pois eles perderam sua colônia mais rica (Thera), que era um porto importante em sua rota para os mercados do Egeu do Norte e do Mar Negro; os micênicos tomaram seu lugar e começaram a ganhar influência político e riqueza, e a correspondência mantida entre os micênicos e os hititas revela que os “Aiaua” (Ahiyawa) tinham um reino (mapa) com grande relevância política.

Mycenaean and Hittite Diplomatic Correspondence: Fact and Fiction - Classical Inquiries
2020.05.06 | By H. Craig Melchert A consideration of the possible modalities by which a Mycenaean-Hittite diplomatic correspondence might have been carried out, beginning with a review of established facts, well-founded hypotheses, and speculations informed by a close look at the well-known text KUB 26.91, the “Ahhiyawa” letter.

Os minoicos se mostraram muito resistentes e conseguiram se recuperar mas, por volta de 1500 a.C., os micênicos já estavam fortes o bastante para entrar em conflito com seus ex-aliados. Os micênicos conquistaram Creta por volta de 1450 a.C., após uma longa guerra que provavelmente durou mais de uma geração. Um achado arqueológico em 2016 forneceu informações valiosas sobre esse conflito; estou falando da magnífica tumba do Guerreiro do Grifo em Pilos, na Grécia.

(Quem quiser saber mais sobre esta tumba impressionante, pode encontrar mais detalhes em World of the Griffin Warrior)

O Guerreiro, provavelmente um membro da realeza, morreu por volta de 1450 a.C. e foi enterrado com 50 selos de origem minoica, feitos de ouro ou de outros materiais semipreciosos, todos troféus de guerra com certeza. Aqui estão alguns deles, todos com representações minoicas distintas:

(No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Chronis Papanikolopoulos, Jeff Vanderpool, Jennifer Stephens; tudo cortesia do Departamento de Estudos Clássicos da Universidade de Cincinnati)

O achado mais importante da tumba é o lendário selo de ágata Pilos, que provavelmente também pertenceu a um minoico.

Jeff Vanderpool/Cortesia do Departmento de Estudos Clássicos, Universidade de Cincinnati

Observe bem este selo; ele retrata um guerreiro minoico matando um micênico, o que significa que o confronto durou anos antes da invasão final.

Por volta de 1450 a.C. todas as cidades minoicas em Creta (exceto Cnossos) foram queimadas. A escrita Linear B substituiu a Linear A minoica, indicando que os minoicos estavam sob o domínio micênico. A capital da ilha, Cnossos, permaneceu livre durante mais 100 anos até que finalmente caiu também (embora não tenha sido destruída).

O kouros de Palaikastro, uma escultura de ouro e marfim com claros sinais de fogo .

Image de Gold and ivory statue

E esse foi o fim da talassocracia minoica!

Produtos e objetos de arte minoicos continuaram aparecendo nos mercados da região até o Colapso da Idade do Bronze, quando a sua cultura desapareceu de vez.

O padrão micênico acabou sendo um “presente” para nós; as tabuinhas administrativas escritas em Linear B, que foi decifrado, nos forneceram informações preciosas sobre a sociedade minoica. Na verdade, é a única fonte sólida de informação que temos sobre eles.

Os "Aiaua" aparecem bem à esquerda, no mapa. Fonte: Wikipédia

Foto de perfil de Marco Antonio Costa

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