segunda-feira, 31 de maio de 2021

Poesias II.

 .Língua Portuguesa.

Ultima flor do lácio,inculta e bela,

Es,a um tempo,esplendor e sepultura:

Ouro nativo,que na ganga impura 

A bruta mina entre os cascalhos vela...


Amo-te assim,desconhecida e obscura,

Tuba de alto clangor,lira singela,

Que tens o trom e o silvo da procela,

E o arrolo da saudade e da ternura!


Amo o teu viço agreste e o teu aroma

De virgens selvas e de oceano largo!

Amo-te ,o´rude e doloroso idioma,


Em que da voz materna ouvi:''meu filho"!

E em que Camões chorou ,no exílio amargo,

O gênio sem ventura e o amor sem brilho!             Olavo Bilac\Parnasiano.


.Aparição.

.Por uma estrada de astros e perfumes

A Santa Virgem veio ter comigo:

Diravam-lhe o cabelo claros lumes

Do sacrossanto resplendor antigo.


Dos olhos divinais no doce abrigo

Não tinha laivas de paixões e ciumes:

Domadora do mal e do perigo

Da montanha da fé´galgara os cumes.


Vestida na alva excelsa dos Profetas

falou na ideal resignação de ascetas,

Que a febre dos desejos aquebranta.


No entanto os olhos d ´ela vacilavam,

Pelo misterio,pela dor flutuavam,

Vagos e tristes,apesar se Santa!          Cruz e souza\Simbolismo.


Mater originalis.

Forma vermicular desconhecida

Que estacionaste ,misera e mofina,

Como quase impalpável gelatina,

Nos estados prodrômicos da vida;


O hierofante que leu a minha sina

ignorante e´de que es,talvez,nascida

Dessa homogeneidade indefinida

Que o insigne Herbert Spencer nos ensina.


Nenhuma ignota união ou nenhum nexo

A contingencia orgânica do sexo

A tua estacionaria alma prendeu...

Ah!De ti foi que ,Autônoma e sem normas,

Oh1 Mãe original das outras formas,

A minha forma lúgubre nasceu!        Augusto dos Anjos\Pre-Modernismo.


Beba coca cola

babe coca

beba coca

babe cola caco


caco

cola

cloaca.                  Décio Pignatari.\Modernismo.







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