Essa é uma ótima pergunta! Esse livro já foi pauta de uma das minhas aulas de literatura da faculdade. Bom, Lolita foi escrito por um russo no século XX e ninguém queria publica-lo porque era pornográfico, ele foi publicado em uma pequena editora francesa para livros eróticos, o conteúdo do livro por incrível que pareça passa longe de ser explícito (eu li o livro umas 3 vezes para poder ter uma boa noção pois não é um livro fácil de engolir, tanto pelo conteúdo quanto pela linguagem rebuscada) e com explícito quero dizer que passa longe de ser um "a novinha senta no p*u". Óbvio que as cenas de sexo existem e por isso o livro foi expulso de vários países, mas a questão é, o que a obra do Nabokov se tornou e o que deveria ser.
Lolita conta a historia de H.H um professor inglês que se muda para os EUA pois conseguiu um emprego lá, ele é um pedofilo (e ele mesmo admite isso no livro em vários momentos), e é só ele chegar no novo país que ele já se hospeda na casa de uma típica mãe americana da década de 50 que é muito "piruá"( apesar que eu tenho minhas dúvidas), essa jovem mãe tem uma filha de 12 anos chamada Dolores, uma típica pré-adolescente comum, que é infantil e rebelde com sua mãe, depois de H.H ficar obcecado por Dolores (Lolita) ele se casa com a mãe da garota e em certo momento a mãe descobre o que o seu marido sente por sua filha, porque ele escrevia em uma espécie de diário, depois disso a mãe da menina morre atropelada, e o nosso vilão aproveita para pegar a Guarda da menina e fugir com ela por todos os EUA a abusando sexualmente e nisso nós podemos ver a mudança de Dolores de uma criança comum para sua idade até uma pré-adolescente completamente traumatizada.
O H.H é quem escreve o livro tecnicamente pois no início do livro você sabe que o personagem está preso e está escrevendo suas memórias para tentar se safar, então a narração dele é completamente algo que você deve desconfiar, ele é o vilão ali, ele vai tentar te manipular e acredite ele conseguiu fazer isso com a maioria dos leitores! Ele convence você de que amava Dolores e que aquilo era um conto de fadas, e como ele explica que algumas crianças são inocentes ou não, porque existe a "Ilha das ninfetas" é completamente nojento mas isso é uma justificativa perfeita para um pedofilo da vida real ou uma pessoa que diz "mas essa menina ficava apenas de calcinha dentro de casa não ligo se ela tem 4 anos de idade é indecência".
Basicamente em minhas aulas de literatura que mencionei no início aprendi que o autor de uma obra, seja escrita, áudio visual, musical, pintura etc. só tem poder sobre ela até que seja apresentada ao mundo, depois o público pode fazer inúmeras interpretações e você como autor não tem poder sobre isso, foi o que aconteceu com Lolita. Essa obra é claramente uma retração muito bem feita de como funciona a mente de uma pessoa com pedofilia e que prática ato do abuso, mas as pessoas simplesmente ignoram isso porque na nossa cultura infelizmente ainda é muito comum um homem estuprar uma criança e ninguém fazer nada, ou sexualizar crianças por serem garotas, a própria Lolita foi sexualidade no cinema a um ponto absurdo!!!! Quando você lê o H.H falando das coxas dela no livro é a visão nojenta dele, ela é uma criança, mas o público prefiro acreditar nele, no pedofilo, que dizia que a mãe de Dolores era uma megera que odiava a própria filha, que Dolores era uma adolescente fútil que queria estar ali sendo abusada, como na vida real as pessoas julgam a vítima.
Lolita abriu portas para um mercado horrível de "ninfetas" no Japão isso domina bastante. Depois de ler a obra original e ver os 2 filmes eu acho que Lolita não é controverso por ser um livro de sexo explícito, é controverso porque a sociedade o tornou em um fetiche bizarro e culpam a obra original por isso, sendo que o Nabokov apenas expressou como funcionava a mente de um homem doente.
Obs.: esse livro nunca devia ter sido adaptado para o cinema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário