Não pode, em agradecimento especial ao “Paradoxo do Fogo Grego”.
O Fogo Grego foi uma substância criada pelo Império Bizantino. Ninguém sabe exatamente do que se tratava: é considerado um dos segredos militares mais bem guardados de todos os tempos. Especula-se que, na época, não mais do que duas pessoas conheciam sua fórmula ao mesmo tempo. Em alguns casos, apenas um pai e seu filho saberiam como fazê-la.
Era um líquido armazenado em uma espécie de seringa gigante, que se inflamava ao entrar em contato com o ar; basicamente, um tipo primitivo de lança-chamas que funcionava mais ou menos como a ilustração acima.
O paradoxo é este: embora os bizantinos tenham conseguido manter o segredo por centenas de anos, esta super arma teve um efeito colateral curioso e inesperado: mexer com a mente do inimigo. Por causa do fogo grego, os inimigos de Bizâncio tiveram que procurar armas cada vez mais poderosas. Eventualmente, eles descobririam a pólvora (que mais tarde evoluiria para o canhão e por aí vai.)
O que a história nos diz é que, mesmo que um país ou entidade possuam uma arma muito poderosa, no longo prazo seus inimigos surgirão com tecnologias militares muito melhores e mais eficientes e, eventualmente, a usarão contra você. E vice versa.
Depois que a Caixa de Pandora é aberta, não há mais como fechá-la.
O engraçado é que, até agora, as armas nucleares funcionaram mais como instrumento de paz do que de guerra, graças ao MAD - Mutual Assured Destruction (Mútua Destruição Assegurada). Essa doutrina garante que, se um país usar armas nucleares contra outro, esse outro país responderá com todo o seu arsenal nuclear, e assim por diante, até que todos os beligerantes (ou a espécie humana) sejam destruídos.
Claro, ninguém deseja isso. O MAD, portanto, garantiu um mundo mais pacífico: sem esta doutrina, o mundo provavelmente teria visto guerras convencionais mais sangrentas. E isso é válido para quase todas as nações do mundo
O problema atual (e futuro) é que quanto mais velha uma determinada tecnologia se torna, mais acessível ela fica e mais e mais pessoas podem ter acesso a ela. Conseqüentemente, em um futuro próximo, viveremos com o risco real de que pessoas ou entidades vis tenham acesso à armas nucleares: algo que nenhum país (ou pessoa) civilizado deseja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário