23 novembro, 1914. É aprovada a participação portuguesa na I Grande Guerra
Em reunião extraordinária do Congresso da República Portuguesa foi autorizado o governo a participar na guerra ao lado dos Aliados e em acordo com os Tratados que tinha com o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. De imediato, cedeu ao esforço de guerra aliado 20.000 espingardas com 600 cartuchos cada uma e 56 peças de artilharia.
No início de agosto de 1914, a Alemanha declarara guerra à Rússia e à França, e invadira o Luxemburgo e a Bélgica; por sua vez, a Grã-Bretanha declarara a guerra à Alemanha. Portugal ia mantendo atitude expectante em relação à guerra instalada na Europa, mas atuou para a defesa das suas posições em África; no espaço de um mês foram organizadas expedições militares com destino a Angola e a Moçambique, para defesa das fronteiras que estavam a ser atacadas por forças alemãs.
Com o recrudescimento da guerra, Portugal fora convidado a abandonar a atitude de neutralidade, e juntar-se activamente aos aliados. O Governo de Sua Majestade britânica reiterava garantias de apoio e observância do estipulado na aliança velha anglo-portuguesa; por seu lado, o Governo de Portugal afirmava que não faltaria aos seus compromissos internacionais. Mas muitos setores no país, desde conservadores monárquicos a socialistas, eram contra a participação de Portugal na guerra.
A aprovação da participação na I Grande Guerra não implicou, de imediato, a participação nas operações em curso na Europa, nem justificou as operações de guerra surda que estavam tendo lugar em África; tão somente que o país deixara de ser neutral. E é nessa condição que mais de um ano depois recebe um pedido do governo britânico, "em nome da aliança", de requisição urgente de todos os barcos inimigos estacionados em portos portugueses; no dia 23 de fevereiro de 1916, numa operação conduzida pela Marinha, foram apreendidos todos os navios mercantes alemães fundeados nos portos portugueses.
Face à ação contra meios não militares e com argumento de obstáculização aos esforços de guerra, o Império Alemão formalizou em 9 de março de 1916 a Declaração de Guerra a Portugal. A formação de um governo de unidade nacional, na semana seguinte, pretendeu responder à conjuntura da guerra e preparar o enviar de tropas para o teatro de operações europeu. A 30 de janeiro de 1917 viria a zarpar do Tejo, rumo às trincheiras da Flandres, o Corpo Expedicionário Português.
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