."Guia de Ouro Preto".1938. Manuel Bandeira 19\4\1886.Recife-13\10\1968.Rio.
Precursor do Modernismo no Brasil;assim como autores paulistanos,buscou compreender o Barroco mineiro.Alem de Drummond provocando um dialogo entre estatuas;Murilo mendes discorre sobre Ouro Preto;Mario de Andrade fala de Aleijadinho;Osvald de Andrade apresenta um roteiro de Minas.
Trecho:
"Não se pode dizer de Ouro Preto que seja uma cidade morta.Morta e´Tiradentes!?Ouro Preto e´a cidade que não mudou,e nisso reside o seu incomparavel encanto.Passada a época ardente da mineração-em que foi,um arraial de aventureiros,idade mais bela como fenômeno de vida, e a salvo do progresso demudador,pelas condições ingratas da situação topográfica. Ouro preto conservou-se tal qual ,em virtude mesmo de sua pobreza,que já por volta de 1809,fazia trocarem-lhe por escarnio em Vila Pobre o nome de sua fundação em 1711,Vila Rica de Albuquerque.Na sua decadência econômica ,que remonta as ultimas décadas do Seculo 18,não houve dinheiro para abrir ruas,alargar becos,restaurar monumentos.Na reparação de prédios velhos,a economia alterou o minimo possível.Em casas novas ninguém pensava.Raras na cidade,enfeiam pelo contraste chocante com as outras edificações.
Aqui caberia ,melhor que em qualquer lugar:"Je n´aime pas les maisons neuves-Leur visage est indifferent."Ha´em algumas das casas novas,a intenção de retomar o estilo das velhas.Falta a essa arquitetura de arremedo o principal;o caráter.O estilo Colonial tomou a velha construção Lusitana detalhes de ornato,desprezando a lição de força ,dignidade,características do Colonial legitimo.As velhas casas são de uma severidade dura.Saint-Hilaire quando viu o palácio dos governadores achou que não era palácio. O caráter do palácio convinha muito bem a uma construção destinada a servir de residencia fortificada,dai seu aspecto de castelo-forte."
M.
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