quarta-feira, 26 de agosto de 2020

A Giganta.

 .Pois quando a Natureza,em seu capricho exato,

Gerava estranhos seres raros,dia a dia,

Uma giganta moça-eis do que eu gostaria,

Para viver-lhe aos pés com a volúpia de um gato.


Ver seu corpo florir com a flor de sua alma

E crescer livremente em seus terríveis jogos;

Ver se não teria no peito alguma oculta chama,

Com as chispas molhadas que mostra nos olhos.


Percorrer a vontade a realeza das formas,

Escalar a vertente dos joelhos enormes

E,quando os sóis do estio ,a complacência alheios,


Estendem-na,cansada,ao longo da colina,

Dormir descontraído a sombra dos seus seios,

Como abrigo tranquilo ao pé de uma colina.   BAUDELAIRE.

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