"Os artistas são as antenas da raça."Pound.
Ezra Loomis Pound.Idaho,30\10\1885-Veneza.1\11\1972.
Abandonou a universidade ,onde lecionava e foi para Veneza,que o fascinava.la´publicou seu primeiro livro de poemas.Em Londres,conhece Henry James,Joseph Conrad,HC.weels,Yeats,entre outros.Publica um estudo sobre trovadores provençais,Dante,Villon,Vega e Camões.Viaja pela Europa;funda o imagismo,em 1913,torna-se correspondente da "Poetry";de Chicago;publicando Tagore,Frost. Ligações com Joyce e Elliot. Funda o Vortismo. A partir de 1915,toma interesse pela literatura oriental.(Cathay).
Convivência com: Gertrude Stein,Hemingway,Cummings,Fitzgerald,Cocteau,Braque,etc.Interessa se por musica e pelo emergente Partido Fascista de Mussolini.(Reformas sociais).Em 1924,muda-se para a Itália,Rampallo,onde aprofunda seus estudos econômicos.1926-A draft of 16 cantos.Entusiasmado com o "Duce",apoia a Itália e o eixo na segunda guerra mundial.Com a derrota italiana,e´detido em Pisa.(Fez propaganda pro fascismo durante a Guerra).Em 1945,e´julgado e considerado demente.Internado em manicomio,publica em 1948:The Pisan Cantos.Detido,faz tradução de Confucio,Sófocles.Em 1958,aos 72 anos e´libertado.Apos viajar para Inglaterra e França,vem a falecer.
Pound-capacidade de expressão direta ,energia vital.força e capacidade especulativa.Poema "Alabastro",sobre a mulher:
"Esta senhora de roupão branco ,por ela chamado Peignoir,e´por enquanto a amante do meu amigo,e os brancos,delicados pés do seu cãozinho branco não são mais delicados do que ela ,nem o próprio Gautier desprezaria os contrastes em brancura-ela,sentada na poltrona ,entre duas velas indolentes."Imagista tipico,sem transições,contundente.O imagismo foi um grupo conservador,reacionário ate´.Poetas ligados a teorias politico-sociais: Pound,Eliot,Lawrence. Admirador de Mussolini desde de 1930,escreveu:"Jefferson e Mussolini.".Sua utopia fascista desemboca no México :"A serpente de plumas".A simpatia pelo Nazismo coincide com muitas de suas ideias,instintos ocultos,liderança anti-racional.Sua noção de Fascismo e´e´um desvio de um sentimento revolucionário antiburguês,um pensamento reacionário,baseado em sentimento conservador.Nauseado pelo artificialismo da vida burguesa,reagiu pelo culto do heroísmo,do fervor,exaltação purificadora.Preferencia por Doutrina que procura ajustar a coletividade em função do tipo superior,um novo tipo de individuo.
Pound e o Fascismo.Antipatia pelos valores Burgueses,nostalgia da violência de heróis,poeta que faz politica:
"Os homens são iguais ,segundo a lei.Livres de Písistrato,escolhemos um velhaco ou um eunuco para nos governar."
" O lucido Apolo,qual deus ,homem ou herói cingiremos de latão?"
"Dias pouco duráveis,com toda a arrogância dos ricos da terra;e não ha´mais reis,nem Cesares,nem senhores como os de outrora,dispensadores de ouro."
"Vinde,meus cantos,vamos armar-nos contra esse mar de estupidez-a começar com mumpodoros,E contra esse mar de vulgaridade -a começar com Nimmin;e contra esse mar de imbecis-todos os beletristas bulmenianos."
"Para as nossas festas,não trazes espirito,nem flama,nem as atitudes deletáveis do discípulo.".
.Faz apologia da era fascista,revalorizando as tradições antigas e validas.Exaltação do herói libertário. Pound tocou o violino fascista...Em Pound,a farsa cede lugar a parodia-lado critico da comedia.Toda poesia se encarna na alteridade da mascara ou Persona. Personae-clássica e antológica de poemas curtos.E´na brevidade-pontos luminosos-concisão imagética (ex.Ideograma Chines.).Acumulo de pequenas mascaras,mascaras gráficas de ideias em conflito.Estabelece elo entre Confucio e Mussolini;o principio único,que vitaliza e controla a razão dos indivíduos,nações e Historia.A intuição dispensa as conclusões,mas não dispensa a Forma-problema da Arte.Em seus poemas,nada acaba,ou se define. Nostálgico,almeja ideogramas;Pound costura Homero,Dante,Confucio e Ovídio.Homero sera sempre mais moderno que o jornal do dia seguinte,e uma cultura só´morrera quando não produzir sua arte maior.Homem de inteligencia sensorial,sem vocação para para angustias do Ser ou dilemas históricos.Especulativo,Importa o que faz o homem ,mais do que aquilo que ele pensa.O poético na instancia do conhecimento.Subjaz uma imagem estética e pragmática da Historia.Essa crença parece encontrar suas raízes em Aristófanes,comediógrafo grego clássico,já na decadência...
Pound foi divulgado no Brasil,pelos Concretistas\Haroldo de Campos.Geração de 45.
.Canto 1.
E pois com a nau do mar,
Assestamos a quilha contra as vagas
e frente ao mar divino içamos vela
No mastro sobre aquela nave escura,
Levamos as ovelhas a bordo e
Nossos corpos também no pranto aflito,
E ventos vindos pela popa nos
Impeliam adiante,velas cheias,
Por artificio de Circe,
A deusa benecomata
Assim no barco assentados
Casa do leme sacudida em vento
Então com vela tensa,pelo mar
Fomos ate o termino do dia.Sol indo ao sono,sombras sobre o oceano
Chegamos aos confins das águas profundas.
Ate´o território Cimeriano,
E cidades povoadas envolvidas
Por um denso nevoeiro,inacessível
Ao cintilar dos raios de sol,nem
o luzir das estrelas estendido,
Nem quando torna o olhar do firmamento
Noite,a mais negra ,sobre os homens fúnebres
Refluindo o mar,chegamos ao local
Premeditado por Circe.
Aqui os ritos de Parimedes e Euriloco
"De espada a cova cubital,escravo",
Vazamos libações a cada morto,
Primeiro o hidromel,depois o doce
Vinho com água e farinha branca.
E orei pela cabeça dos finados;
Em ìtaca,os melhores touros estereis
Para imolar,cercada a pira de oferendas
Um carneiro somente de Tiresias,
Carneiro negro e com guizos.
Sangue escuro escoou dentro do fosso
Almas mortas vindas do Erebo,mortos cadavericos
De noivas,jovens,velhos,que muito penaram;
Umidas almas de recentes lagrimas,
Meigas moças,muitos homens
Esfolados por lanças cor de bronze
Desperdicio de guerra,com armas de sangue
Eles,turba em torno de mim a gritar
Palido,reclamei-lhe por mais bestas
Massacraram os rebanhos,ovelhas sob lanças
Entornei balsamos,clamei aos deuses
Plutão,o forte;celebrei Proserpina
Desembahei a diminuta espada
Fiquei para afastar a furia dos defuntos
Ate que ouvisse Tiresias
Mas primeiro veio Elpenor,amigo
Insepulto,jogado em terra extensa
Membros abandonados na casa de Circe
Sem agasalho ou choro no sepulcro
ja porque outras labutas nos urgiam.
Triste espirito.E eu gritei em fala rapida:
Elpenor,como veio a esta praia escura?
Veio a pe,mais veloz que marinheiros?
Ele,taciturno:
Azar e muito vinho.Adormeci.
Na morada de Circe ,ao pe do fogo
Descendo a escada distraido
desabei sob a pilastra
com o nervo da nuca estraçalhado
O espirito procurou o Avernus
Mas,Rei,peço me lembre
E sem agasalho choro,
Empilhe minhas armas numa tumba
A beira-mar com gravação:
Um homem sem fortuna e com um nome a vir.
E finque o remo que eu rodava entre os amigos
la´,ereto ,sobre a tumba.
Veio Anticleia,a quem eu repelia
e então Tiresias Tebano
Levando seu bastão de ouro,viu-me
e falou primeiro:
Uma segunda vez?Por que ?homem de mau fado
Face aos mortos sem sol e este lugar sem gaudio
Alem do fosso,eu vou sorver o sangue
para a profecia
E eu retrocedi
E ele,vigor sanguineo:odysseus
deveras retornar por negros mares
Atraves dos rancores de Netuno,
Todos teus companheiros perderas
Depois veio anticleia
Divus,repouse em paz
Vindo de Homero
Velejou entre sereias
ao largo e alem de Circe,
veneranda
Na frase em Creta,a aurea coroa,Afrodite
Monumento de chipre,alegre,dourada
Cintos,faixas nos seios,tu,palpebras de ebano,
Leva o ramo de ouro de Argicida.
M.
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