.Gazel II.Da terrível presença.
Quero que a água fique sem seu álveo.
Quero que o vento fique sem os vales.
Quero que a noite fique sem olhos ,
e meu coração sem a flor de ouro;
que os bois falem com as folhas imensas
e que a minhoca,de sombra,faleça;
que rutilem os dentes da caveira
e os amarelos inundem a seda.
Posso ver o luto da noite ferida
duelando,enleada,com o meio-dia.
Resisto a um ocaso de verde veneno,
e aos arcos quebrados onde sofre o tempo.
Mas não ilumines teu límpido nu
como um cactus negro aberto nos juncos.
Deixa-me com o anseio de obscuros planetas,
mas não me mostres tua cintura esbelta.
M.
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