quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

NA ALDEIA

                                  NA ALDEIA...








                “E ´comum destruir o que não se pode possuir ,negar o que não se compreende e insultar o que se inveja.”
      Honore de Balzac (1789-1850), Romancista Frances.


Em uma aldeia Longínqua, próxima do mar dois vizinhos, todas as noites, colocavam suas cadeiras na calçada, anos a fio e tinham o seguinte tipo de conversa:
-Você sabe que Ahmed comprou cavalos novos? Não sei como, mas comprou.
-E você sabia que Ibrahim vai se aposentar com uma quantia enorme?
-Não acredito, disse o primeiro...
-Verdade, pessoal de sorte! Nunca trabalharam como nós, mas nadam no dinheiro.
E era sempre assim; lamentavam o sucesso dos outros e reclamavam de Allah, dizendo-se injustiçados na vida; pois entendiam ser mais merecedores das benesses que os outros. Amargos, choramingavam a ingratidão e ironia do destino para com eles.
O tempo  passava e eles continuavam sua lamúria; parceiros na inveja, despeito e ambição. Vomitavam suas mágoas constantemente, a ponto de leva-las para casa. Os “perseguidos” odiavam as conquistas alheias.
Das críticas aos outros passaram a resmungar contra Deus.
- Allah só favorece vagabundos...
-Minha aposentadoria e ‘pouca, mas a do Abdalla e´ uma fortuna. Eu mereço mais do que ele...
-Eu e ‘que merecia estar ganhando rios de dinheiro...
E seguia assim, a cantilena dos reclamos, espalhando seu fel por toda parte e para todos.
Certa noite, quando os dois vizinhos se encontraram e antes que começassem as reclamações; um Anjo surgiu.
-Seus lamentos foram ouvidos, disse o ser Angelical,
-Fui enviado para realizar seus desejos, mas, há ‘uma condição;
O que um pedir, será dado ao outro em dobro!
Um dos reclamantes pensou: Gostaria de ter muitos camelos, uma casa enorme, um harém e muito ouro. Mas se eu pedir isso,
Ele vai ter o dobro! Desaforo.
O outro pensou: Gostaria de ser dono de poços de petróleo,
Sair com atrizes famosas e ter vários cavalos de puro sangue.
Se eu tiver tudo isso, esse maldito terá o dobro! Não e ‘justo.
Gentilmente um pediu ao outro que escolhesse primeiro,
O outro retribuiu e em poucos minutos estavam discutindo calorosamente. Dai ‘para a troca de agressões, foi um passo.
O Anjo, entediado, disse:
-Se não vão fazer pedidos, eu me vou.
Tomados de fúria se viraram para o Anjo.
Um deles disse rápido:
-Senhor, cega-me o olho esquerdo e paralisa todo meu lado esquerdo!
O pedido foi realizado e o outro ganhou desgraça em dobro!

Moral: A inveja degrada e destrói quem a tem. O invejoso quer antes de tudo, o fracasso dos outros, mais que o próprio sucesso.
Sua satisfação e´a desgraça alheia. A inveja tem por irmã, a cobiça ,que não se contenta com o que tem, quer o que e ‘dos outros... Como os dois vizinhos, Inveja e cobiça convivem e misturam seus venenos.
Lembrando Fedro, Fabulista Romano, SEC.I.:
“Perde o próprio, quem cobiça o alheio.”

Baseado em uma lenda Árabe, de tradição oral.

Autor: Marco Antônio E. Da Costa.




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