NA ALDEIA...
“E ´comum destruir o que não se
pode possuir ,negar o que não se compreende e insultar o que se inveja.”
Honore de Balzac (1789-1850), Romancista
Frances.
Em uma
aldeia Longínqua, próxima do mar dois vizinhos, todas as noites, colocavam suas
cadeiras na calçada, anos a fio e tinham o seguinte tipo de conversa:
-Você sabe
que Ahmed comprou cavalos novos? Não sei como, mas comprou.
-E você sabia
que Ibrahim vai se aposentar com uma quantia enorme?
-Não acredito,
disse o primeiro...
-Verdade, pessoal
de sorte! Nunca trabalharam como nós, mas nadam no dinheiro.
E era sempre
assim; lamentavam o sucesso dos outros e reclamavam de Allah, dizendo-se
injustiçados na vida; pois entendiam ser mais merecedores das benesses que os
outros. Amargos, choramingavam a ingratidão e ironia do destino para com eles.
O tempo passava e eles continuavam sua lamúria; parceiros
na inveja, despeito e ambição. Vomitavam suas mágoas constantemente, a ponto de
leva-las para casa. Os “perseguidos” odiavam as conquistas alheias.
Das críticas
aos outros passaram a resmungar contra Deus.
- Allah só
favorece vagabundos...
-Minha
aposentadoria e ‘pouca, mas a do Abdalla e´ uma fortuna. Eu mereço mais do que
ele...
-Eu e ‘que
merecia estar ganhando rios de dinheiro...
E seguia
assim, a cantilena dos reclamos, espalhando seu fel por toda parte e para
todos.
Certa noite,
quando os dois vizinhos se encontraram e antes que começassem as reclamações; um
Anjo surgiu.
-Seus
lamentos foram ouvidos, disse o ser Angelical,
-Fui enviado
para realizar seus desejos, mas, há ‘uma condição;
O que um
pedir, será dado ao outro em dobro!
Um dos
reclamantes pensou: Gostaria de ter muitos camelos, uma casa enorme, um harém e
muito ouro. Mas se eu pedir isso,
Ele vai ter
o dobro! Desaforo.
O outro
pensou: Gostaria de ser dono de poços de petróleo,
Sair com
atrizes famosas e ter vários cavalos de puro sangue.
Se eu tiver
tudo isso, esse maldito terá o dobro! Não e ‘justo.
Gentilmente
um pediu ao outro que escolhesse primeiro,
O outro
retribuiu e em poucos minutos estavam discutindo calorosamente. Dai ‘para a
troca de agressões, foi um passo.
O Anjo, entediado,
disse:
-Se não vão
fazer pedidos, eu me vou.
Tomados de
fúria se viraram para o Anjo.
Um deles
disse rápido:
-Senhor, cega-me
o olho esquerdo e paralisa todo meu lado esquerdo!
O pedido foi
realizado e o outro ganhou desgraça em dobro!
Moral: A
inveja degrada e destrói quem a tem. O invejoso quer antes de tudo, o fracasso
dos outros, mais que o próprio sucesso.
Sua satisfação
e´a desgraça alheia. A inveja tem por irmã, a cobiça ,que não se contenta com o
que tem, quer o que e ‘dos outros... Como os dois vizinhos, Inveja e cobiça
convivem e misturam seus venenos.
Lembrando
Fedro, Fabulista Romano, SEC.I.:
“Perde o próprio,
quem cobiça o alheio.”
Baseado em
uma lenda Árabe, de tradição oral.
Autor: Marco
Antônio E. Da Costa.
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