POETAS CLÀSSICOS.
“A poesia não quer adeptos, quer
amantes.”
Federico Garcia Lorca, poeta Espanhol, (1898-1936).
.MIMNERMO. Poeta
grego, de Istambul, (630-600 AC.) SEC.VII. AC; Criador da Elegia: Poema Lírico*,
terno e triste.
Fragmento:
Nós folhas
nascidas em flórea hora
De primavera,
crescemos como setas ao sol,
Vivemos, sem
notar nenhum mal nos Deuses,
Nenhum bem, embora
nos espreite o olhar negro das parcas*.
Uma
segurando o fio da amarga idade,
Outra cosendo
o fio da morte,
A ultima
ceifando...
Dura tanto a
infância como a luz de um raio de sol.
Mas se assim
reagir o nosso fio de vida
Melhor e ‘morrer,
que viver;
Dos males
que brotam da alma,
Em dores, o
lar despedaçado,
Pálidos
lances de penúria
De quem não
deixa filhos a quem na vida mais amara
Baixando á
terra rumo ao Hades.*
E ao pobre
em que lavra o peso da doença?
Não há
‘homem a quem Zeus não mande muitos males!
Obs. I. Lírico.
Composição poética cantada ao som da Lira.\Grécia.
II. Parcas
ou Moiras Ou Fates; dai Fatalidade. Filhas da noite teciam o fio da vida de
deuses e mortais.
III. Hades. Mundo
subterrâneo pos-mortem, equivalente aproximado do Inferno Cristão.
Comentário:
O Poeta em tom amargo demonstra o fatalismo peculiar aos gregos, diante dos desígnios
dos deuses.
.ARQUÌLOCO. Poeta
Grego, de Paros. (680-630 AC.) SEC.VII. AC.
Poeta Lírico
e soldado Grego. Escreveu IAMBOS: uma sílaba átona, outra tônica (unidade rítmica).
Fragmento:
Quantas
vezes,
Quantas vezes
Na turva
água,
O mar
penteado
Pelas rajadas
Como a
desordem
Dos cabelos
De uma
mulher,
Eu suspirei,
Morto em
saudade
Pela doçura
De regressar.
Comentário: O
poeta, saudoso, em plagas distantes, recorda o doce lar.
.Anacreonte.
Poeta Grego, Lírico. De Samos .(563-478 AC.).
SEC. VI-V
AC. Cantava as Musas, Dionísio e o amor.
O estilo Anacreôntico
influenciou outros poetas da Antiguidade e ate Bizantinos.
Ode:
Da Sua Lira.
De Atridas *
os feitos, de Cadmo* os louvores
Tentei celebrar;
E a lira
rebelde so ´cantos de amores
Quis-me
entoar.
Impus-lhe
outras cordas... Trabalho perdido!
A lira troquei,
Aos feitos
de Alcides* a nova convido...
E Amor, lhe escutei!
Adeus
grandes homens! Buscai noutra lira
O vosso
louvor!
A minha não
sabe, não pode, suspira
So ´cantos
de amor!
Obs. I.Atridas-filhos
de Atreu, Agamenon e Menelau, que desencadearam a guerra de Tróia.
II. Cadmo-Herói
lendário, fundador da cidade de Tebas.
III. Alcides.
Outro nome para Herácles ou Hércules, semideus,de força descomunal.
Comentário:
O poeta prefere claramente, versar sobre o amor, do que sobre os feitos dos
homens famosos.
Tradução: A.F.Castilho.
Autor: Marco
Antônio Eustáquio Da Costa.
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