Valery formula uma nova objetividade poetisa e uma anti filosofia.
Um mergulho na linguagem quase sempre representa um distanciamento irônico em relação a realidade,ou ao que a realidade foi,antes de ser transformada em representação.A obra de Valery duplica essa ironia por ter sistematizado os exercícios de formalização do pensamento.,por se refugiar no silencio de sua própria escritura,na ação que precede a realização poética.No " Cahiers",Valery formula uma Escultura do Silencio.Uma rejeição do significado da própria palavra.Esse ascetismo poético rompe a reclusão ascética por versos que tem como matéria,os limites da criação;hesitações entre som e sentido.
Para Benjamin,a poesia de Valery era "Dialogo entre inteligencia e voz."Seus aforismos apontam para uma crença de aversão ao antropomórfico dos objetos.Defende uma especie de Anti-Filosofia,próximo de Wittgenstein e dos poetas lógicos,que afirmam não acreditar na possibilidade de conhecimento empírico do mundo,olhar antropomórfico sobre a realidade."Pode haver uma técnica do pensamento,comparável a técnica do verso",Concorda com Wittgenstein,que a Filosofia cabe apenas construir enunciados perfeitos.Assim,o conhecimento cientifico e´um avanço do poder do homem sobre o mundo.Contrariando os positivistas,não cria nas descobertas cientificas ,na sua verdade intrínseca.
As ciências,como a Poesia criaram uma nova linguagem;distinta da linguagem comum,logo,não contaminada pela ilusão de que palavras são tradução do real.
A anti filosofia de Valery e´um canto de louvor ao acaso das verdades provisorias da ciência.
O que permite observar que a linguagem poética traz uma nova objetividade ,o ato da criação verbal e a leitura da superfície material.
"Le monde est ma representation";eco de Nietzsche,desafio ao idealismo de Platão.
M.
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