domingo, 4 de março de 2018
SÚPLICA.
SÚPLICA.
. Florbela Espanca,poetisa portuguesa. (1894-1930).
Olha pra mim amor,olha pra mim,
Meus olhos andam doidos por te olhar!
Cega-me com o brilho de teus olhos
Que cego ando eu ha´muito por te amar.
O meu colo e´arminho imaculado
Duma brancura casta que enternece;
Tua linda cabeça loira e bela
Deita em meu colo,deita e adormece!
Tenho um manto real de negras trevas
Feitos de fios brilhantes d´astros belos
Pisa o manto real de trevas
Faz alcatifa de meus cabelos!
Os meus braços são brancos como linho
Quando os cerro de leve,docemente...
Deixe-me prender-te e enlear-te
Numa cadeia assim eternamente!
Vem pra mim,amor...não me desprezes
À minha adoração de escrava louca!
So´te peço que deixes exalar
Meu último suspiro em tua boca !
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