.A Kavafis.
Madrugada,álcool e solidão,combinação explosiva que conduz o pensamento a labirintos obscuros e os sentimentos ,já confusos,a´beira do auto-extermínio.
Em uma praça,pouco recomendável;afinal não ha mais praças recomendáveis...Remoí a angustia da traição,afinal,ela jurou amor,bebeu meu esperma e disse:"Você e´tudo de bom!'',sensação de adolescência,paixonite estupida, "A bebida provoca o desejo mas impede o desempenho.",lembrei;
tolhido em abstrações ,percebo a aproximação de alguém,parece uma mulher,tem ancas de mulher,cabelos longos,mas e´um ...travesti.Que saco,não posso sequer sofrer sozinho.
_Que tal um programa,gato?
-Não,´brigado,to afim não.
-Faço de tudo e beijo na boca!
-A unica coisa que eu queria era ela...
-Ha´...sei como e´,eu também sofro.
Longo silencio-- Então esses seres das sombras também sentem e sofrem,
reconheci naquele "Shylock" todas as misérias humanas,ate as minhas,
durante algum tempo falamos da dor de existir,das frustrações e ingratidão do mundo
que continua girando,indiferente ao sofrimento de seus moradores.
-A vida e´assim mesmo ,disse "ela" em tom de conforto,fazer o que ?
-Sabe o mundo não e´um lugar ruim,só´e´mau frequentado,ha´pessoas boas,você e´a prova (ocasional) disto e "Vou-me embora pra Pasárgada"...
-Pra onde ?
-Pra casa,pra casa.´brigado.
Levantei-me e fui andando ,quando olhei para trás "ela" já sairá,voltara ao cotidiano da calçada;
sem saber da solidariedade que trocara comigo,e da profunda humanidade que vivi naquelas poucas\tantas palavras trocadas.
M.
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