quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
O Autor Nunca Morreu.
Os críticos dos anos 60\70 do seculo XX,entendiam que a figura do Escritor era questionável,
tal ideia teve como defensores: Derrida-Não aceitava a figura soberana do escritor,por entender que o sujeito da escritura não existe.Sendo um relação de camadas-inconsciente,pre.consciente e consciente.Nessa conjuntura o sujeito não seria encontrável...
Kristeva,por seu turno,afirmava que o sujeito da narrativa conduzia a si próprio a um anonimato,sendo metamorfoseado pela própria inclusão na narrativa,e´a possibilidade de mudança sujeito\narrador,historia\discurso.
Barthes entende que o autor morreu desde Mallarmé,passando por Proust,Surrealistas ,findando com a enunciação da linguística." O autor nada mais e´do que aquilo que escreve."No entanto,essas especulações falaciosas ,calcadas na psicanalise e marxismo,não contemplam : a valorização do manuscrito,dos rascunhos,do prototexto,;alem do fato de não se poder circunscrever o autor ao sujeito ou ao enunciado.Manuscritos,anotações,rasuras,substituições demonstram um contato permanente do texto com o autor.Assim,os manuscritos e os textos inacabados comprovam a atividade do autor e a vitalidade da escrita.
No Seculo XVIII,Diderot e Strene interrogam seus leitores;no XIX,Balzac e Stendhal,entre outros,também. Mas,Flaubert,modelo de muitos,some -literalmente-de seu texto.Apesar disso,guardou todos seus manuscritos como para manifestar seu dialogo com a pagina e contradições.
Leyla Perrone-Moises explicita:A teoria do sujeito e´portanto um ponto crucial das pesquisas sobre linguagem poética ,como das ciências Humanas.Estabelece-se então,um dialogo entre escritor e texto;
contato constante e alternado entre autor-escritor e autor-leitor,que se respondem.
Lembrando Borges",o autor e´antes de tudo leitor da biblioteca de Babel.na memoria ou anotada."
Flaubert anexando suas anotações de leitura aos manuscritos de seus contos e romances,e´exemplo claro.
Mallarmé´alertara que a linguagem nos fala,não o autor.Multiplicação de rascunhos,correção tenaz;
como o "Nevermore" de Edgar Allan Poe,sempre diferente nas mesmas letras.O manuscrito desloca o escritor cada vez que ele lê.Não se pode eliminar o Autor.A re-leitura que rasura na procura pela palavra adequada ,ocorre a partir de uma estética.Ha que se considerar,ainda,a tradição literária,
ou seja,influencias e forças diversas que requerem agilidade para a confecção do manuscrito.
A passagem constante da mão que escreve para o olhar que lê.
Cada deslocamento do leitor pela escritura,introduz no texto,informação,reflexão ou reformulação.
A criatividade do escritor define pela maleabilidade e articulações face a essas mudanças.
A passagem do autor-leitor para autor-escritor ,provoca no autor desgaste e depressão ,oriundos da incerteza.Mas, a palavra,a frase,o acréscimo diminuem as incertezas ,diminuindo a angustia e liberando o autor.O autor morre uma morte de mil,dada sua dispersão na escritura e lembrando a Babel de Borges...
Ref.Leyla Perrone-Moises."texto.Critica,Escritura.SP.Atica.78.
Marco Antonio.
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