quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

EL BRUJO.

                                        “ El BRUJO.”

                                                               “ Quem sabe da dor,sabe de tudo.”

                                                                “George Sand”, pseudônimo literário de
                                                              Amandine-Aurore Lucille Dupin,baronesa Dudevant.
                                                                                           ( 1804-1876).





Jose Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo ou, apenas, Jorge Luis Borges,
*24/8/1899 Buenos Aires. + 14/6/1986 Genebra.
Poeta, contista e ensaísta Argentino chamado “El Brujo”, por muitos, em função de suas qualidades literárias. E´ um ícone do Modernismo ,tendo contribuído para a Literatura Fantástica , com uma temática que abrangia : Metafísica,Mitologia,Teologia e Historia.
Erudito e fluente em diversas línguas, suas obras foram traduzidas na Europa. A medida que sua cegueira evoluía criava novos símbolos literários,pela imaginação.Recebeu influencias de :
Dante, Kafka, H.G.Wells, Lovecraft e  C.S.Lewis. Influenciou toda a literatura posterior, Latino-Americana e Européia. Umberto Eco o homenageou em “ O nome da Rosa ”(1980), na figura do velho monge cego Jorge de Burgos,responsável pelo mosteiro /biblioteca (inspirada no conto de Borges:” A biblioteca de Babel”) e eixo da trama.
Contos célebres: “ Ficciones”(1944), “ El Aleph “(1949).


 .Pensamentos / Textos de Borges:

.” Alguém chega a ser grande pelo que Le,não pelo que escreve.”

.” So ´o  que foi nos pertence.”

.” A duvida e´ um dos nomes da inteligência.”

.Entrevista na Europa:
-Repórter: “Em seu país há canibais?”
-Borges: ” Não, nos os comemos todos!”.

.“Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas. Demócrito de Abdera arrancou-se os olhos para pensar. O tempo foi meu Demócrito. Esta penumbra e´ lenta e não dói; flui por um manso declive e se parece a´ eternidade.Meus amigos não tem rosto,as mulheres são o que foram já faz tantos anos ,as esquinas podem ser outras ,não ha páginas nos livros.Tudo isto deveria atemorizar-me ,mas e ´doce , um regresso.”

.”Sempre achei que o paraíso era como uma livraria.”

.”Eu não falo de vingança ou perdão. O esquecimento e ´a única vingança e perdão.”

.”Ninguém pode ferir-nos, salvo aqueles que amamos.”

.” A leitura e´ uma forma de felicidade.”

.” Não odeies o teu inimigo,porque ,se o fazes, és de algum modo o seu escravo.
    O teu ódio nunca será melhor que a tua paz.”

.” Os poetas, como os cegos, podem ver no escuro.”

.”Todos os caminhos levam a morte.  Perca-se.”

.”Somos todos semelhantes a´ imagem que os outros tem de nós.”

.” O sofrimento e´ o caminho mais curto para a sabedoria.”

.”No passado, cometi o maior dos pecados: não fui feliz.”


 Poesia de  Borges.
   
                                       As causas.

Os crepúsculos e as gerações.
Os dias e nenhum foi o primeiro.
A  frescura da água na garganta
De Adão. O ordenado paraíso.
O olho decifrante na penumbra.
Os amores dos lobos na alvorada.
A palavra. O hexâmetro. O espelho.
A torre de Babel e a soberba.
A lua que miravam os caldeus.
As inúmeras areias do Ganges.
Chuang-tsu e a borboleta que o sonhara.*
E nas ilhas, de ouro, as macieiras.
Os passos do errante labirinto.
O infinito tecido de Penélope.
O tempo circular para os Estóicos.
A moeda na boca de quem morre.
O peso de uma espada na balança.
Cada gota de água na clepsidra.
As Águias, os fatos, as legiões.
César na madrugada de Farsalia.
A sombra de cruzes pela terra.
O xadrez e a álgebra do persa.
Os rastros das compridas migrações.
A conquista de reinos pela espada.
A bussola incessante. O mar aberto.
O eco do relógio na memória.
O rei por uma adaga justiçado.
O incalculável po´ que foi exércitos.
A voz do rouxinol da Dinamarca.
A escrupulosa linha do calígrafo.
O rosto do suicida que se espelha.
O naipe do taful. O ávido ouro.
As formas de uma nuvem no deserto.
Cada arabesco no caleidoscópio.
Cada remordimento e cada làgrima.
De todas essas coisas foi preciso
Para que nossas mãos se encontrassem.

Comentário: Borges desfia, ao longo do tempo, a complexa trama da existência humana e seus paradoxos. A fragilidade, buscas e duvidas, através de culturas e momentos diversos. Evoca uma noção de Cultura que remete a: eternidade X duração e mudança x estabilidade.
Entre causas e  efeitos,sucessos e débâcles,o acidentado caminho humano no texto chamado HISTORIA.

OBS : * Cuang-tsu; 500 AC, sonhou que era uma borboleta e não sabia ao despertar se era um homem que tinha sonhado ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um homem. 
*Taful. janota,Dãndi,almofadinha do sec. XIX-XX. Alguém muito preocupado com a imagem social. Algo como o  Metrossexual de hoje.

Bibliografia:
Borges, J.L. Historia da noite. Cia das letras, São Paulo, 2007.
Borges, J.L. Historia da eternidade. Cia das letras. São Paulo, 2010.
Borges, J.L. O Aleph. Cia das letras. São Paulo, 2008.




Autor: Marco Antonio E. da Costa.






Nenhum comentário:

Postar um comentário