domingo, 7 de abril de 2013

MARIO QUINTANA, POETA GAÚCHO.



                                               “ A recordação é uma cadeira de balanço,  
                                                               embalando sozinha.” -    Quintana


O  Poeta nasceu em Alegrete e viveu em Porto Alegre.(1906-1994).
Alem de escritor, foi jornalista.Definido como “poeta das coisas simples” ;tinha um olhar
existencial e irônico sobre as coisas, perfeccionista, foi um artesão da palavra.
Mesmo tendo vasta produção , e de qualidade, foi recusado por 3 vezes na Academia Brasileira de Letras;que em 1980, o reconheceu com o premio Machado de Assis, pelo conjunto da obra.
Solitário,viveu muito tempo em hotéis, em um momento de dificuldade,recebeu do ex-jogador e  leitor Falcão um apartamento para morar. Não era de sair do seu Rio Grande.
Viveu uma vida simples e como ele próprio definiu certa vez : `
“Eu moro em mim mesmo.”


Pensamentos :

.”Domesticar as palavras...Poesia.”
.” O trabalho é  a farra dos velhos.”
.”Fumar  é uma forma de suspirar.”
.” Mudar de Porto Alegre ? Mudar de mim ?”
.”Coincidência  é milagre, DEUS prefere ficar incógnito.”
.” Amizade é um amor que nunca morre.``
.” Mulheres não suam , orvalham.``
.”É pena que a casa fundada por Machado de Assis (ABL), esteja tão politizada.
    Só da ministro.``
. “ O destino é  o acaso metido a besta.”
. “O tempo é a insônia da eternidade.”
. “Idade só há duas :  ou se esta vivo ou se esta morto.”.
.”Melancolia : maneira romântica de ficar triste.”

Poesias ( algumas)  de   Mario Quintana :

.” O mais triste de
 um passarinho engainholado
é que ele se sente feliz.”


 .” Todos que  aí estão
  atravancando o  meu caminho
  eles   passarão
  e  eu  passarinho.”


.    Ah! Os relógios.

.”Ah! Os relógios
Amigos não consultem os relógios
Quando um dia eu me for de vossas vidas
Em seus fúteis problemas tão perdidas
Que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte :
Não o conhece a vida – a verdadeira-
Em que basta um momento de poesia
Para nos dar a eternidade inteira
Inteira  sim,  porque
Essa vida eterna
Somente por si mesma
É dividida,  não cabe , a cada qual,
Uma porção .
E os anjos entreolham-se
Espantados
Quando alguém --ao voltar  a sí
Da vida – acaso lhes indaga que
Horas são...”


“. A   mentira  é
uma verdade
que se esqueceu
de acontecer.”


.Amar.

“Fechei  os olhos  para não te ver
e a minha boca para não dizer ...
E dos meus olhos fechados desceram
Lagrimas que enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro.”


.” A morte é a liberdade final,
   é quando se pode, enfim,
   deitar de sapatos.``
.
Da Felicidade.

``Quantas vezes a gente, em
 busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho
Infeliz :
Em vão, por toda parte, os
Óculos  procura
Tendo-os na ponta do nariz !
No fim tu hás de ver que as
Coisas mais leves
São as únicas
Que o vento não consegue levar :
Um estribilho antigo
Um carinho no
Momento preciso
O  folhear de um livro
De poemas.
O  cheiro que tinha
Um dia o próprio vento...”





Ref.Biblio. :
Quintana,M. Antologia poética.Porto alegre.Globo,1966
Quintana,M.Caderno H. Porto alegre. Globo,1973.
Quintana,M.Quintanares. Porto Alegre,1976.


Autor: Marco Antonio E. Da Costa. 


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