quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Da Morte e Do Amante.

                                    DA MORTE E DO AMANTE.
                                                      PROPERCIO.

                                                          “Para tão longo amor, tão curta vida”.
                                                           Luiz Vaz De Camões, poeta Luso Classicista.
                                                                                   Século XVI.




Da morte que vos quereis saber a hora incerta
E a senda pela qual ela vira,
Buscais num céu tranqüilo, a exemplo dos Fenícios,
Estrelas favoráveis ou funestas,
Persigamos Bretões ou Partas,
Cegos perigos rondam mar ou terra;
Choramos o arriscar a vida nos combates,
Ou se um veneno toca os nossos lábios.

Mas sabe o amante como e quando morrera
Nem teme o vento, nem teme as armas
E ainda que  já reme entre os juncais do Estige,
Vendo a barca mortal de tristes velas,

Pela senda proibida ele retornara
Se na brisa o chamar a voz da amada.




.Sextus  Aurelius Propercius.(43 ac.umbria- 17 ad.Roma.).
Poeta elegíaco Romano, contemporâneo de Ovídio, influenciado por Catulo, viveu sob Otavio. De família nobre, empobrecida pelas guerras civis Romanas, recebeu educação formal, freqüentou a elite romana. Admirado por Cervantes, Schlegel e Drummond.
Elegia.
Gênero poético, criado pelos gregos, na Grécia tinha por temática: melancolia, aspectos existenciais ou cívicos. Em Roma, ganha um perfil erótico-amoroso, como em Propercio.

OBS:
.Fenícios, antigos habitantes do atual Líbano; Bretões, antigos habitantes da atual Inglaterra;
Partas, antigos habitantes do atual Irã.
.Stige Ou Estiages, lago que conduzia os mortos a sua morada final, o Hades.
.A barca mortal era conduzida por Caronte ,para o reino dos mortos;que para tal, era cobrado um óbolo( moeda).Dai o costume, a princípio grego, Mediterrâneo e depois de outros povos, de colocar uma moeda sob a língua ou nos olhos do falecido, para pagar ao barqueiro a travessia.
.Os que tinham morte gloriosa, isto  é,em batalha,como heróis, iam para os campos Elíseos ou Elysium,onde ao lado de outros heróis e deuses bebiam vinho e celebravam a bravura.

Biblio/ref:
.Poesia grega e latina.cultrix.sp,1959.    
.Thelatinlibrary.com.

Autor: Marco Antonio E, Da Costa.


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