“A Vida é breve.
O Amor mais breve ainda. “
MÁRIO QUINTANA.
Origens
de Aleksander Sergueivitch Pùchkin:
O pai de Pùchkin, Sergei Lvovich Pùchkin (1767-1848),
descendia de uma ilustre família da nobreza russa cuja linhagem conhecida
remonta ao século XII. Sua mãe, Nadezhda
(Nadja) Ossipovna Hannibal (1775-1836) descendia por parte de sua avó paterna
das nobrezas alemã e escandinava.[11] Era filha de Ossip Abramovich Gannibal
(1744-1807) e sua esposa Maria Aleksejevna Pùchkina (1745-1818). O pai de Ossip
Abramovich Gannibal, ou seja, o bisavô de Pùchkin, foi Abram Petrovich Gannibal
(1696-1781). Ele em 1703 foi capturado e vendido ao sultão Otomano, que o revendeu
russa, onde se tornou apadrinhado do Tsar Pedro I, o Grande. Aos vinte anos,
Abram Petrovich foi enviado a Paris para concluir seus estudos, se formando em
engenharia militar. Na época em que viveu em Paris, acabou conhecendo figuras
chaves do iluminismo francês como Voltaire, Montesquieu e Diderot, que o
chamavam de "estrela negra do iluminismo".
Sobre
Aleksander Sergueivitch Pùchkin:
Progressista e liberal, acabou exilado no sul da Rússia (
!820 -1826), por ordem do tzar Alexandre I. Pùchkin
ficou sob severa vigilância dos censores do governo e impedido tanto de
viajar quanto de publicar, foi nesse período que ele escreve sua mais famosa
peça, Boris Godunov, que seria publicado em 1831 depois de muita negociação com
a censura tsarista. Nota-se nessa peça a influência de poeta e dramaturgo
inglês William Shakespeare. Igualmente
ele escreveu o romance em verso, Eugene Onegin, um retrato panorâmico da vida
russa em que introduziu elementos que o levaram a designar o seu estilo como
"romantismo realista", russo do século XIX, depois musicado por
Tchaikovsk.
Em 1826, recebeu o perdão do Tzar, regressando a Moscou.
Dois anos depois, escreveu Poltav, uma epopeia que narra a história de amor do
cossaco Mazeppa. Cultivando, cada vez mais, a prosa, alcançou grande sucesso
com obras como Contos de Belkin, A Dama de Espadas e A Filha do Capitão.
Pùchkin e sua esposa Natalya Goncharova, com quem
contraiu núpcias em 1831, tornar-se-iam regulares frequentadores da corte. Em
1837, tornaram-se cada vez mais frequentes os rumores de que sua esposa cometia
adultérios boatos, irritado Pùchkin
desafiou o dito amante, Georges d'Anthès, para um duelo. Mortalmente
ferido em consequência do duelo, Pushkin faleceria dois dias depois.
Considerado pelos revolucionários Bolcheviques, um ícone da Literatura Libertaria soviética. Obras
Memoráveis : “Boris Gudonov”, “Eugene Onièguin”, “ A filha do capitão”, “Poltov”
e "A História de Pugachev".
Trágico paralelo pode se estabelecer com Euclides da
Cunha, escritor e engenheiro, autor do Celebre “Os Sertões” de 1902; sobre a
campanha de Canudos , no sertão baiano.
Sua esposa, mais conhecida como Anna de Assis, tornou-se
amante de um jovem tenente, 17 anos mais novo do que ela, chamado Dilermando de
Assis. Ainda casada com Euclides, teve dois filhos de Dilermando. Um deles
morreu ainda bebê. O outro filho era chamado por Euclides de "a espiga de
milho no meio do cafezal", por ser o único louro numa família de morenos.
Aparentemente, Euclides aceitou como seu esse menino louro. A traição de Ana
desencadeou uma tragédia em 1909, quando Euclides teria entrado na casa de
Dilermando, armado, dizendo-se disposto a matar ou morrer. Dilermando reagiu e
matou-o. Foi julgado pela justiça militar e absolvido. Entretanto, até hoje o
episódio permanece em discussão. Casou-se com Ana. O casamento durou 15 anos. Marx tinha razão: "A História só se repete como farsa ou como tragedia." Tanto Euclides quanto Púchkhin foram vitimas da mesma tragédia.
Poema
“O Dom Inútil”:
DOM INÚTIL.
Dom inútil, dom fortuito
Por que a vida me foi dada ?
E o destino , com que intuito
A condena a um fim
: o nada ?
Que poder hostil, do pó
Suscitou minha
alma ardente
E lhe deu paixão ,mas só
duvidas à minha mente ?
Sigo a esmo de ermo peito,
Mente ociosa e , sem saída,
Pesaroso,eu me sujeito
Ao maçante som da vida.
Tradução: Boris Schnaiderman.
Comentário:
Quem nunca se indagou
o que esta fazendo aqui?
Ou qual o sentido da existência ,com seus percalços e momentos?
O tom angustiado é típico
do Romantismo, o tédio face à rotina da vida, também; mas o verbo acido
e o olhar desiludido remetem ao Realismo.
De modo sóbrio exala as emoções advindas das duvidas ,
que afinal , mesmo ocasionalmente; visitam todos nós.
Boris
Godunov e comentários:
A peça "Boris Godunov" foi escrito pr Púchkin
em 1825 e publicada em 1831, a peça passa da eleição de Boris Goduno como Tsar
russo, substituto de Feódor até a sua morte e a ascensão do falso Dmitri ao
poder.
A peça coloca em cena suposto assassinato, em 1591 de
Dmitri, filho caçula de Ivã, o terrível e sucessor natural de seu irmão mais
velho, Feódor. Príncipe Fraco e omisso, Feódor delegara o governo depois a
Godunov e a morte de Dmitri, aos 9 anos, propiciaria sua definitiva ascensão -
apesar dos rumores de ter sido ele o mandante do crime.
Mais de dez anos depois, com Godunov já no poder, surge
um impostor que diz ser Dmitri e lidera uma camanha para tomar o poder, com a
morte natural de Boris Godunov, o falso Dmitri assume o poder.
Em 16 de outubro de 1604, o falso Dmitri com seus
regimentos cruzam a fronteira entre a Lituânia e a Rússia para combater as
tropas de Boris Godunov e assumirem o controle da Rússia.
No entanto, em janeiro de 1605, as forças do Tsar vencem
as tropas do falso Dmitri na Batalha de Dobrynichah no qual o impostor com os
poucos remanescentes de seu exército são forçados a se retirarem para Putivl.
Vemos aqui uma conversa do Tsar Boris Godunov com
Besmánov, um favorito do Tsar, que em 1604, após uma defesa corajosa de
Novgorod-Seversky das tropas Falso Dmitri fora recompensado pelo Tsar.
O Tsar Boris Godunov está insatisfeito com a vitória
incompleta, pois a ameaça do falso Dmitri não fora eliminada.
Notaremos uma critica de Púchkin, que era liberal a
hereditariedade em detrimento do mérito, no qual uma pessoa assumia determinado
cargo não por mérito, mas por seus ancestrais, o que não permitia que nem
sempre o melhor ocupasse o cargo e a natureza opressiva do poder na Rússia. A
analogia do cavalo e cavaleiro exprime em a natureza entre o povo e o poder e a
natureza opressiva deste com a população a Rússia Tsarista.
TSAR
Ele fugiu, e qual é a vantagem?
Em vão nos coroamos com a vitória.
Ele voltou a reunir o exército disperso
E nos ameaça desde os muros de Putivl.
O que fazem enquanto isso os nossos heróis?
Ficam parados em Krom, onde um punhado de cossacos
Zomba deles através de muralhas podres.
Isso é que é glória! Não, não estou satisfeito com eles,
Vou te enviar para comandá-los;
Não é a linhagem, mas a inteligência que deve chefiar;
Deixa que a arrogância deles se preocupe com direitos de
precedência;
E hora de desprezar as queixas dessa turba de nobres,
E liquidar esse costume pernicioso.
BESMÁNOV
Ah, soberano, mil vezes abençoado
Será o dia, em que os livros de registro,
Com suas desavenças e altivas genealogias
Forem devorados pelo fogo.
TSAR
Este dia não está distante;
Espera primeiro que a agitação do povo
Seja pacificada.
BESMÁNOV
Por que dar-lhe importância?
O povo está sempre secretamente inclinado à agitação;
Como um corcel que rói suas rédeas,
Como um filho que não suporta o poder do pai;
E daí? O ginete controla tranquilamente o cavalo,
E no filho quem manda é o pai.
TSAR
O cavalo às vezes derruba quem está montado,8'
E o filho nem sempre faz a vontade do pai.
Só com rigor constante nós conseguiremos
Conter o povo. Assim pensava Ivã,
Apaziguador de tormentas, sensato autocrata,
Assim pensava ele, e também seu neto feroz.
Não, o povo não compreende a clemência:
Faz-lhe o bem, e ele não te diz obrigado;
Rouba-o e tortura-o, e não vai ser pior para ti.
Depois da morte do Tsra Boris Gdunov e foi coroado Tsar
seu filho Feódor Borisovich Godunov, ele nomeou Basmánov como comandante das
tropas encarregadas para destruir o falso Dmitri, aqui temos uma conversa entre
Basmánov e Gavrila Púchkin, que realmente existiu e foi antepassado do autor da
peça.
Aqui notamos a noção de legitimidade do poder para
Púchkin, ela estaria não na força ou hereditariedade, mas no apoio popular. Sem
o apoio do povo nenhum governo se sustentaria.
BASMÁNOV
Entra aqui e fala livremente. Então, ele te mandou até mim?
PÚCHKIN
Ele te oferece a sua amizade
E o cargo mais alto junto a ele quando for tsar de
Moscou.
BASMÁNOV
Mas já fui elevado bem alto Por Feódor. Sou o comandante
do exército,
Por mim ele desprezou as normas das patentes
E a ira dos boiardes.
Eu prestei juramento a ele.
PÚCHKIN
Juraste ao herdeiro legítimo
Do trono; mas e se houvesse um outro
Mais legítimo?
BASAMÁNOV
Escuta, Púchkin, basta,
Não me venhas com besteiras; eu sei
Quem ele é.
PÚCHKIN
A Rússia e a Lituânia
O reconheceram como Dmitri há tempos,
Mas, pensando bem, não vou insistir.
Talvez ele seja o autêntico Dmitri,
Talvez ele seja um impostor. Só
Sei que, mais cedo ou mais tarde,
O filho de Boris vai lhe ceder Moscou.
BASMÁNOV
Enquanto eu estiver com o jovem tsar,
Ele não vai deixar o trono;
Temos regimentos suficientes, graças a Deus!
Vou inspirá-los à vitória,
E vocês, quem vão mandar contra mim?
O cossaco Karela? Ou Mniszech?
Quantos vocês são? Não passam de oito mil.
PÚCHKIN
Estás enganado. Não chegamos nem a isso.
Digo eu mesmo que nosso exército é um lixo,
Que os cossacos só sabem saquear povoados,
Que os poloneses só fazem fanfarronice e bebem,
E os russos... para que falar...
Diante de ti não vou ficar com manhas;
Mas sabes, Basmánov, de onde vem a nossa força?
Não do exército, não, nem da ajuda polonesa,
Mas da opinião; sim, da opinião do povo.
Estás lembrado do triunfo de Dmitri
E de suas conquistas pacíficas,
Quando por toda parte, sem disparar um tiro,
As cidades docilmente se entregavam a ele,
E os voievodas que resistiam eram presos pelo populacho?
Tu mesmo viste, se foi voluntariamente que as tuas hostes
Combateram contra ele; quando mesmo? No tempo de Boris!
E hoje? Não, Basmánov, é tarde para discutir
E avivar as cinzas frias da batalha;
Com toda tua inteligência e força de vontade
Não vais conseguir; não seria melhor se tu
Desses o primeiro exemplo de bom senso,
Proclamasses Dmitri como tsar
E virasses amigo dele para sempre?
O que te parece?
A questão da legitimidade sendo aquela que apoiada pelo
povo contrasta a da cena seguinte, quando Púckhin no Lóbnoe Mesto local usado
para execuções públicas ou proclamação de decretos do Tsar, quand ele fala na
providência divina salvou o suposto filho de Ivã, Dmitri, quando era um
impostor e ele permitiu que Dmitri assumisse o poder. Se notarem que mesmo
Púchkin dúvida que o que se diz Dmitri seja o verdadeiro filho de Ivã, que ele
escapou da morte e depois fala na providência divina salvou o soberano
legítimo, nota-se que o discurso foi
usado pela nobreza para iludir o povo e garantir uma certa legitimidade sobre
ele. Nota-se um discurso liberal criticando a forma de poder do antigo regime. O
discurso de legitimidade por herança seria para iludir ao povo quanto a
verdadeira legitimidade.
Povo
O tsarévitche nos mandou o boiardo.
Vamos ouvir o que o boiardo nos tem a dizer.
Para cá! Para cá!
PÚCHKIN (no púlpito)
Cidadãos de Moscou,
O tsarévitche me encarregou de saudá-los.
(Inclina-se)
Vocês sabem como a Providência Divina
Salvou o tsarévitche da mão do assassino;
Ele veio punir o seu carrasco,
Mas a justiça de Deus golpeou Bons.
A Rússia se submeteu a Dmitri;
O próprio Basmánov, com sincero arrependimento,
Trouxe seus regimentos para que jurassem a ele.
Dmitri vem até vocês com paz e amor.
Para agradar à família de Godunov,
Vocês levantariam a mão contra o tsar
Legítimo, contra o descendente do Monômaco?
Tradução: Irineu Franco Perpetuo.
Algumas
adaptações das obras de Pùchkin:
- “O Negro de Pedro, o Grande” (em russo Арап Петра
Великого, no alfabeto latino russo Arap Petra Velikogo) é um inacabado romance
histórico por Alexander Pùchkin. Escrito em 1827-1828 e publicado pela primeira
vez em 1837 o romance é a obra em prosa do primeiro grande poeta russo.
O personagem principal do romance, Ibrahim, é livremente
baseado bisavó materno de Pùchkin, Abram
Petrovich Gannibal , um negro Africano que foi trazido para a Rússia durante o
reinado de Pedro, o Grande . Interesses de Pùchkin na história e genealogia
combinados para descrever a transformação da Rússia no início do século 18, o
período da história russa a que Pùchkin retorna na narrativa poema Poltava em
1829,poema que trata da grande vitória de Pedro, o Grande sobre Carlos XII da
Suécia, elevando a Rússia ao status de grande potência.
Esse romance histórico ganhou uma adaptação
cinematográfica soviética em 1978 dirigido pelo cineasta russo Aleksandr Mitta
. O filme apresenta Vladimir Vysotsky como protagonista Ibragim Gannibal como o
afilhado africano do Tsar Pedro, o Grande.
- “A Dama de Espadas” ( em russo : Пиковая дама, no
alfabeto latino: Pikovaya dama ) é um
conto de Aleksander Sergueivitch Pùchkin que fala sobre a avareza humana.
Pùchkin escreveu a história, no Outono
de 1833 em Boldino e que foi publicado
na revista literária Biblioteka dlya chteniya em março de 1834. O personagem da
condessa foi inspirado pela princesa Natália Petrovna Galitzine.
Hermann, um engenheiro alemão que trabalhava no exército
russo, era um fanático jogador de cartas. Ele ouve falar sobre a extraordinária
sorte de uma idosa condessa, que enriquecera no jogo após tirar três cartas
vencedoras sucessivas. Hermann reflete muito a respeito e conclui que isso era
tão improvável que a condessa deveria ter usado algum sistema secreto. Ele se
torna tão obcecado em descobrir este segredo das três cartas que manipula
Lizaveta Ivanovna, criada da condessa, para deixá-lo entrar na casa da velha
senhora e interrogá-la pessoalmente.
O conto foi levado aos cinemas em 1982 sendo dirigido por
Igor Maslennikov, sendo o filme extremamente fiel ao conto.
A história além de ter sido base para o filme, foi também a base das óperas A Dama de Espadas (1890) de Pyotr Ilyich Tchaikovsky , La dame de pique (1850) de Fromental Halévy e Pique Dame (1865) de Franz von Suppé.
- “A Filha do
Capitão” ( russo : Капитанская дочка , Kapitanskaya dochka ) é um romance
histórico do escritor e poeta russo Aleksander
Sergueivitch Pùchkin. Foi
publicado pela primeira vez em 1836 pelo jornal literário Sovremennik. O
romance conta de maneira romantizada da Rebelião Pugachev em 1773-1774.
Pyotr Andreievitch
Grinyov é o único filho sobrevivente de um oficial aposentado do exército
russo. Quando ele completa dezessete anos, seu pai o envia para prestar serviço
militar em Orenburg. No caminho, Pyotr se perde numa tempestade de neve, mas é
resgatado por um guia misterioso. Como prova da sua gratidão, Pyotr dá seu
casaco de pele de lebre ao homem.
Chegando em Orenburg, Pyotr se apresenta ao seu oficial
comandante e é designado para servir na fortaleza de Bielogorsky, na estepe
cazaque, sob o comando do capitão Ivan Mironov. A fortaleza é apenas uma
paliçada ao redor de uma pequena aldeia perdida no meio da estepe, e na realidade
é comandada por Vasilisa, esposa do capitão. Pyotr faz amizade com seu colega
oficial Chvabrin, que fora banido para ali por ter matado um oponente num
duelo. Quando Pyotr janta com a família Mironov, ele conhece a filha deles,
Masha, e se apaixona por ela. Isto causa um rompimento entre Pyotr e Chvabrin,
que tinha sido rejeitado por Masha. Quando Chvabrin insulta a honra de Masha,
Pyotr e Chvabrin decidem travar um duelo, no qual Pyotr é ferido. Pyotr escreve
ao seu pai pedindo sua permissão para se casar com Masha, mas este rejeita
expressamente a ideia.
Pouco depois, a fortaleza é sitiada pelas tropas do
rebelde Yemelyan Pugachev, que afirma ser o Tsar Pedro III. Os cossacos
estacionados em Bielogorsky se juntam às forças de Pugachev, e ele toma a fortaleza
facilmente. Pugachev exige que o capitão Mironov jure fidelidade a ele. Ele
recusa; Pugachev manda enforcá-lo e mata a esposa dele. Quando é a vez de
Pyotr, Chvabrin aparece repentinamente, demonstrando ter se passado para os
rebeldes. Aconselhado pelo traidor, Pugachev ordena que Pyotr seja enforcado.
No entanto, sua vida é poupada ao descobrirem que Pugachev era o guia que
salvara Pyotr da nevasca.
O livro ganhou uma adaptação cinematográfica na União
Soviética em 1958 pelas mãos do diretor Vladimir Kaplunovsky.
- “Eugenio Onegin” (russo: Евгений Онегин, no alfabeto
latino: Yevgeniy Onegin) é um romance em versos escrito por Alexander Pushkin.
Eugene Onegin, um dandi de São Petersburgo que em plena
juventude, sente-se entediado com a vida. Aristocrata, rico, militar, cansado
dos prazeres, insensível, permanece solteiro por medo das responsabilidades que
está entediado com a vida, quando herda uma grande fortuna do seu tio. Quando
ele sai do país, inicia uma amizade com seu vizinho, o inexperiente e jovem
poeta Vladimir Lensky. Um dia, Lensky leva Onegin para jantar com a família de
sua noiva, a extrovertida e bastante imprudente Olga Larina. Nesta reunião, a
irmã de Olga, a séria, e carinhosa Tatiana Larina, se apaixona por Onegin. Logo
depois, Tatiana escreve para Onegin uma carta professando seu amor. Algo que
uma heroína típica dos romances franceses poderia ter feito, Tatiana o fez, mas
a sociedade russa considera que não é adequado para uma moça jovem, e solteira
tomar tal iniciativa. Ao contrário de suas expectativas, Onegin não responde
por carta. Os dois se encontram na sua próxima visita em que ele rejeita seus
avanços em um discurso, muitas vezes referida como Sermão Onegin, de que tem
sido descrito como diplomático ainda frio e condescendente.
Em 1879 Tchaikovsky, fez a ópera Eugene Onegin, baseada
no livro.
O filme de 1999, “Onegin” é um inglês em mais uma
adaptação da obra de Pùchkin , dirigido por Martha Fiennes.
- A peça “Boris Godunov” ( em russo : Борис Годунов) foi escrito em 1825 por Pùchkin e publicado
em 1831, mas não foi aprovado para ser encenada no teatro pela censura até
1866. A peça tem sua ambientação no período conhecido na história russa como
Tempo das Pertubações, que mostra o trágico legado que o tzar Ivan IV, o
terrível deixara, após matar em um acesso de cólera o seu primogênito e cujo
segundo filho vivia adoentado. É a partir daí que surge a personalidade de
Boris Godunov, conselheiro e cunhado de Ivã, regente sob a fragilidade de
Feodor, agora Feodor I. Em 1591, um outro filho de Ivan, Dmitri, morre sob
circunstâncias misteriosas. Sua mãe, exilada por Godunov, alega que ele foi
assassinado, rumores ligam o regente ao suposto crime. Sete anos depois, Feodor
I morre. Era o último representante da família vivo, então o patriarca da
Igreja Ortodoxa de Moscou nomeia Boris como sucessor do tzar morto, mas o
boiardo só aceita após a eleição no Parlamento, que em unamidade o elege como
novo Tsar do Império Russo. Em 1605, enfrenta uma revolta produzida por um
pretendente ao trono, um impostor que alegava ser o príncipe Dmitri, que
conseguindo o apoio da aristocracia polonesa, marcha com um exército para
Moscou, que perde força ao longo do caminho. Boris morre no mesmo ano, e seu
filho Feodor assume o poder na Rússia como Feodor II. Com a morte de Boris, dá
vida nova a campanha do falso Dmitri, que atraí grupos descontentes, invadindo
Moscou, ao mesmo tempo que o soberano e família eram assassinados.
Em 1869 Modest Mussorgsky se valeu do texto da peça para
compor a ópera “Boris Godunov”.
O filme "Boris Godunov" de 1986 produzido pela
União Soviética e Checoslováquia e dirigido por Sergei Bondarchuk, é uma
adaptação para o cinema da peça Pùchkin, adaptação que seguiu quase que
rigorosamente o texto da peça.
A
vida de Pùchkin retratada no cinema:
O notável romancista e poeta russo não somente teve suas
obras adaptadas para o cinema, como sua vida foi alvo de várias adaptações, a
maioria no período soviético, mas que infelizmente não foram lançadas no Brasil
e sendo desconhecidas até do público ocidental em geral.
- A primeira obra sobre sua vida é de 1910, e um
curta-metragem de apenas 5 minutos chamado "A Vida e Morte de
Pùchkin"(em russo Жизнь и смерть Пу́шкин) do diretor Vasily Goncharov.
- Em 1927 o diretor Vladimir Gardin reializou uma
cinebiográfia sobre Pùchkin chamado O "Poeta e o Tsar" (em russo Поэт
и царь), o filme retrata o exílio e perdão de Pùchkin além da relação com sua
esposa Natalya Goncharova.
- Em 1937 foi realizado o filme "Juventude do
Poeta"(em russo "Юность поэта") do diretor Aronovich Naroditsky,
o filme foi produzido para o aniversário de 100 anos da morte do poeta, o filme
retrata os primeiros anos de Pùchkin antes de se tornar um liberal e um grande
poeta.
- Em 1950 foi realizada uma cinebiografia sobre Pùchkin
chamada de " Aleksander Pùchkin "
(em russo Александр Пушкин).
- O filme soviético de 1981 chamado "E eu estou com
você de novo” (em russo И с вами снова я) dirigido por Boris Galanter sobre a
vida e obra do grande poeta russo Aleksander
Sergueivitch Pùchkin. O roteiro é
baseado no testemunho de seus contemporâneos, assim como poemas, desenhos e
cartas de Pùchkin.
- O filme russo "Pùchkin: Último duelo" (em
russo Пушкин: Последняя дуэль) de 2006 dirigido por Natalya Bondarchuk (também
além de diretora é atriz, sendo mais conhecida por sua atuação no filme de
Andrei Tarkovsky “Solaris”, em 2003 dirigiu uma adaptação cinematográfica sobre
a vida do poeta româtico russo Fyodor Tyutchev,dirigiu em 2009 um filme sobre
os últimos dias do poeta e romancista russo/ucraniano Nikolai Gogol, além de
adaptar nos anos 80 para o cinema soviético a obra infantil “Bambi”) filha do
grande diretor soviético Sergei Bondarchuk que levou aos cinemas em 1986 a peça
de Pùchkin: Boris Godunov. O filme cobre o período anterior ao duelo de
Alexander Pushkin, com Georges d'Anthès, o duelo em si, a morte do poeta e a
investigação da morte do poeta e romancista.
Autor : Marco Antonio E. Da Costa e Flávio Carvalho.
Bibliografia :
-Caderno entre livros.Literatura Russa. Duetto. Sao Paulo.
2012.
- Púchkin, Aleksander Serguêievitch. Boris Godunov - Col.
Clássicos Globo. Editora Globo. São Paulo. 2007
- Marx,Karl.Manuscritos econômicos. Col.Pensadores.Abril.Sao
Paulo. 1975.
- Enciclopédia virtual Wikipedia em russo sobre a vida e obra
do poeta e Romancista Púchkin: