ODE. (TEMPORA, MORES.)
“Sei que a vida vale a pena
Mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.”
Ferreira Gullar.
Na luta incansável do cotidiano
Em meio á política aviltante
Através das pedras do caminho,
renovadas esperanças
Do trabalho, fica o cansaço
no corpo, a fome ,
da lida exaustiva
incipientes promessas
o aconchego das estrelas
o sereno úmido dos
olhos
promessas de dia melhores
desejos gritantes
Ate quando o labor
Que não vale o tamanho do pão ?
Ate´quando a paciência tupiniquim
Abusada por “bolsas”?
Ate quando os” Catilinas “em Brasília?
O populismo, a demagogia,
As mentiras e os canalhas?
O falido “pão e circo “?
O muro da memória
Há de ceder
Ávidas palavras
Pela veneziana do tempo
Pássaros voando sobre
O planalto central
Bocas mudas
Destilando verbos
O vinagre dos oportunistas
Tornado em vinho libertador
A mídia cúmplice
Desfigurada, esquecida
E como Lazaro redivivo
Os sobreviventes da Terra Brasilis
Plantarão seu futuro
Nas urnas, no amanhã.
Autor: Marco Antonio E. da Costa.