sábado, 23 de abril de 2016

Dança do Ventre.

                              Dança do ventre.
                   (Raqs Al-Baladi= Dança do povo.)




Sensualidade
Carne tremula
Suor  envolvente

Olhar cristalizado
Boca seca
Fascínio presente

Sinuosa como serpentes
Sedutora  como um oásis
Fatal  como o deserto

Desfila a dançarina
Gotas de desejo
Sonhos de amor desperto

Abranda o coração dos fortes
Amacia o cotidiano dos humildes
Faz a vida bela, um idílio.


Com aroma de lótus
Gosto de vinho,
A herança egípcia


Remete
As virgens de Allah
 no paraíso,
Yalla.


Autor: Marco Antônio Eustáquio da Costa.








terça-feira, 12 de abril de 2016

OMAR KHAYYAM.

                            .OMAR   KHAYAMM.
                                                             “Se em teu coração
                                                               Enxertaste a rosa
                                                               do amor,tua vida
                                                              Não passou inútil.”

                                                         .  Omar Khayamm (1050-1123).Poeta Persa.





.Sobre o poeta:
Omar Khayamm ,cujo nome completo era Ghiatud-din Abdulfath omar bin Ibrahim Al-Khayyami.  Al-Khayyami = o fabricante de tendas. Foi poeta, matemático e astrônomo.
Sua obra principal e´o Rubayat, quartetos ou quadras, livro  de poesias, no qual ele canta a brevidade da vida, a existência e transcendência humanas, O êxtase do amor e do vinho .Privilegia o momento presente, porque o passado e´um cadáver e o futuro indevassável. Apesar de seu hedonismo, imediatista; não contrariava o Alcorão. Há,inclusive,quem leia em seus poemas uma mensagem SUFI ,simbólica,onde; por exemplo,a taberna seria o templo; a divindade seria o vinho; a embriaguez  seria o êxtase místico.Foi admirado por poetas como Calderón de la Barca e Fernando Pessoa.

.Alguns trechos do Rubayat:

.Uma vez que ignora o que e´que nos reserva
O dia de amanhã, busca ser feliz hoje.
Vai sentar-te ao luar e bebe. Pois talvez
Não vivas mais amanhã quando voltar a lua.

.Nosso tesouro? O vinho,
O palácio? A taverna,
Os fieis companheiros?
O vinho e a embriaguez.

.Antes de apertares  na tua
A mão que te estendem, pergunta
A ti mesmo  se ela algum dia
Não se erguera para ferir-te.

.Vil coração, que amar não sabe,
De amor não pode se embriagar
Se não ama, como apreciar?
O fulvo sol, o doce luar.

.Ontem devias ser recompensado e não o foste;
Mas, não deplores nada, nem esperes coisa alguma.
O que te deve acontecer esta escrito no Livro
Que ao acaso vai folheando a Eternidade.

.Sabes que teu olhar
Tornou o rei babilônico
Um bispo de xadrez
Que foge da rainha?

.Por isso ouve esse meu conselho :
Bebe vinho e contempla a lua
Lembrando as civilizações
Que ela viu desaparecer.

.Seja igual teu amor
Ao da urna pela taça
Vê... Lábio contra lábio
A urna dá-lhe seu sangue.

.Um rouxinol cantou:
“Um dia de alegria
Pode ser que prepare
“Todo um ano de lágrimas.”

.Pois os mortos não têm
 Memória, e eu quero sempre,
Quero sempre rever
A minha bem-amada !

.Um pouco mais de vinho, bem-amada!
Tua face ainda não tem a cor das rosas
Um pouco mais de tristeza, Khayamm!
A tua bem-amada vai sorrir-te.

.Fui inclinar-me sobre todos
Os segredos do universo...
Voltei a casa invejando
Os cegos que eu encontrava.

.Toda manhã o orvalho pesa sobre as rosas,
Jasmins,tulipas,mas o sol livra-os do fardo.
Toda manhã meu coração pesa em meu peito;
Mas teu olhar logo o liberta da tristeza.

Bibliografia:
.O Rubaiyat de Omar Khayyam .Trad. Manuel Bandeira.Tecnoprint,Rio,1970.
Autor: Marco Antonio E. Da Costa.